E a arte, sem a menor sombra de dúvidas, foi a forma que eu escolhi,
ou fui escolhida, para expressar-me.
PALAVRA FIANDEIRA
ARTE, EDUCAÇÃO, LITERATURA
Publicação digital de divulgação cultural
EDIÇÕES MENSAIS
ANO 5 — Edição 142
DEZEMBRO 2013
PAULA OLIVEIRA
1.Quem
é Paula Oliveira?
—
Sonhadora, idealista e muita
envolvida com que faz. Sou uma pessoa que tem uma enorme necessidade
de se expressar, e que gosta de fazê-lo por meio da Arte e da
Comunicação.
2.
Estudou Teatro e Cinema. Quando e de que forma surgiu em sua vida
esse gosto pela arte de representar?
—
Lembro-me que desde pequena meu pai
sempre incentivava o gosto pela dança, pela música, teatro e
leitura. Quando eu e minha irmã éramos bem pequeninas, a gente se
reunia nos momentos de lazer e meu pai passava o projetor com
filminhos daqueles de rolo, sabe, os rolos antigos? Víamos filmes
infantis, e isso me marcou muito. Lembro até hoje de uma das
histórias: a da tartaruga que era órfã, nascida e criada pela
mamãe galinha. Ela vivia com os seus irmãos pintinhos, e era muito
meiga, carinhosa, tudo fazia para agradar seus irmãozinhos. Porém,
nas brincadeiras do dia a dia, ela se atrapalhava porque andava
muito devagar, sempre ficando para trás. Por isso os pintinhos a
excluíam das brincadeiras e zombavam dela. Até que um dia, os
pintinhos brincavam num barquinho de papelão, e caíram na água,
iam se afogar. E foi ela, a tartaruga corajosa, quem conseguiu
salvá-los um a um. A partir desse dia, todos os irmãozinhos
pintinhos passaram a respeitá-la. Essa é uma das muitas histórias
que me cativaram na infância. Também nessa época, meu pai gostava
de gravar a gente cantando músicas e recitando poesias, e também
no Natal era uma tradição criarmos peças de teatro em casa e
apresentar. Essas referências colaboraram muito para desenvolver o
gosto pelas artes e para minha formação. Foram momentos familiares
muito felizes. Tanto me influenciaram que ainda pequena eu já fazia
Ballet Clássico, porque já apreciava a música, a dança, as
diversas formas de expressão. Quando cresci, estudei Teatro com
Emílio Fontana. Depois fiz vários outros cursos de interpretação,
com Marcelo Travesso e Wolf Maia. Depois que me formei como atriz,
fiz Jornalismo na Universidade São Judas Tadeu, e fui qualificando
na área de Cinema e TV. Fiz Curso de direção de fotografia em
Película; porque eu queria aprender o básico para interagir com um
diretor de fotografia na hora de dirigir um filme por exemplo. E
também fiz curso de direção de cinema, na Academia Internacional
de Cinema. E é assim, a gente não pode parar, sempre há o que
aprender, e é isso o que me alimenta e motiva.
3.
Um trabalho realizado por você no cinema é "A Travessia da
Serra que Chora", dirigido pelo Zeca Portela. Pode contar aos
leitores da FIANDEIRA essa sua experiência e falar algo sobre o
filme?
—Foi
uma produção grande, realizada por meio de uma parceria entre a TV
Aparecida e a TV Século 21. Eu fiz a produção executiva do filme,
e posso afirmar que foi uma experiência única, inesquecível para
todos que participaram deste processo. Éramos uma equipe técnica
com mais de 60 pessoas, além dos atores. Foram 20 dias de gravação
entre externas e locações fixas. O início das captações ocorreu
na cidade de Itanhandu, MG. Depois seguimos pelo caminho da fé,
percorrendo uma boa parte do trajeto realizado pelos romeiros.
Terminamos as gravações com locações no Gomeral, em
Guaratinguetá, e em Aparecida, SP. Foi uma jornada fascinante,
porque em nosso íntimo, fizemos também uma caminhada interior
paralelamente ao filme. O nome do filme A Travessia da Serra que
Chora se deu por conta da Lenda da Serra que Chora, e que fala da
origem das cachoeiras no meio das serras de Minas Gerais. Conta a
lenda que havia uma princesa encantada da Brava Tribo Guerreira do
Povo Tupi, e que ela se apaixonou pelo Sol. Proibida de viver esse
amor, ela foi aprisionada pelo Tupã nas montanhas. Ela chorou rios
de lágrimas, Rio Verde, Rio Passa-Quatro, Rio Quilombo, Rios de
águas límpidas. Seu povo esqueceu seu nome, mas chamou de
Amantigir, a “Serra-que-chora”, Mantiqueira, a montanha que a
cobriu…Conta a lenda que foi assim… Neste link, algumas
informações sobre essa linda lenda.
http://www.serraquechora.com.br/a-pousada/lenda-mantiqueira-que-chora/
A história do filme narra a trajetória de uma família quase
destruída pelos acasos da vida. Até que o personagem central dessa
família, o Zé, em busca de uma solução para os problemas em
casa, faz um pedido a Nossa Senhora, e promete ir a pé de sua
cidade até o Santuário de Aparecida, caso seu pedido seja ouvido.
Sua oração é atendida de maneira surpreendente, então ele
precisa começar sua jornada. O que ele não imaginava é que esta
caminhada mudaria sua vida para sempre. Gravado em meio à natureza
exuberante da Serra da Mantiqueira, o filme conta a história
emocionante onde a fé e a perseverança resgatam os valores mais
importantes da vida. Uma história de fé, linda e muito humana.
Tivemos o apoio da Prefeitura de Itanhandu, em Minas Gerais, e de
várias marcas regionais, como a Cibal que produz o guaraná chamado
Guaranita e investiu uma verba em dinheiro, além de outras marcas
que nos apoiaram com permutas, como por exemplo a Ecila Laticínios,
além de Restaurantes e Hotéis que nos acolheram. O filme está
disponível no Youtube.
4.
É atriz. Atua nos palcos. Tem algum personagem, entre todos, que
possa ter deixado em você uma predileção ou uma impressão
marcante?
—
Todos os trabalhos foram muito
importantes, porque marcaram um momento profissional e um caminho de
aprendizado. Mas creio que o primeiro trabalho em TV, no programa de
humor dirigido por Newton Travesso, o “Só Risos na Praça”, na
TV Bandeirantes, foi marcante, por iniciar-me no universo da TV. E,
ao longo da minha trajetória profissional, gostei muito da
oportunidade de fazer no teatro a personagem Luíza, adaptação da
Obra de Eça de Queiroz, O Primo Basílio. Uma montagem linda, que
exigiu muito preparo para ficar 1 hora 40 minutos no palco o tempo
todo... Eu não saía de cena. Essa peça e personagem marcaram
tanto, que em 2014, retorno com esse espetáculo, outra montagem,
outro diretor. Uma nova fase, após 12 anos!
5.
É responsável por um quadro na Paulinas no qual entrevista
personalidades do mundo literário. Pode nos falar sobre esse
trabalho?
—
O programa de entrevista,
anteriormente, era um quadro dentro de um programa de TV. Era
exibido na TV Aparecida. Mas antes de virar um quadro de
entrevistas, era um quadro formato de merchandising, no qual a
apresentadora, no caso eu, falava diretamente sobre o produto que
seria divulgado no dia. Foi então, que fiz a proposta de mudarmos
esse formato e fazermos um programa de entrevista, no qual
escritores, ilustradores e produtores, falassem sobre suas obras,
mas principalmente, sobre suas histórias de vida e pensamento. Uma
forma de mostrar a pessoa por trás do trabalho. Para conferir basta
entrar no site da Paulinas TV, e lá, buscar Dica Paulinas. Ou no
meu canal no Youtube.
Cartunista Fê entrevistado por Paula Oliveira ©
6.
Tem um projeto de longa-metragem. Quando teremos esse grande
acontecimento em sua vida?
—
O filme vai apresentar situações
cotidianas, rotineiras, porém, profundamente humanísticas e
existenciais... Um filme otimista, que terá humor, sensibilidade e
emoção...creio que as pessoas vão se identificar bastante e por
meio dessa história, repensar valores de vida. Tem muito da minha
história, mas não é autobiográfico. Não posso falar muito ainda
sobre esse projeto porque ainda não terminei o roteiro! Mas é um
projeto que pretendo realizar em 2015!
7.
É também coordenadora de projetos audiovisuais na TV APARECIDA? Como é esse seu trabalho?
—
Trabalhei durante três anos como
coordenadora de projetos audiovisuais na TV Aparecida. Mas
atualmente, estou na Editora Paulinas.
8.
Além do teatro e do cinema, tem uma terceira paixão, que é o
jornalismo. Em que medida as três se entrelaçam em sua vida?
—Na
minha cabeça, tudo está interligado. A jornalista faz a pesquisa,
busca a informação e escreve a história. A atriz atua nas
diversas áreas *(TV, teatro, cinema) e essa formação ampla, me
permite tanto ser melhor como entrevistadora ou apresentadora, como
inclusive dirigir um filme com mais propriedade, porque entendo o
lado do ator e da roteirista. Também desenvolvo trabalho musical há
muitos anos. O grupo do qual faço parte se chama MB (Modo
Brasileiro). São músicas regionais, estilo MPB, porém o trabalho
que desenvolvemos ainda é mais de Raiz. Eu creio que na arte e na
comunicação não existem fronteiras. Porque tudo na vida
comunica... tudo é comunicação. E a arte, sem a menor sombra de
dúvidas, foi a forma que eu escolhi, ou fui escolhida, para
expressar-me. Sempre que aceito um desafio profissional ou escolho
uma tarefa penso: tem de haver o amor e envolvimento: eu não
consigo realizar nada sem essa entrega. É como me sinto feliz...
9.
Também atua como publicitária. Poderia nos expôr como ingressou
nesse universo da publicidade?
—Trabalhei
em uma agência de Publicidade, chamada Aspas Comunicação. Muito
do aprendi em publicidade veio da prática nesta agência, em 2006.
Lá tive a oportunidade de fazer o roteiro do filme Institucional e
comemorativo dos 50 anos da Scania no Brasil, narrado por Paulo
Goulart. Foi o primeiro roteiro significativo que fiz. Depois passei
a trabalhar com televisão, eu fazia coordenação de projetos
audiovisuais. O campo ampliou-se, e naturalmente, passei a criar
filmes e roteiros para comerciais de TV, e dirigir as gravações
dos filmes publicitários. Esse filme está no meu canal do You
tube!
Comercial de Natal na Paulinas
10.
Pergunta já datada: de acordo com o avanço e consolidação da era
tecnológica, acredita no fim da era do livro de papel?
—Não.
Acho que apesar de toda a tecnologia, não existe relação que
apague o contato com o papel, o ler folheando as páginas. Com os
livros digitais apenas ampliam-se as possibilidades da leitura.
11.
Você é muito fiel aos amigos. A amizade é, para você, um tesouro
na vida? Diante dessa questão, ainda é insuperável uma amizade na
vida real?
—
Os amigos de verdade são para todos
os momentos: alegres e tristes. Eles te consolam quando você perde
um emprego, um parente, te consolam quando uma relação termina. E
comemoram as vitórias ao seu lado. Acho que o laço entre os
verdadeiros amigos é um laço puro, sem interesses. Assim como a
relação familiar, o amor de pai, mãe e irmãos. Amigos são
familiares que a gente escolhe. E sempre nos surpreendemos com eles.
Ter amigos de verdade é uma dádiva e te dão o calor humano e
tranquilidade de sentir-se em casa!
12.
Tem uma estreia para o início de 2014. Qual é a peça? E qual sua
expectativa para esse trabalho?
—
Entro em cartaz com a peça O Primo
Basílio, dia 27 de fevereiro. No Teatro ETA, rua Major Diogo, 547.
Já deixo meu convite a todos os leitores da PALAVRA FIANDEIRA.
Aguardo vocês lá!
13.
Deixe aqui a sua mensagem final. Qual a sua PALAVRA FIANDEIRA?
—Viver
com amor, simplicidade, aberto ao novo, não acomodar-se com o que
não faz feliz, e não deixar de acreditar e buscar os sonhos...
Sempre valorizar cada momento vivido. E principalmente, pensar
COLETIVO. Porque não estamos sós. Felicidade é pra todos.
Na estreia do filme Diário de Um Simples Poeta, no Cine Olido ©
Com o escritor José Arrabal ©
PALAVRA FIANDEIRA
Publicação de divulgação literária e artística
ANO 5 — 142 — EDIÇÃO PAULA OLIVEIRA
DEZEMBRO DE 2013
PALAVRA FIANDEIRA:
Fundada pelo escritor Marciano Vasques
Todas as fotos direitos reservados©
Um FELIZ ANO NOVO!
ResponderExcluirQue o novo tempo que vem chegando seja repleto de grandes realizações, muita PAZ, SAÚDE e SABEDORIA!!!
Um abraço