EDITORIAL

PALAVRA FIANDEIRA é um espaço essencialmente democrático, de liberdade de expressão, onde transitam diversas linguagens e diversos olhares, múltiplos olhares, um plural de opiniões e de dizeres. Aqui a palavra é um pássaro sem fronteiras. Aqui busca-se a difusão da poesia, da literatura e da arte, e a exposição do pensamento contemporâneo em suas diversas manifestações.
Embora obviamente não concorde necessariamente com todas as opiniões emitidas em suas edições, PALAVRA FIANDEIRA afirma-se como um espaço na blogosfera onde a palavra é privilegiada.

sábado, 7 de agosto de 2010

PALAVRA FIANDEIRA - 39


 PALAVRA FIANDEIRA
 REVISTA DE LITERATURA
ANO 1 - Nº 39 - 07/08/2010
 NESTA EDIÇÃO:
Obra da artista Marília Chartune, 
uma das convidadas desta edição
TERCEIRA EDIÇÃO TEMÁTICA:
PAI

"Aprendi também a respeitar amores e paixões alheias."
Edson Gabriel
 

"percebo como fui privilegiada por compartilhar com elas o carinho paterno" 
Regina Sormani
 
"Seu porte firme e elegância natural são sinais da sua dignidade"
Marília Chartune Teixeira 


"É preciso mostrar ao filho, no dia a dia, a estrada por onde seguem os bons, os justos."
Maria Thereza Cavalheiro 

"Outras vezes, quase sempre aos Sábados de manhã, aparecia com brindes, bonecos de porta-chaves, cromos e canetas."
Carmen Ezequiel 


"Puedo decir que soy una persona muy feliz con las pequeñas cosas y me encanta compartir con los hermanos..." 
Montserrat

" Gosto de recordar sua alegria nas festas de aniversário."
Jéssica Lima

****************


REGINA SORMANI - ESCRITORA

A casa das cinco meninas
Todas as vezes que o Dia dos Pais é lembrado, imediatamente, as luzes da memória se acendem e apontam para os anos felizes da minha juventude. A cidade de Agudos, no interior do estado, certo dia recebeu uma família que ali chegou e se estabeleceu, com moradia e comércio. Tratava-se de um simpático casal de libaneses: dona Talge e o Sr. Youssef Ayub e suas cinco filhas: Neusa, Neide, Filomena, Málaque e a caçulinha, a Talginha.
As meninas, nascidas no Brasil, esbanjavam alegria e eram muito queridas por todos. Logo, fiz amizade com a família e, em especial com uma das meninas, a Neide. Morávamos perto uma da outra, eu, na rua 13 de Maio e ela, na 7 de Setembro. E, por vezes, trocávamos de casa e de família. Minha amiga adorava comida italiana feita no fogão de lenha da minha mãe. Após o almoço, geralmente macarrão ao sugo com almôndegas ou frango, ela passava horas ouvindo meu pai contar  a respeito do vovô italiano que, na juventude, nadara no famoso lago de Como, perto de Milão, na Lombardia.
Mas, hoje, quero falar daquele pai libanês, o Sr Youssef. A casa das cinco meninas ainda está no mesmo lugar, em Agudos, na rua 7 de Setembro e a mais nova delas, a Talginha ainda mora lá.
Muitas e muitas vezes, nós saíamos tarde dos bailes de sábado, no Tênis Club local, acompanhadas pela dona Talge. As meninas, então, acabavam me convencendo que seria melhor que eu dormisse na casa delas. Na verdade, era uma boa oportunidade para colocar as fofocas em dia. Ficávamos conversando até o sono chegar.
Pela manhã, lá vinha o pai das meninas nos chamar para a primeira refeição. Jamais esquecerei a figura bondosa do Sr Youssef! Ele próprio preparava tudo: trazia o pão quentinho da padaria, fazia o café, arrumava as frutas na mesa e servia a melhor coalhada síria que já experimentei em toda a minha vida. As meninas sempre comentavam que todas as manhãs, durante a semana, ele montava uma linda bandeja e levava para a esposa, em primeiro lugar. Só depois de cumprir alegremente essa tarefa, aquele pai dedicado saía para trabalhar na mercearia.
Hoje, pensando nas cinco meninas e no pai maravilhoso que tiveram, percebo como fui privilegiada por compartilhar com elas o carinho paterno, ingrediente principal daqueles cafés servidos nas manhãs de domingo, há vários anos atrás, na minha juventude.

Regina Sormani





JÉSSICA LIMA - Publicitária

São Paulo, dia dos Pais.

Pai,

Lembro-me bem das manhãs ensolaradas em que nós, de mãos dadas, íamos comprar pão. Os pássaros cantavam tão bonitos.

Daquela tarde chuvosa em que você não chegava para me buscar na escola. Já havia passado do horário, e eu estava com medo, todos os alunos já haviam ido. Foi um alívio quando você chegou.

Lembra quando fomos buscar meu irmão, recém-nascido, no hospital? Eu disparei a correr pela maternidade, e você atrás de mim. E um tempo depois, quando ele ficou doente e teve que ser internado... Só ficamos nós dois em casa, lembra, pai? Esperávamos minha mãe e meu irmão voltarem.

Gosto de recordar sua alegria nas festas de aniversário. Você dançava bem.

Tinhas razão, eu não teria gostado de fazer aquele curso, não tem nada a ver comigo, exceto a admiração que tenho pela área. Graças aquele conselho, achei o meu caminho.

Lembro de como ficou nervoso ao pegar o avião. E depois, a sua alegria quando estava perto da sua terra natal.

Não gostei nada de vê-lo no hospital. A casa ficou tão vazia. Não podíamos nem ficar lá. Lembro a pizza que pedimos para jantar e as lágrimas de minha mãe. Perdi o chão.

Lembro de sua volta para casa e de reparar com tem gente que gosta muito de você.

Descobri que podemos até ter mais de um pai. Claro, para mim, você é incomparável, mas podemos gostar tanto de outra pessoa e sermos retribuídos, que a adotamos como pai, por tão grande ser o carinho.

Fico a imaginar como teria sido a vida se ele não tivesse partido.

Também acredito em Deus, é o Pai de todos.

Você é um grande exemplo de luta, determinação e vitória. Do interior do Ceará à cidade grande. Nem tinha o que comer quando era criança. A vida era dura para você e seus catorze irmãos, eu sei. Mas, conseguiu dar tudo aos seus filhos.

Mesmo com os problemas, vejo todos os dias a nossa família seguindo unida.

Para mim, dia de pai e mãe são todos.

Obrigada pela vida.

Feliz Dia dos Pais.





MARILIA CHARTUNE TEIXEIRA
 Artista Plástica

DIA DOS PAIS


O Dia dos Pais no Brasil foi importado pelo publicitário Sylvio Behring, e foi instituído que seria no dia 14 de agosto, homenageando São Joaquim, patriarca da família, esposo de Sant’Ana, pai de Maria e portanto, avô de Jesus. Mas foi transferido para o segundo domingo de agosto, certamente por motivos comerciais. Uma pesquisa revela que é o segundo maior movimento de vendas, perdendo apenas para o Natal, pois supostamente, as mulheres seriam as responsáveis.
Minha família comemora essa data há 63 anos, quando nascia minha irmã mais velha e a cada ano chegava mais um filho, até completar uma dezena. Meu pai, com 91 anos, é cheio de vitalidade, trabalha, lê (sem o uso de óculos), adora esportes e como bom mineiro da Zona da Mata, torce por um time do Rio de Janeiro, no caso, o Flamengo, mas tem o Atlético Mineiro como segunda opção. Jogou futebol e treinou um time amador, e foi citado em um jornal de Belo Horizonte por João Saldanha, comentarista gaúcho, como o legítimo “Carrossel Holandês”. Tem gosto musical apurado e coleciona discos de Silvio Caldas, Nelson Gonçalves e Ataulfo Alves além de orquestras, bandas e instrumentalistas de choro. Como torcedor inveterado, acorda de madrugada para assistir à Fórmula 1 e invariavelmente, recupera o sono à tarde, após ler nos jornais os comentários.
Como regra de etiqueta pessoal, reconhece a importância de um convite e não hesita em viajar quilômetros para prestigiar um casamento, formatura ou aniversário, desde que não seja de avião. Seu porte firme e elegância natural são sinais da sua dignidade e a autoconfiança e respeito tem apoio incondicional de minha mãe, companheira habitual e parceira nas lutas e conversas intermináveis de mais de 64 anos de casamento e como têm assunto!
Quando criança, eu esperava pacientemente que fizesse a barba ao chegar a casa para lhe dar um beijo e ficava ao seu lado perguntando o porquê das duas “estradas” na testa. Até hoje relembra sempre que vai fazer a barba e eu fico muito emocionada por saber disso. Seu senso de humor lhe faz ser um bom contador de histórias e o talento acalentado para desenho e pintura, foi explorado timidamente na juventude, mas abandonado por motivos óbvios, afinal com 10 filhos, nunca sobrou tempo! Com recursos escassos, pintou paisagens que se perderam nas muitas mudanças, mas não na nossa memória em que representou cenas bucólicas e realistas com detalhes como o rastro de um cavalo distraído, determinando o “ponto áureo” com intuição. Herdei a habilidade para o desenho e para não desperdiçar essa herança, produzi alguns milhares de óleos, acrílicos e aquarelas que, certamente não se perderão nas mudanças. Fiz uma série de pinturas com cenas campestres e em um dos quadros, tem um carro de bois que está na parede da sala de jantar. Meu pai, muito detalhista, contou o número de patas da boiada e como obteve um número ímpar, pediu que eu completasse. Eu fui protelando, enrolando até que ele mesmo o fez... com maestria!
Quando decidi transformar esse dom em trabalho, tive que escolher uma marca ou identidade artística, então ironicamente, só imprimiram meu sobrenome materno, mas com o tempo, fui percebendo que não fazia diferença, de qualquer maneira, minha marca pessoal é o orgulho e a bênção de ser sua filha!

MARILIA CHARTUNE TEIXEIRA
ARTISTA PLÁSTICA



EDSON GABRIEL - Escritor

SOBRE PAIS, FUTEBOL E VIDA

Meu pai, falecido há cerca de cinco anos, não me deixou lições sobre o prazer da leitura e da escrita. Pela simples razão de que foi um leitor dos menos assíduos, de pouca base, cuja vida passou muito tempo trabalhando para sobreviver. Escrevia o mínimo possível, talvez o meramente necessário para dar conta das coisas que sua vida simples exigia. Vivemos uma vida de escassez quase total de livros, revistas e jornais. Eu vi livro de verdade, pela primeira vez, perto dos dez anos.
Não sei de onde eu tirei esse prazer imenso de ler e escrever. Não foi certamente nas minhas andanças pela escola nem tampouco pelo incentivo familiar.
Se não tive lições de prazer pela leitura e escrita, na infância e na juventude, não posso dizer o mesmo sobre futebol, principalmente nestes dias em que os ares e as jabulanes da copa ainda embotam nossos corações e mentes. Foi torcendo por um time de futebol que aprendi com meu pai algumas coisas que carrego comigo até hoje.
Aprendi primeiro como é gostoso ter definido o objeto de nossos amores e paixões. Funciona como uma espécie de tábua de salvação. Um amor ou uma paixão está sempre disponível para receber os nossos sentimentos, sem cobranças, sem dificuldades, sem olhares enviesados. Por um amor e por uma paixão luta-se uma vida inteira.
Aprendi que mesmo a força e a impetuosidade do amor e da paixão podem ser controladas. Esse é um exercício difícil, mas gostosamente saudável. Torcer por um time de futebol não deve ser o fim último da vida e precisa estar sob o controle de nosso pensamento. O rebaixamento ou o título mais expressivo de um campeonato deve ser olhado e sentido com a mesma intensidade que nos envolvemos em amores e paixões: equilibradamente. Nem tanto ao céu nem tanto à terra.
Aprendi também a respeitar amores e paixões alheias. Torcer por um time de futebol e amá-lo profundamente, a ponto de transmitir essa paixão para os filhos, não me dá o direito de não reconhecer e respeitar o amor e a paixão por outros times. Pelo contrário, o amor por meu time de futebol só é possível na contradição da existência de outros tantos times. É um exercício difícil esse, um dos mais difíceis pela vida a fora, mas um dos mais interessantes: entender que a pluralidade dos amores é que encanta a escolha de um amor ou paixão.
Perder e ganhar faz parte da vida de todos nós. Aprendi isso, com a calma e paciente torcida de meu pai, torcendo por um time de futebol que ele me deu a torcer. Há vários provérbios que a sabedoria popular usa para expressar este ensinamento, entre os quais me recordo do “um dia é da caça e o outro é do caçador”. Conviver com estas alternâncias da vida também se aprende torcendo por um time de futebol. Perde-se e se ganha com igual facilidade. Dosar o equilíbrio no exercício dessa gangorra não é fácil; mas é necessário. Para o bem da própria existência.
Violência não dá camisa para ninguém. Parece fácil, tão fácil dizer, proclamar e viver essa prática. Não é. E foi torcendo por um time de futebol que aprendi, com meu pai, que a violência não leva a lugar nenhum. Ou, quando leva, a resposta é outro comportamento violento. Desacreditar do comportamento violento como atitude na vida é aprendizagem que se compõe com outras atitudes e permitem tomar isso como reflexão e postura.
Aprendi que sempre haverá um novo dia e com ele uma nova situação, novo contexto, novas perspectivas. Um dia após o outro, invariavelmente com uma noite no meio. Torcer por um time de futebol é administrar a dinâmica dos prazeres possíveis que pode mudar a qualquer minuto, a qualquer dia. Como a vida, um time, um elenco, seus interesses e suas realizações podem mudar sempre. Aprender a tolerar essa perspectiva de mudança constante, tal qual a vida se nos apresenta, é gostoso, possível e saudável.
Se meu pai estivesse vivo, eu estaria lembrando e agradecendo estas aprendizagens, tão necessárias, hoje, na vida de torcedor de um time que ganhou tudo no ano passado, quando completou noventa e nove anos de história, e perde tudo no ano em que comemora o seu centenário.
Pois é, como aprendi: é do futebol e é da vida.
EDSON GABRIEL GARCIA
Educador, escritor e torcedor corintiano



CARMEN EZEQUIEL
Escritora e poeta

O PAI


Cedo, Sábado de manhã.
No chão da nossa cozinha descansava uma caixa de madeira cheia de laranjas, de uma cor laranja - avermelhada, grandes, da baía.
Ontem, não estavam aí?
Chegaram já largas horas da noite, pela fresca, pois o calor aperta neste Julho pomposo.
Saíram do Algarve, passaram pelo Baixo Alentejo e aqui, ao Alto, chegaram.
Eram imensas, colossais, luzidias, sedosas e apelativas. Convidavam ao manjar.
Mas, ainda era cedo e o pequeno-almoço teria de ser o primeiro (pois é a mais importante refeição do dia). Laranjas como essas já são difíceis de encontrar.
Era um prazer o tempo que se levava a descascar. A cada golpe da faca, um grito de dor saía da casca fina da maravilhosa iguaria, e de um espirro o seu suco nos queimava os olhos e o seu cheiro agreste mas doce mantinha-nos interessados. Cada gomo corpulento transpirava pelos dedos da mão e na boca, um misto de gulodice imunda nos deixava.
Divinal!
Enquanto nos deliciávamos com este autêntico doce dos deuses, se reparava, então, noutra surpresa melosa.
Por cima do frigorífico, meio escondida, meio a descoberto, uma caixa vermelha e dourada. Com chocolates de leite e amêndoa. Boa! Maravilha!
Já sinto água na boca!
Lá longe, no alto daquele protector de alimentos (e, de crianças, por sinal, já que lá em cima não chegávamos), lá estavam eles, os chocolates, e elas, as gulodices (pois era aí também que se colocavam as delícias que não se podiam alcançar).
Uma vez por outra, dava por mim empoleirada numa cadeira de braços cinzenta, de escritório giratória, que o pai havia trazido para casa.
E, rodava, rodava, até chão não haver mais! Claro, que não chegava aos chocolates, de leite com amêndoas, revestidos de vermelho e dourado.
Nunca necessitamos de nos portar bem para um merecer! Que era um mimo, lá isso era!

Outras vezes, quase sempre aos Sábados de manhã, aparecia com brindes, bonecos de porta-chaves, cromos e canetas. Mimos para os miúdos.
Houve uma vez, que uma bicicleta nos trouxe. Eu sempre quis ter uma bicicleta. Era amarela. Já sabia andar, mas aquela foi a minha primeira. Muitas vezes dela caí, me levantei e voltei a andar.
Os fins-de-semana eram curtos, mas esperados. Até que um dia deixaram de ser. Porque crescemos e nos tornamos mais exigentes. Porque os mimos que ansiávamos eram o carinho e o diálogo.
Agora, somos nós que vamos às Sextas-feiras e, ou aos Sábados de manhã.
Não levamos laranjas, nem chocolates, nem brindes alguns.
Levamos apenas a nossa pessoa, o nosso carinho e amor, diálogo (ainda que por vezes, se discuta), compreensão e a certeza de que também é nosso orgulho ter um pai, outrora ausente, agora não.
Agradeço ao meu pai pela caminhada e pelo crescimento mútuos.


Carmen Ezequiel 



MARIA THEREZA CAVALHEIRO
Escritora
SER PAI

O pai é o alicerce da família. Impõe-se pela compreensão, pelo aconselhamento saudável e, principalmente, pelo bom exemplo. Qualquer que seja o erro do filho, o pai deve estar presente, não para deplorá-lhe o comportamento, mas para dar-lhe forças para vencer as fraquezas. O pai não condena: mostra o caminho certo. O pai repreende quando necessário, porque seu papel é o de condutor. Ele zela pela prole. Pai é a viga da casa, que mantém erguida contra todas as intempéries.
Alguns sugerem que mãe é o coração, e pai a razão. Mas, em verdade, a educação de um filho, a sua formação interior, deve ser compartilhada por ambos, dentro do amor e do respeito. Filhos nascidos num lar equilibrado serão os cidadãos ideais para a formação da Pátria de amanhã. Pai e mãe - cada um tem seus misteres junto ao filho. Seus ensinamentos a ministrar, dentro de sua sensibilidade e experiência.
Ter ainda pai é um privilégio da existência. Mas ter um pai amigo é ter essa graça duas vezes. É preciso mostrar ao filho, no dia a dia, a estrada por onde seguem os bons, os justos. Pai é o timoneiro do barco da família. É o farol da barra, que ilumina a trajetória. Que alerta contra os perigos. Quantas vezes o filho - nau sem rumo - encontra o porto seguro nos braços do pai!
Por tudo isso, também se dedica um Dia do ano especialmente aos pais, que em 2010 será, entre nós, a 8 de agosto.
Assim como o "Dia das Mães", que surgiu do grande amor de Anna M. Jarvis por sua genitora, a ideia do "Dia dos Pais" foi também de uma filha dedicada: Sonora Louise Smart Dodd, filha de William Smart, um veterano de guerra.
Sonora Louise quis homenagear o próprio pai, que viu a esposa falecer em 1898, ao dar à luz o sexto filho, e teve de criar o recém- nascido e os outros cinco sozinho. Assim, em 1910, em Spokane, cidade próxima a Washington, nos Estados Unidos, a data foi comemorada pela primeira vez no aniversário de seu pai, a 19 de junho.
Em 1966, lá se tornou oficial, mas para ser celebrada no terceiro domingo de junho.
No Brasil, o "Dia" escolhido foi o segundo domingo do mês de agosto. Vários países passaram a festejá-lo em datas diversas. Em Portugal, é em 19 de março, "Dia de São José". Na Grécia, em 21 de Junho. Na Austrália, no segundo domingo de setembro. No Canadá, em 17 de junho. No Reino Unido e no Peru, terceiro domingo de junho. No Paraguai, segundo domingo desse mesmo mês.
Lembramos, no entanto, que o "Dia dos Pais" não deve ser exclusivamente uma homenagem ao pai biológico, mas a todos aqueles que representam, de uma forma ou de outra, a figura paterna: o padrasto, o avô, o tio que ajuda na criação, o professor. E podemos homenagear também todos os nossos amigos que são pais, e os pais de todos os nossos amigos! É sempre bom ser lembrado, com uma palavra amável, um presente simbólico, um cartão, um bilhete, um telefonema, um e-mail, uma poesia, uma trova...
Digo em meu livro "Trovas para Refletir":

O pai é presença forte
que mal nenhum intimida.
Defende o filho da morte,
como o defende na vida.

O pai deve incentivar o filho, estimulá-lo em sua aptidões. E, quando preciso admoestá-lo, nunca fazê-lo perto de estranhos. Um dia diante da vida, o jovem agradecerá as reprimendas. Digo também:

Um filho não se acoberta:
quando a virtude periga,
há só ternura encoberta
na mão que ao filho castiga.

Castigar, porém, não é maltratar, não é humilhar, ferir a auto-estima do filho. Antes de tudo é necessário mostrar-lhe o erro, a vergonha das consequências, o mal que pode causar aos outros - e a si mesmo. Há castigos que não aviltam, não diminuem, não criam traumas. Mas ensinam.

Amar ao filho com equilíbrio, sem lhe fazer todas as vontades. Amar sem sufocar, sem oprimir, sem cobrar: Ser pai não é ser déspota; não é impor sua vontade em tudo que diz respeito ao filho. Deixá-lo criar sua própria personalidade, seguir seus gostos ao se vestir e pentear. Deixá-lo seguir a profissão que deseja. Não querer sua própria realização através do filho: Aconselhar, mas não impor. Guiar, mas não cercear. Sugerir, mas não ditar. Deixar que o filho ande por seus próprios pés!

Maria Thereza Cavalheiro


MONTSERRAT
Blogueira, cronista e ativista cultural
Me encanta el tema de los sueños, yo cada noche suelo soñar y muchas veces me acuerdo, es como si viviera una película y a menudo sueño con personas a las que ni siquiera conozco.

O quizá me haya cruzado durante el día con ellas y mi memória fotográfica las haya captado en el subconciente no sé.

Yo no suelo buscar el significado a nada, pero ahora le voy contar´lo que soñé un día.

Era una época en la que tenía algunos problemas, como todo el mundo se pasan etapas.

Yo soy una persona creyente y siempre digo que para mi la Fe ha sido y es terapéutica.

Bueno pues aquella noche soñé que estaba en mi Parróquia y de pronto, levitaba y me vi abrazada a la imagen del Santo Cristo de la Luz, la imagen se desgolgaba y abrazada a ella flotaba y daba vueltas por el espacio, entonces de repente yo caía en una Oficina o Despacho.


Paso un tiempo después de haber tenido este sueño.
Y me hice voluntaria de Cáritas y la oficina es la de la Parróquia del Santísimo Cristo de la Luz, donde doy atención Primaria a los inmigrantes y personas necesitadas.

Puedo decir que soy una persona muy feliz con las pequeñas cosas y me encanta compartir con los hermanos de todas las razas, culturas y paises.

¿Seria mi sueño una premonición?.

Montserrat


5 comentários:

  1. Hola Marciano:

    Gracias por publicar mi modesto escrito, para mi ha sido un honor.

    Obrigada.
    Un abrazo, Montserrat

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  2. Gosto sempre das palavras que aqui são "impressas" ou expressas. Apesar de, também eu, ter as minhas próprias convicções, Palavra Fiandeira é um local de culto, que cultiva as sementes do amor e as divulga pelo mundo inteiro. Aqui, hoje, li e senti a alma de todos estes fabulosos homens e mulheres. Não o conseguiríamos sem ti Marciano. Beijo com carinho a todos.

    Carmen Ezequiel

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  3. Montserrat,
    A honra é minha por tê-la em PALAVRA FIANDEIRA.
    Eu que agradeço de coração a sua participação,
    Um abraço de
    Marciano Vasques

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  4. Carmen Ezequiel,
    Você é grande colaboradora de Portugal, e PALAVRA FIANDEIRA sempre espera pela sua participação, pelo seus bonitos e profundos textos, e esteja sempre por aqui.
    Um beijo,
    Marciano Vasques

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  5. Seu Marciano,

    A postagem está linda!

    Muito obrigada pelo espaço e por proporcionar a nós, leitores, um trabalho tão rico e grandioso.

    Feliz Dia dos Pais!

    Abraços

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