EDITORIAL

PALAVRA FIANDEIRA é um espaço essencialmente democrático, de liberdade de expressão, onde transitam diversas linguagens e diversos olhares, múltiplos olhares, um plural de opiniões e de dizeres. Aqui a palavra é um pássaro sem fronteiras. Aqui busca-se a difusão da poesia, da literatura e da arte, e a exposição do pensamento contemporâneo em suas diversas manifestações.
Embora obviamente não concorde necessariamente com todas as opiniões emitidas em suas edições, PALAVRA FIANDEIRA afirma-se como um espaço na blogosfera onde a palavra é privilegiada.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

PALAVRA FIANDEIRA 142

E a arte, sem a menor sombra de dúvidas, foi a forma que eu escolhi, 
ou fui escolhida, para expressar-me. 


PALAVRA FIANDEIRA

ARTE, EDUCAÇÃO, LITERATURA
Publicação digital de divulgação cultural
EDIÇÕES MENSAIS
ANO 5 — Edição 142
DEZEMBRO 2013
PAULA OLIVEIRA


    1.Quem é Paula Oliveira?
    Sonhadora, idealista e muita envolvida com que faz. Sou uma pessoa que tem uma enorme necessidade de se expressar, e que gosta de fazê-lo por meio da Arte e da Comunicação.


    2. Estudou Teatro e Cinema. Quando e de que forma surgiu em sua vida esse gosto pela arte de representar?
    Lembro-me que desde pequena meu pai sempre incentivava o gosto pela dança, pela música, teatro e leitura. Quando eu e minha irmã éramos bem pequeninas, a gente se reunia nos momentos de lazer e meu pai passava o projetor com filminhos daqueles de rolo, sabe, os rolos antigos? Víamos filmes infantis, e isso me marcou muito. Lembro até hoje de uma das histórias: a da tartaruga que era órfã, nascida e criada pela mamãe galinha. Ela vivia com os seus irmãos pintinhos, e era muito meiga, carinhosa, tudo fazia para agradar seus irmãozinhos. Porém, nas brincadeiras do dia a dia, ela se atrapalhava porque andava muito devagar, sempre ficando para trás. Por isso os pintinhos a excluíam das brincadeiras e zombavam dela. Até que um dia, os pintinhos brincavam num barquinho de papelão, e caíram na água, iam se afogar. E foi ela, a tartaruga corajosa, quem conseguiu salvá-los um a um. A partir desse dia, todos os irmãozinhos pintinhos passaram a respeitá-la. Essa é uma das muitas histórias que me cativaram na infância. Também nessa época, meu pai gostava de gravar a gente cantando músicas e recitando poesias, e também no Natal era uma tradição criarmos peças de teatro em casa e apresentar. Essas referências colaboraram muito para desenvolver o gosto pelas artes e para minha formação. Foram momentos familiares muito felizes. Tanto me influenciaram que ainda pequena eu já fazia Ballet Clássico, porque já apreciava a música, a dança, as diversas formas de expressão. Quando cresci, estudei Teatro com Emílio Fontana. Depois fiz vários outros cursos de interpretação, com Marcelo Travesso e Wolf Maia. Depois que me formei como atriz, fiz Jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, e fui qualificando na área de Cinema e TV. Fiz Curso de direção de fotografia em Película; porque eu queria aprender o básico para interagir com um diretor de fotografia na hora de dirigir um filme por exemplo. E também fiz curso de direção de cinema, na Academia Internacional de Cinema. E é assim, a gente não pode parar, sempre há o que aprender, e é isso o que me alimenta e motiva.

    3. Um trabalho realizado por você no cinema é "A Travessia da Serra que Chora", dirigido pelo Zeca Portela. Pode contar aos leitores da FIANDEIRA essa sua experiência e falar algo sobre o filme?
    Foi uma produção grande, realizada por meio de uma parceria entre a TV Aparecida e a TV Século 21. Eu fiz a produção executiva do filme, e posso afirmar que foi uma experiência única, inesquecível para todos que participaram deste processo. Éramos uma equipe técnica com mais de 60 pessoas, além dos atores. Foram 20 dias de gravação entre externas e locações fixas. O início das captações ocorreu na cidade de Itanhandu, MG. Depois seguimos pelo caminho da fé, percorrendo uma boa parte do trajeto realizado pelos romeiros. Terminamos as gravações com locações no Gomeral, em Guaratinguetá, e em Aparecida, SP. Foi uma jornada fascinante, porque em nosso íntimo, fizemos também uma caminhada interior paralelamente ao filme. O nome do filme A Travessia da Serra que Chora se deu por conta da Lenda da Serra que Chora, e que fala da origem das cachoeiras no meio das serras de Minas Gerais. Conta a lenda que havia uma princesa encantada da Brava Tribo Guerreira do Povo Tupi, e que ela se apaixonou pelo Sol. Proibida de viver esse amor, ela foi aprisionada pelo Tupã nas montanhas. Ela chorou rios de lágrimas, Rio Verde, Rio Passa-Quatro, Rio Quilombo, Rios de águas límpidas. Seu povo esqueceu seu nome, mas chamou de Amantigir, a “Serra-que-chora”, Mantiqueira, a montanha que a cobriu…Conta a lenda que foi assim… Neste link, algumas informações sobre essa linda lenda. http://www.serraquechora.com.br/a-pousada/lenda-mantiqueira-que-chora/ A história do filme narra a trajetória de uma família quase destruída pelos acasos da vida. Até que o personagem central dessa família, o Zé, em busca de uma solução para os problemas em casa, faz um pedido a Nossa Senhora, e promete ir a pé de sua cidade até o Santuário de Aparecida, caso seu pedido seja ouvido. Sua oração é atendida de maneira surpreendente, então ele precisa começar sua jornada. O que ele não imaginava é que esta caminhada mudaria sua vida para sempre. Gravado em meio à natureza exuberante da Serra da Mantiqueira, o filme conta a história emocionante onde a fé e a perseverança resgatam os valores mais importantes da vida. Uma história de fé, linda e muito humana. Tivemos o apoio da Prefeitura de Itanhandu, em Minas Gerais, e de várias marcas regionais, como a Cibal que produz o guaraná chamado Guaranita e investiu uma verba em dinheiro, além de outras marcas que nos apoiaram com permutas, como por exemplo a Ecila Laticínios, além de Restaurantes e Hotéis que nos acolheram. O filme está disponível no Youtube.
    4. É atriz. Atua nos palcos. Tem algum personagem, entre todos, que possa ter deixado em você uma predileção ou uma impressão marcante?
    Todos os trabalhos foram muito importantes, porque marcaram um momento profissional e um caminho de aprendizado. Mas creio que o primeiro trabalho em TV, no programa de humor dirigido por Newton Travesso, o “Só Risos na Praça”, na TV Bandeirantes, foi marcante, por iniciar-me no universo da TV. E, ao longo da minha trajetória profissional, gostei muito da oportunidade de fazer no teatro a personagem Luíza, adaptação da Obra de Eça de Queiroz, O Primo Basílio. Uma montagem linda, que exigiu muito preparo para ficar 1 hora 40 minutos no palco o tempo todo... Eu não saía de cena. Essa peça e personagem marcaram tanto, que em 2014, retorno com esse espetáculo, outra montagem, outro diretor. Uma nova fase, após 12 anos! 


5. É responsável por um quadro na Paulinas no qual entrevista personalidades do mundo literário. Pode nos falar sobre esse trabalho?
    O programa de entrevista, anteriormente, era um quadro dentro de um programa de TV. Era exibido na TV Aparecida. Mas antes de virar um quadro de entrevistas, era um quadro formato de merchandising, no qual a apresentadora, no caso eu, falava diretamente sobre o produto que seria divulgado no dia. Foi então, que fiz a proposta de mudarmos esse formato e fazermos um programa de entrevista, no qual escritores, ilustradores e produtores, falassem sobre suas obras, mas principalmente, sobre suas histórias de vida e pensamento. Uma forma de mostrar a pessoa por trás do trabalho. Para conferir basta entrar no site da Paulinas TV, e lá, buscar Dica Paulinas. Ou no meu canal no Youtube.
Cartunista Fê entrevistado por Paula Oliveira ©
    6. Tem um projeto de longa-metragem. Quando teremos esse grande acontecimento em sua vida?
    O filme vai apresentar situações cotidianas, rotineiras, porém, profundamente humanísticas e existenciais... Um filme otimista, que terá humor, sensibilidade e emoção...creio que as pessoas vão se identificar bastante e por meio dessa história, repensar valores de vida. Tem muito da minha história, mas não é autobiográfico. Não posso falar muito ainda sobre esse projeto porque ainda não terminei o roteiro! Mas é um projeto que pretendo realizar em 2015!
    7. É também coordenadora de projetos audiovisuais na TV APARECIDA? Como é esse seu trabalho?
    Trabalhei durante três anos como coordenadora de projetos audiovisuais na TV Aparecida. Mas atualmente, estou na Editora Paulinas.

    8. Além do teatro e do cinema, tem uma terceira paixão, que é o jornalismo. Em que medida as três se entrelaçam em sua vida?
    Na minha cabeça, tudo está interligado. A jornalista faz a pesquisa, busca a informação e escreve a história. A atriz atua nas diversas áreas *(TV, teatro, cinema) e essa formação ampla, me permite tanto ser melhor como entrevistadora ou apresentadora, como inclusive dirigir um filme com mais propriedade, porque entendo o lado do ator e da roteirista. Também desenvolvo trabalho musical há muitos anos. O grupo do qual faço parte se chama MB (Modo Brasileiro). São músicas regionais, estilo MPB, porém o trabalho que desenvolvemos ainda é mais de Raiz. Eu creio que na arte e na comunicação não existem fronteiras. Porque tudo na vida comunica... tudo é comunicação. E a arte, sem a menor sombra de dúvidas, foi a forma que eu escolhi, ou fui escolhida, para expressar-me. Sempre que aceito um desafio profissional ou escolho uma tarefa penso: tem de haver o amor e envolvimento: eu não consigo realizar nada sem essa entrega. É como me sinto feliz...

    9. Também atua como publicitária. Poderia nos expôr como ingressou nesse universo da publicidade?
    Trabalhei em uma agência de Publicidade, chamada Aspas Comunicação. Muito do aprendi em publicidade veio da prática nesta agência, em 2006. Lá tive a oportunidade de fazer o roteiro do filme Institucional e comemorativo dos 50 anos da Scania no Brasil, narrado por Paulo Goulart. Foi o primeiro roteiro significativo que fiz. Depois passei a trabalhar com televisão, eu fazia coordenação de projetos audiovisuais. O campo ampliou-se, e naturalmente, passei a criar filmes e roteiros para comerciais de TV, e dirigir as gravações dos filmes publicitários. Esse filme está no meu canal do You tube!
    Comercial de Natal na Paulinas
    10. Pergunta já datada: de acordo com o avanço e consolidação da era tecnológica, acredita no fim da era do livro de papel?
    Não. Acho que apesar de toda a tecnologia, não existe relação que apague o contato com o papel, o ler folheando as páginas. Com os livros digitais apenas ampliam-se as possibilidades da leitura.

    11. Você é muito fiel aos amigos. A amizade é, para você, um tesouro na vida? Diante dessa questão, ainda é insuperável uma amizade na vida real?
    Os amigos de verdade são para todos os momentos: alegres e tristes. Eles te consolam quando você perde um emprego, um parente, te consolam quando uma relação termina. E comemoram as vitórias ao seu lado. Acho que o laço entre os verdadeiros amigos é um laço puro, sem interesses. Assim como a relação familiar, o amor de pai, mãe e irmãos. Amigos são familiares que a gente escolhe. E sempre nos surpreendemos com eles. Ter amigos de verdade é uma dádiva e te dão o calor humano e tranquilidade de sentir-se em casa!


    12. Tem uma estreia para o início de 2014. Qual é a peça? E qual sua expectativa para esse trabalho?
    Entro em cartaz com a peça O Primo Basílio, dia 27 de fevereiro. No Teatro ETA, rua Major Diogo, 547. Já deixo meu convite a todos os leitores da PALAVRA FIANDEIRA. Aguardo vocês lá!

    13. Deixe aqui a sua mensagem final. Qual a sua PALAVRA FIANDEIRA?
    Viver com amor, simplicidade, aberto ao novo, não acomodar-se com o que não faz feliz, e não deixar de acreditar e buscar os sonhos... Sempre valorizar cada momento vivido. E principalmente, pensar COLETIVO. Porque não estamos sós. Felicidade é pra todos.
Na estreia do filme Diário de Um Simples Poeta, no Cine Olido ©



Com o escritor José Arrabal ©



PALAVRA FIANDEIRA
Publicação de divulgação literária e artística
ANO 5 — 142 — EDIÇÃO PAULA OLIVEIRA
DEZEMBRO DE 2013
PALAVRA FIANDEIRA:
Fundada pelo escritor Marciano Vasques

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