EDITORIAL

PALAVRA FIANDEIRA é um espaço essencialmente democrático, de liberdade de expressão, onde transitam diversas linguagens e diversos olhares, múltiplos olhares, um plural de opiniões e de dizeres. Aqui a palavra é um pássaro sem fronteiras. Aqui busca-se a difusão da poesia, da literatura e da arte, e a exposição do pensamento contemporâneo em suas diversas manifestações.
Embora obviamente não concorde necessariamente com todas as opiniões emitidas em suas edições, PALAVRA FIANDEIRA afirma-se como um espaço na blogosfera onde a palavra é privilegiada.

sábado, 16 de julho de 2011

PALAVRA FIANDEIRA — 63


PALAVRA FIANDEIRA
REVISTA DE LITERATURA
REVISTA DIGITAL LITERÁRIA
17/JULHO/2011
ANO 2 — 63

 NESTA EDIÇÃO:
ESCOBAR FRANELAS
"Meu viver é a experiência poética mais completa."
 Escobar Franelas — foto: Raquel Ramos
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Exposição de Fotopoemas—Sacramento, MG —foto: Escobar Franelas


1—Quem é Escobar Franelas?
Escritor e videomaker paulistano. Depois de muito perambular, estou quase terminando uma graduação, em História. Gosto sobretudo de livros, mas também de artes em geral, filosofia e práticas ambientais sustentáveis. É sobre esse quadrado que minha vida está estruturada.
 Escobar Franelas —gravação do CD "Sacha 60" — foto: Akira Yamasaki

2—Já nos encontramos em algumas pontas de uma corrente serena formada por poetas, jornalistas, idealistas, sonhadores, que com suas antologias, suas páginas literárias vão conduzindo essa vontade de divulgar os fazedores de poesia e arte. Entre esses amigos, o Zanoto, que nos deixou recentemente, e o Selmo Vasconcelos, de Rondônia. O que é para você, participar dessa pulsação?
É participar – como você mesmo nos diz – da essência de uma produção devotada ao “fazer”, sem que isso seja simplesmente uma submissão às exigências financeiras ou midiáticas. A maioria desse pessoal (o antigo underground, hoje não sei que palavra usar com exatidão) produz cultura e arte no sentido mais profundo, pois não estão sob sistemas, formais ou não, de dominação de mercado.
A artesania vem da experimentação, ludicidade e prazer que nos levam aos gregos, onde a arte anelava-se ao sagrado. Entendo e professo a arte assim, como o sagrado que se manifesta em vida.

3—Tive a grata alegria de estar algumas vezes com Raberuan. Poderia, por favor, contar aos nossos leitores, sobre esse artista de São Miguel Paulista, de quem tanto gosto?
 Escobar com amigos, entre os quais o cantador Raberuan
Beto Rios; Akira Yamasaki; Escobar Franelas; Raberuan e Eliel Lima — gravação do cd "Sacha 60" — foto: Ceciro Cordeiro
Raberuan é um compositor inspirado, crooner versátil e cidadão como poucos. Não é um artista deslumbrado, antes, é um militante do humano que há na arte.

4—Como você “se achou” trabalhando no mundo do audiovisual?
Iniciei no audiovisual trabalhando numa finalizadora de VHS, em 1988. O videocassete tinha acabado de chegar ao Brasil e havia uma demanda muito grande na produção de filme para o mercado doméstico. Tornei-me operador de vídeo, depois aprendi a ciência da edição de um filme, tradução, legendagem, essas coisas. Com o tempo, veio a vontade de produzir alguma coisa, dirigir... foi aí que finquei parceria com um antigo parceiro, o Gilberto Tavares, com o qual até hoje fazemos manufaturas. Atualmente, estou terminando a montagem de um vídeo experimental sobre a poesia de Dailor Varela, um poeta seminal nas letras brasileiras dos anos 60, ao mesmo tempo que estou produzindo um documentário sobre o Movimento Popular de Arte (MPA), em parceria com o Giba e o Claudemir Santos. O MPA é a principal referência quando se estuda as questões artísticas e culturais na região de São Miguel nos últimos 30 anos.

5— Considero um poema de Bandeira o mais triste e belo de nosso idioma. Sei que gosta de Bandeira, e de outros poetas. Poderia nos dizer até que ponto o contato com a escrita de poetas consagrados pode influenciar o surgimento de um novo poeta?
Quando iniciei meus escritos, imitava o Bandeira pois achava que seria mais fácil escrever como ele, em branco e sem métrica. Quanto engano! Pois se não tenho rimas e metros, tinha que ter assunto, enredo e ritmo, coisas que aprendi (ou, pelo menos, julgo ter aprendido um pouco!) com o tempo, lendo, relendo e treslendo Bandeira.
Teve um momento que pensei em desistir, pois cria que não conseguiria jamais atingir o nível deles. Hoje convivo bem – aprendi com Quintana – sendo passarinho, figurante na beleza fulgurante da poesia brasileira.
Poeta Manuel Bandeira
6—Não podemos negar os benefícios da tecnologia, mas ao ver que estamos entrando numa nova era, será que a poesia, e as artes, podem contribuir de alguma forma para o retorno, ou melhor, para que a era humanista não se vá por completo?
Nunca perderemos essa verve, fique tranquilo. O máximo que acontece às vezes é que interesses de poder e capital dominam a cena por um período. Mas como bem sabemos, o mundo, a vida, são cíclicos. No dia que perdermos totalmente as referências humanísticas, não será mais mundo, ou, pelo menos, não seremos mais gente.

7—Você se assume e se reconhece poeta, “mesmo quando não está escrevendo”. O que é exatamente isso, o que significa se sentir poeta, ter essa consciência de ser?
Sou poeta não porque escreva poesia. Meu viver é a experiência poética mais completa. Isso é o que chamo irmanar a arte com o sagrado. Sempre defendo a idéia de que pode-se ser visceralmente poeta tomando café numa padaria barulhenta às sete da manhã, ou vivendo a intensidade do amor, mesmo que não se profira palavra alguma.
 Escobar Franelas —gravação do CD "Sacha 60" — foto: Akira Yamasaki

8— Você é fotógrafo, é artista audiovisual, é perfomance ambulante, é um camelô a repartir com as luzes da cidade a poesia que está no que pode ser imperceptível no cotidiano, mas pode também jorrar nos olhos de quem se atrever. A poesia é necessária em nossos dias, em nossa sociedade?
Poesia é necessidade orgânica. E, tal como o ar, só sentimos falta dela quando deixamos de “respirá-la” ou quando a sorvemos com as sujeiras que alguém lançou sobre ela.

9—Facebook e outros virtuais inauguraram uma nova era, sem dúvida. Em todos os sentidos. A criança que tem 9 anos, mas 20 no Orkut, etc. Como você traduz essa nova realidade que surge trazendo um novo espírito para a época?
Eu não ousaria traduzir, mas admito minha estupefação. Esse é o transe, a nova perspectiva que não foi dominada totalmente pelos capitalistas de plantão. O Cláudio Prado repete sempre esse bordão, as redes sociais no ambiente holográfico da internet são o novo parque de diversão, o pique-esconde que brinquei e meus filhos não brincam mais. Há uma nova maneira de ligar-se ao outro, novas formas de comunicação que fogem ao contexto de quem cresceu dependendo do mundo físico.

10—Se tivesse que escolher um de seus poemas para o nosso leitor, com qual nos brindaria?
Para não cansar os desavisados, vou com um de meus haicaos, bem curtinho:
A mobília imobiliza / a sala de estar / invente andar” (Tráfego)

11—O que seria para você o clímax poético?
É como o orgasmo, você não o explica. Mas vivencia a plenitude de seu acontecimento. Como explicar a densidade de Clarice Lispector, hein? Como colocar em palavras o que sinto quando leio Drummond? Não dá. Tudo o que falo de Borges, ainda assim não é o Borges legítimo, no original, que, aliás, todos deveriam ler – completo – pelo menos uma vez na vida.
 
Clarice Lispector
Clarice Lispector (divulgação)
12—Tem quem se supõe estrela por ter publicado o seu primeiro trabalho artístico, tem quem não consegue aceitar o outro, pelo fato de o outro não pertencer ao seu grupo, e tem aquele que apenas quer produzir arte, e seguir em frente, tentando embelezar o mundo, os corações e às consciências, e ainda tem os que “utilizam” a própria arte para denunciar as injustiças, etc... Onde vamos encontrar Escobar Franelas?
Putz. Questão difícil essa... Não sei falar de Escobar Franelas. Sabia que até inventei um alter-ego (e ainda por cima feminino!), só para tentar dialogar comigo? Chama-se Maria Dumário e desempenha o papel de psicanalista.
Então, vou pedir para ela responder essa questão. Bem, ela diz que Escobar é pura ficção, mentira das bravas! E pede para você tomar cuidado com ele. (hehehe)
Mas, tomando o microfone dela para retomar a palavra, digo que gosto mesmo é de escrever. A experiência de publicar não me realizou, como eu tinha imaginado. É bonito viver essa situação, os amigos, a festa, o reconhecimento. Mas gostoso mesmo, é ser surpreendido por uma idéia e dela se tornar prisioneiro, até que a coloque no papel.

13—Você tem um carinho especial pelos blog como espaço de cultura, de consciência, como “uma sala de leitura”. O que representa exatamente a blogosfera para você? E terá ela vida longa? Por quê?
É a nova sala de leitura, mais interativa, dinâmica, imprevisível. Sem dúvida ela representa a biblioteca. Hoje temos várias “alexandrias” a um clique dos dedos, e – incrível – não nos damos conta.

14—Certa vez eu comentei que era escritor, e alguém perguntou: qual o seu livro? Eu respondi que não tinha livro publicado, a pessoa murchou, mas eu continuei sendo escritor. Tem algo a dizer sobre isso?
Vejo duas saídas para questões como essa: tentar convencê-lo de que há erros em sua interpretação, ou dar de ombros e sair de perto. Na maioria das vezes, prefiro a segunda alternativa, que é mais rápida e facilmente aplicável.

15—Tenho um apreço especial pelos jornais de bairro, os jornais regionais. Acredita que, de um modo geral, quem tem paixão pela liberdade, busca a sua alma no jornal?
Acho que os jornais são instrumentos muito importantes para a construção do espírito democrático. Embora as instituições religiosas e a ladroada política usem sempre no sentido contrário.

16—Sempre me sopra uma alegria no coração ao ouvir falar de Akira, de Raberuan, de Jocélio Amaro, que nós, os Vasques, amamos, e também Sacha, e outros. Vocé é oriúndo do Movimento Popular de Arte, de São Miguel Paulista, terra de Antonio Marcos? Poderia contar aos leitores, de forma resumida, a história dessa história?
Nunca fui do MPA. Até me aproximei deles em 1998, 99, quando já fazia uns 13 anos que o movimento tinha implodido. Mas colho até hoje as benesses de conviver com gente tão interessante. O MPA nasceu mais ou menos em 1978, fruto de um interesse popular que discutia cultura e arte na região. Ajuntamentos humanos – como sempre repete o Luiz Alberto Mendes – sempre produzem cultura, “somos homos culturalis”, e vários artistas juntos (discutindo arte!), só poderia dar no que deu: um corolário de produção, com muita música, teatro, poesia, artes plásticas e mais, com vigor, inspiração e muita disposição. Por questões diversas, o movimento perdeu um pouco da força com o passar do tempo, mas nos legou uma história de lutas e conquistas. Tanto que Edvaldo Santana, Akira Yamasaki, Sueli Kimura, Sacha Arcanjo, Ceciro Cordeiro, Raberuan, Zulu de Arrebatá, Osnofa, Gildo Passos, Artênio Fonseca, Cláudio Gomes, Nelson Mouriz e muitos outros continuam aí, compondo, fazendo shows, se apresentando, escrevendo, pintando.

17—Pode revelar alguns de seus projetos?
Em literatura, acabei de finalizar um romance, “Antes de Evanescer”, que está na revisão. Vou atrás de editora pois espero publicá-lo ainda esse ano. E tem mais dois livros de poesia e um de contos, mas estes ficarão para depois.
Em audiovisual, estou finalizando um curta metragem experimental cujo enfoque é a poesia de Dailor Varela (ícone do movimento Poema-Processo), e fazendo as captações de imagens para o documentário sobre o MPA, que pretendo lançar no ano que vem.
Também estou publicando muito material na internet, para a revista Ounão (http://www.revistaounao.com.br/), para o Fora do Eixo (http://foradoeixo.org.br/), que é um circuito de produção independente e para a União Brasileira dos Escritores – UBE (http://www.ube.org.br/).

18—Acompanho as suas andanças, e essa persistência de Soldadinho de Chumbo é algo encantador. Qual foi o seu primeiro livro publicado?
A primeira participação foi na Antologia Poética de Pinheiros(Scortecci, SP), em 1988, com dois poemas de dar dó. Essas coletâneas são ótimas pra isso, você aprende muito convivendo com outros que praticam a mesma arte. Depois vieram outras antologias até que consegui lançar meu único livro-solo, em 1998, “hardrockcorenroll”.
Após isso, aconteceram outras coletâneas e até alguns prêmios literários.
Hoje, contudo, meu interesse maior está nas dimensões e ferramentas da cultura digital. É por esse caminho que estou me enveredando cada vez mais.

19—Era uma vez um tempo em que não havia bastidores na vida artística e musical no Brasil e nossa função, segundo alguém comentou, seria a de aplaudir e até, em certos casos, idolatrar, e a internet acabou com isso. Acredita que estamos mais próximos de uma compreensão mais ampla da importância da arte?
Não creio. Acho que surgirão sempre maneiras de tornar qualquer arte rarefeita. É o contraponto natural de qualquer tipo de expressão. Sempre há uma face mais elaborada e outra com apelo mais popular.
Agora, se entendi bem sua questão, vou ao cerne: muitas vezes leio textos, ouço cd, vejo encenações, quadros, tudo de colegas ou pares, e minha opção é não comentar. Por quê? Porque fico em dúvida quanto à qualidade destas obras. Prefiro, nesses casos, guardar silêncio. É evidente que muitas vezes o silêncio é outro, por falta de tempo para fazer um texto bom.
Quando minha humilde compreensão permite enxergar qualidades no trabalho – e há tempo para escrever um texto que dignifique este trabalho – sou o primeiro a “botar a boca do trombone.” Imagina, o artista é bom, não tem retorno de mídia e eu vou campactuar com isso? Sem chance! Alardeio, cito, comento, divulgo, sim senhor! Para isso a internet é ótima.

20—Você teve uma exposição de fotopoemas. Onde e quando isso aconteceu? Pode nos dizer sobre?
A pré-estreia foi em 25 e 26 de junho, quando participei do Festival de Inverno do Parque Náutico de Jaguara, em Sacramento, MG. A estréia mesmo será em 29 de julho próximo, n´A Casa Amarela (http://www.acasaamarela.net/), num sarau que unirá várias linguagens artísticas. Depois disso, ficarão expostos lá por um mês.
Os fotopoemas nasceram de uma combinação não prevista. Sempre uso a câmera de meu celular par fazer fotografias inusitadas. Com o tempo, percebi que elas poderiam dialogar com os poemas curtos que pratico, os “haicaos”. Daí para o casamento entre eles, foi um passo relativamente curto.


21—A partir dessa edição, PALAVRA FIANDEIRA sempre terá 22 perguntas. E você é o primeiro nisso. Poderia, num exercício poético dizer 22 palavras. Apenas isso, 22 palavras?
A palavra, seu processo e seu clímax, obedecem apenas à emoção e ao intelecto. Nessa trama, cria vida quando torna-se teia: fiandeira!”

22. Que mensagem deixará aos leitores da sua PALAVRA FIANDEIRA?
Amem!” “Amém.”

 
ANDANÇAS
COHAB II (Itaquera) — foto: Escobar Franelas


POESIA
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PALAVRA FIANDEIRA
Fundada por Marciano Vasques
A entrevista de Escobar Franelas foi concedida 
ao escritor Marciano Vasques

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quarta-feira, 13 de julho de 2011

PALAVRA FIANDEIRA — 62



PALAVRA FIANDEIRA
REVISTA DE LITERATURA
REVISTA DIGITAL LITERÁRIA
13/JULHO/2011
Ano 2 — Nº62

NESTA EDIÇÃO:
REGINA SORMANI 

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1—Quem é Regina Sormani?

Lembro-me que vc já fez essa pergunta certa vez. Eu respondi que sou uma pessoa que não desiste nunca. É verdade e quero acrescentar que, além disso, aprecio as coisas simples, tais como a vida no campo. Adoro cuidar do meu jardim, minha horta e pomar. E, estando ao lado da minha família, isso me deixa ainda muito mais feliz.

Escritora Regina com o filho artista


2—Você completa o seu mandato de coordenadora da Regional da AEILIJ de São Paulo. Diga primeiro aos leitores, por favor, o que é a AEILIJ:

    A AEILIJ é a associação de escritores e de ilustradores de literatura infantil e juvenil que está completando 12 anos e da qual eu e você somos associados.



3—Ao sair da coordenação, qual a lembrança mais feliz que levará com você?

    Uma boa lembrança é a da conquista de um espaço para os associados dentro do Estande das Entidades Apoiadoras, a convite da CBL, durante a Bienal do Livro de 2010 em SP. Foi muito prazeroso ver escritores e ilustradores de Sampa e das demais regionais, ali reunidos, mostrando seu trabalho, autografando, recebendo os leitores.



4—Uma das realizações da sua gestão foram as homenagens na Assembleia Legislativa. Tatiana Belinky, Nelly Novaes Coelho são alguns dos contemplados nesses eventos. Diga o que significou esse projeto para você e como surgiu a ideia.

    A idéia inicial veio do escritor Edson Gabriel. Ele trabalha na Assembleia Legislativa de São Paulo com o deputado Giannazi que, por sua vez, gentilmente, nos ofereceu sua ajuda. Dessa forma, formamos uma bela parceria e, durante quatro anos desenvolvemos um projeto de homenagens à personalidades ligadas à literatura. Essa foi uma importante iniciativa da regional paulista da AEILIJ.
     Regina com o escritor e colaborador Edson Gabriel
    5—Você teve várias iniciativas, e fez brotar páginas importantes no blog, algumas criadas pelos próprios participantes, e aglutinou em torno delas alguns bons colaboradores. Poderia falar um pouco sobre uma delas, o Pé de Meia Literário, que foi mantido por Edson Gabriel, através de crônicas. Essa página, o que ela representou para você?
    Convidei o Edson para ser colaborador do blog paulista e ele aceitou, criando a página Pé de Meia Literário. Ele é um excelente escritor, viaja bastante, faz palestras, está sempre trazendo matérias oportunas e interessantes para o blog.





6—Antes de se tornar autônoma, PALAVRA FIANDEIRA surgiu amparada no blog que você tão bem administrou. Como foi uma leitora da revista, poderia dizer quais as entrevistas que lhe foram de alguma forma marcantes, tirando a sua, naturalmente?



Sou fã da PALAVRA FIANDEIRA, você sabe. As primeiras entrevistas, com a Tatiana Belinky e o Bartolomeu Campos Queirós me cativaram pela sua espontaneidade e simpatia.



7—Pude notar um carinho todo especial de sua parte para a página CANTO&ENCANTO DA POESIA, o que traduziu uma queda sua pela poesia infantil, isso confere?



    Sim, o Canto&Encanto é a minha página, porque eu realmente gosto de me comunicar pela poesia. Entretanto, preferi abrir a página a todos os associados que queiram enviar seus poemas. Você já esteve por lá, lembra?





8—Seu VICE&VERSA reuniu autores, ilustradores, editores, e, isso que foi a novidade, um entrevistando o outro. Agora que está deixando a coordenação da regional, que destino pretende dar para o VICE&VERSA? Pode revelar algo nesse sentido?

    O Vice-Versa tem recebido muitos elogios. É mesmo uma novidade, com os dois participantes entrevistando um ao outro. Em agosto, o Vice completará três anos, sem falhar uma vez sequer. Se eu tiver alguma novidade a respeito, com certeza divulgarei.



9—Sem dúvida, além do seu envolvimento com questões importantes para os escritores e os ilustradores, sua participação em encontros na CBL e outros, o blog foi alvo de muita atenção, muito esmero, zelo e carinho. Tem algumas novidades para ele, agora que não mais atuará como coordenadora?

    Como todos sabem, convidei novas colaboradoras para o blog paulista. Espero por novas páginas, matérias interessantes, muito movimento mesmo. Minha espectativa é que surjam mais e mais seguidores, e que as visualizações, superem em breve a casa das 20.000. Já atingimos mais de 19.000. O blog paulista recebeu pelo terceiro ano consecutivo o selo Top Blog, ou seja a terceira indicação para o prêmio.

10—Sua ideia do conto coletivo, o “Primavera em Sampa”, acabou resultando num “Almanaque”. Poderia, por favor, nos contar essa trajetória, desde a ideia inicial.



Convidei os associados de Sampa para criar contos coletivos em 2009 e 2010. Em homenagem a eles e à cidade que acolhe a todos, o projeto foi denominado Contos Coletivos Primavera em Sampa. Para abrigar os textos, montei uma revista virtual que batizei de Almanaque Primavera em Sampa cujo terceiro número já está saindo.



11— Quais foram as grandes alegrias durante a sua coordenação da Regional? Você se sentiu plenamente realizada? Tem algo que gostaria de ter feito e não conseguiu?



    Olha, tenho certeza absoluta de ter tentado fazer sempre o melhor para associação e associados. Gostaria, sim de ter realizado mais eventos, feiras, exposições. Utilizei a lista regional e o blog como instrumentos para aproximar escritores e ilustradores que até pouco tempo mal se conheciam. Mas, na realidade, nunca foi fácil. São Paulo, com quase oitenta associados ainda não tem autonomia financeira e esse fator pesa muito, na hora de agilizar um projeto, realizar uma viagem ou evento importante.



12—O blog é acompanhado por muitos seguidores e se tornou um centro irradiador da presença dos autores em São Paulo. Isso certamente a transborda de orgulho. Pode nos falar sobre essa sensação?



É verdade que o blog paulista é um sucesso. Aos que iniciam agora a montagem e desenvolvimento de um blog, quero dar uma dica: O blog do EU SOZINHO, não vai emplacar. Façam parcerias, abram páginas e o coração, convidem colaboradores, compartilhem.



13— Um dos lances mais procurados no blog é o MURAL,conduzido pelo Danilo Marques, que traçou sempre um painel do que acontece no mundo literário e cultural de Sampa. Você também esperava pelas notícias do MURAL?



    Quando comecei a montar o blog paulista chamei o ilustrador Danilo Marques e sugeri um mural para noticiar lançamentos, palestras e todo o tipo de eventos que fazem parte da vida do autor( escritor e ilustrador) Entendi que era uma página muito importante e pedi ao Marchi pra criar um logo que lá está até hoje. Outra página que caiu no gosto do leitor foi a Página do Ilustrador, da qual me orgulho bastante. Conforme você tem conhecimento, tenho dois ilustradores em casa: o Marchi e a Raquel, minha filha que desenha moda.



14—Pessoas novas surgiram, bons amigos, gente que se revelou, como Simone Pederson. Eis uma das conquistas do blog e da sua atuação. Aproximar pessoas, enlaçar autores com o laço da amizade. Esse foi de fato também um de seus objetivos?

    Sem dúvida. Eu me empenhei muito para fazer com que os escritores e ilustradores do interior do estado e litoral participassem das reuniões, dos eventos e do blog. Temos profissionais excelentes e participativos. Deixo um beijo pra todos.



15—Para fechar nossa entrevista, poderia nos deixar aqui um balanço geral de sua atuação e também os seus agradecimentos aos colaboradores, e tudo o mais que considerar importante dizer?

    Veja, já fiz minha despedida da coordenação regional na nossa lista e o pessoal me respondeu, em peso, com muito carinho. Pra mim, essa manifestação foi o suficiente para acreditar que meu trabalho foi reconhecido.

Regina entre amigos, escritores e ilustradores, em evento na livraria CORTEZ



16— PALAVRA FIANDEIRA inaugura uma nova fase, com entrevistas mais curtas. Em vez de 26 perguntas, que era a média norteadora da publicação, agora teremos menos perguntas. E você é a primeira entrevistada nessa nova fase. Falando nisso, o que achou da PALAVRA FIANDEIRA em seu novo formato, o formato revista, que continuará simultaneamente com o formato blog?



    Muito linda a PALAVRA em seu novo formato, com a qualidade de sempre, claro.

Capa da primeira edição de PALAVRA FIANDEIRA em seu novo formato



17—Que palavras deixará aos novos coordenadores da Regional de Sampa?



Houve mudanças em algumas coordenações regionais e agora, Sampa tem duas

coordenadoras. Acredito que, em dupla, haverá uma maior oportunidade para realizar bons trabalhos, dar uma atenção especial aos associados. Espero, com sinceridade que superem minha gestão em qualidade, generosidade e doação







18— E que mensagem deixa aos leitores de PALAVRA FANDEIRA?



    Queridos leitores da PALAVRA FIANDEIRA! Parabéns pelo bom gosto! PALAVRA está cada vez melhor.Quero convidá-los para conhecer minha nova revista virtual. Acessem: HTTP://almanaqueprimaveraemsampa.blogspot.com



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PALAVRA FIANDEIRA
Fundada pelo escritor Marciano Vasques

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