EDITORIAL

PALAVRA FIANDEIRA é um espaço essencialmente democrático, de liberdade de expressão, onde transitam diversas linguagens e diversos olhares, múltiplos olhares, um plural de opiniões e de dizeres. Aqui a palavra é um pássaro sem fronteiras. Aqui busca-se a difusão da poesia, da literatura e da arte, e a exposição do pensamento contemporâneo em suas diversas manifestações.
Embora obviamente não concorde necessariamente com todas as opiniões emitidas em suas edições, PALAVRA FIANDEIRA afirma-se como um espaço na blogosfera onde a palavra é privilegiada.

sábado, 10 de novembro de 2012

PALAVRA FIANDEIRA — 91





PALAVRA FIANDEIRA

REVISTA LITERÁRIA

Publicação digital de Literatura e Artes

ANO 4 —Nº91— 10 Novembro 2012
EDIÇÕES AOS SÁBADOS

NESTA EDIÇÃO:

DAUFEN BACH





1.Quem é Daufen Bach?

daufen bach, assim minúsculo mesmo, é pseudônimo de Clodoaldo Daufenbach, seu nome de nascimento.
De origem humilde, nasceu em 24 de julho de 1973 na cidade de Ivaiporã, no estado do Paraná, Brasil, numa casinha cheia de frestas e com piso de barro. É o primeiro filho de uma família agricultora de seis irmãos, quatro mulheres e dois homens. Sempre esteve engajado em diversos movimentos social, e politicamente ativo, assume postura de esquerda. Sempre estudou em colégio público e “se criou”, realizando trabalhos pesados. Além de agricultor, foi peão, servente de pedreiro, carregador de caminhão. Hoje é servidor público no Estado de Mato Grosso, educador, escritor, poeta, divulgador cultural e jornalista nas horas, além de ser apaixonado por fotografia, música e pelas artes plásticas em geral. É casado e tem filhos maravilhosos. Considera-se um homem de família, “das antigas”, as vezes um pouco austero, mas de coração mole, os filhos são a razão maior de sua vida.

Escreve desde a infância e possui mais de 20 livros escritos, dos quais publicou apenas dois. Parte de sua obra é divulgada através da Internet, em sítios virtuais e redes sociais. Participou de algumas antologias e possui textos publicados em revistas on lines e impressas, tanto nacionais como internacionais. Os seus poemas foram traduzidos para o Espanhol, Italiano, Francês, Búlgaro e para o Inglês e lidos em toda a América Latina e em alguns países da Europa, Ásia, Oceania, África. Possui uma Revista Literária Internacional, de publicação on line, onde publica e divulga autores e artistas dos diversos continentes. É Cônsul dos "Poetas del Mundo", uma associação literária que agrega autores de mais de 120 países, desde o ano de 2007.

Palavras dele: “Intitularam-me poeta e aceitei (pelo menos fisicamente não dói nada..rs). Além de poeta, sou pai e ser pai é algo que não tem explicação! Apaixonado, sempre apaixonado! Escrevi certa vez que paixão é minha licenciatura. Paixão por todas as coisas, pela arte em geral, pelas causas socioambientais, pelas questões políticas, pela diversidade cultural, por tudo que transpira ou faz transpirar... apaixonado pelo bom humor.

O resto da bula são coisas simples...podem ser mais ou menos resumidas naqueles versos de Leminsk: “não discuto// com o destino// o que pintar// eu assino”.
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2.Poderia falar aos leitores da FIANDEIRA sobre o projeto da Revista BIOGRAFIA? Quando surgiu? Qual o seu objetivo primordial?

O blog Revista Biografia surgiu há dois anos. É um blog de divulgação literária e dos elementos que desenvolvem e promovem a Literatura. No entanto, não significa, necessariamente, que se restrinja apenas a arte literária. O leitor poderá encontrar, além de escritores, poetas, prosadores, contistas, também: pintores, músicos, estetas... Está aberto para a divulgação da arte em geral.

Nasceu de maneira despretensiosa, sem nenhum intuito comercial ou de promoção pessoal. Era um espaço onde eu publicava os textos que me eram enviados por amigos que, devido ao caráter do meu blog particular, os textos não podiam ser publicados naquele espaço. Surgiu, primeiro, então com o título de: “Amigos do poeta daufen bach.” Um espaço destinado apenas para a publicação dos autores com os quais mantenho contato. Devido ao grande número de textos recebidos e da qualidade deles, o blog, apesar de manter o mesmo endereço eletrônico, foi elevado ao status de Revista; passou a ser encarado de forma diferente e vários fatores passaram a ser pensados e questionados.

Antes de responder a questão  sobre os objetivos, permito-me uma premissa: Quando se pensa em literatura, em produção literária e artística, sobre aquilo que possui ou não valor literário e artístico, a discussão é ampla e mais complexa do que se imagina pois, além das normas consideradas cultas, dos estudos sociológicos  da Língua...além escolas de Arte, existem as tendências e os estilos individuais...  o produzir algo novo que permite essa constante renovação artística e cultural. Baseado nessa premissa o Biografia não discute o valor literário, ele apresenta o autor, não faz essa distinção e deixa a cargo do leitor essa avaliação. O tempo, que para mim é o patrono maior de todos os escritores e artistas, cuidará para deixar vivo na memória aqueles que contribuíram de forma significativa para a sobrevivência da arte.

Com relação aos fatores, as questões de relevância e os objetivos, o primeiro deles está relacionado com a preservação da memória. Existem excelentes autores ainda anônimos e, muitos daqueles já vinculados, visitados e comentados nos meios virtuais, não possuem uma referência para que se possa saber um pouco mais sobre eles, uma fonte de pesquisa onde possam ser encontrados, pois, as suas poesias, as suas produções artísticas estão distribuídas de forma esparsa pela internet e, com essa velocidade relâmpago que os meios virtuais propiciam, muitas vezes, esse autor é trazido à tona e afundado no mesmo movimento, deixando-o esquecido. A Revista Biografia, mesmo minimamente, preserva sua identidade.

O segundo fator é o poder da literatura virtual tão em voga ultimamente. Creio sinceramente que os livros nunca perderão o espaço, nada substitui um livro nas mãos. Quando surgiram os primeiros gibis, os pais tinham medo que os filhos deixassem os livros de lado, depois surgiram às revistas e a mesma preocupação veio à tona, mas ainda, assim, os livros continuaram a existir e creio, sempre existirão como uma das formas mais gostosas de ler. Mas o avanço dos meios de comunicação, essa enxurrada de coisas que surge todo dia e, na grande maioria das vezes, supérfluas, rouba o tempo e a atenção, fazendo com que o hábito de abrir um livro fique esquecido. Quando não, os autores lidos são aqueles velhos conhecidos das aulas de literatura do ensino médio e dos cursinhos pré-vestibular. É preciso um espaço onde se encontre os autores, os novos autores dividindo “a sala” com os nomes já consagrados. Espaços iguais a esses já existem, mas o interesse comercial e midiático se volta sempre para o autor que já está em curso, já publicado e os “iniciantes” não encontram lugar onde se mostrar, a não ser nas suas páginas sociais, nos seus blogs, orkuts, sempre num trabalho árduo e solitário que não os integra a um grupo maior. A Revista Biografia, numa pretensão que pode, talvez, ser considerada exagerada, devido ao grande número de autores, quer reuni-los num ambiente conjunto.

O terceiro fator esta relacionado aos parágrafos anteriores dessa mesma questão. Para preservar a memória, dar espaços a esses autores novos, muitas vezes é preciso descobri-los, garimpá-los e promover a interação com outros escritores, estimulando-o a publicar. Na Revista Biografia há autores que escrevem como abstração apenas, uma catarse e há outros que são renomados e vivem do escrever, fazem da literatura, principalmente da poesia, uma das formas de sobrevivência. Autores com 20, 30 livros publicados, estão dividindo o mesmo espaço na Revista, temos publicados  reitores de universidades, donas de casa, médicos, advogados, pedreiros, mineiros, professores... etc.,. todos irmanados, de certa forma, pela literatura e pela arte em geral.

Um quarto fator e, o que faz a Revista Biografia ser uma revista internacional, é a intenção de alargar fronteiras. Autor é autor aqui, é autor no sul da Argentina ou no norte da Dinamarca, não importa a localização geográfica, todos possuem a mesma forma de sentir ou pensar a arte. Com o trabalho de divulgação que é feito, descobre-se o que está sendo construído em termos de arte. É tentar descobrir, espelhar, pelo menos numa escala mínima, o que se lê e escreve hoje e que tipo de influência sofre. Essa aldeia global onde o trabalho comercial das alfândegas aumentou, precisa-se também aumentar o intercâmbio cultural.

Um quinto fator e de cunho mais filosófico é o de ressaltar a arte. Desde que os gregos apresentaram a arte como obra divina, depois com a representação da natureza, com as questões de Platão, com o nascimento da estética com Gottlieb, as inúmeras manifestações artísticas foram sendo influenciadas. Da explosão do Renascimento aos dias de hoje, muita coisa vem sendo mudada, reescrita e reinventada. Novos olhares e interpretações surgem a todo o momento. O que vemos é um tsunami de produções artísticas. Alguns afirmam ser o apogeu da expressão e que nunca a arte foi tão intensamente interpretada, outros, como Levfbere, assiná-la que hoje estamos vivendo alguma coisa parecida com arte, mas não a arte como conceito primeiro. A Revista Biografia serve-se dessas questões para apreender e entender a arte nos dias de hoje e registrar, principalmente, na literatura, esse movimento vivido mas pouco entendido.

Enfim, há vários fatores que podem ser enumerados, mas o que se pode dizer resumidamente é que a Revista Biografia pretende descobrir e divulgar o autor de hoje, dizer quem ele é, o que faz, o que vive e onde vive e que influências sofre, para que se possa ter no futuro, mesmo que minimamente, uma noção, um registro daquilo que se produz culturalmente nos dias de hoje e, também, que se possa identificar se é a continuação daquilo que vem sendo produzido ou se há uma nova tendência surgindo, mas isso fica para os doutores no assunto...




3. Quantos países já foram contemplados com a revista? Quantas entrevistas já foram realizadas? De forma estimativa, qual é a aceitação pelos poetas e artistas?

A divulgação da Revista perpassou e perpassa quinzenalmente uma centena de países e temos registros de visitação de 110 países diferentes nos mais diversos continentes. O nosso público principal, claro, é o publico residente no Brasil, mas recebemos milhares de visitações do público residente nos Estados Unidos, no México, na Argentina, Espanha, Colômbia, Portugal, França, Peru e Chile, nessa ordem e, publicados na Revista estão autores e artistas de mais de 50 países, sendo a grande maioria de latinos americanos.

Aceitação é muito boa. Recebemos diariamente uma média de visitas que ultrapassa a duas mil pessoas. Isso, para um site de divulgação cultural que não oferece serviços gratuitos e raramente faz alguma promoção de brindes, um site que não vende produtos midiáticos e, tampouco, fornece downloads de softwares ou vídeos de gostos duvidosos..., é muito interessante. Oferecemos cultura, oferecemos leitura e só isso!

Para quem trabalha da forma como trabalhamos, sem esse vínculo comercial, sem remuneração, por não termos, ainda, uma estrutura adequada e, principalmente, por ser feita nas horas vagas (Tanto eu, quanto a outra administradora, Ivana Schafer, somos funcionários públicos e temos nossos afazeres), sabe que para atingir esses números e essa aceitação, é necessário muito trabalho e qualidade.

Revista BIOGRAFIA no mundo. Um projeto de amor.
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 A DAMA NO AZUL
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Ivana Schäfer é administradora, em parceria com daufen bach, da Revista BIOGRAFIA

4.Como surgem os colaboradores? De que forma eles são convidados?

Os colaboradores surgem de forma espontânea.

Com relação à publicação de autores e artistas, a imensa maioria é garimpada. Encontramos pela rede e convidamos. Muitos enviam o próprio material que é para ser publicado, outros indicam suas páginas e escolhemos nós mesmos o que é divulgado, mas existem aqueles que nos procuram e, felizmente, muitos tem nos procurado e enviado seu material.

Também temos colunistas que nos enviam regularmente artigos para serem publicados, estes, convidamos. Quando nos enviam colunas sem o convite, avaliamos o conteúdo, a qualidade literária, se são bons ou não, se agregarão qualidade ou não.

Há também aqueles que colaboram enviando material de outros autores. Hoje temos três colaboradores assim, embora não sejam regulares, mas de vez em quando nos encaminham alguma coisa. São eles: a UNIBLOG, através do editor Tony Casanova; A Academia Latino-americana de Literatura Moderna e o Editorial Sagitário, ambos com sede no México e, ambos, dirigidos pelo Doutor em Literatura Francisco Xavier Ramírez Sánchez e, temos, também, a Revista Guatiní, sediada em Miami e editada pelo professor e jornalista cubano, Ernesto R. del Valle.

Colunista da revista BIOGRAFIA
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Ana Unhold, artista entrevistada pela revista BIOGRAFIA
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5.Você é poeta, organizador de Antologias, escritor. Que poderia nos dizer sobre a luta do escritor numa época de tão supostamente acesso através de Internet?

Na condição de poeta e escritor posso dizer que é uma luta árdua. Nunca houve tantos escritores e poetas. A internet propiciou esse aparecimento e todo àquele que cria um perfil numa rede social, abre uma janela para o mundo e pode apresentar o que faz, o que produz. Mas como disse muito bem Ziraldo, há que se ter cuidado com o que apresenta. Essa janela não é seletiva na hora de apresentar, mas os leitores são! Existem muitos pseudo escritores e, da mesma forma que aparecem escritores, poetas e artistas magníficos, aparecem, também, muito trabalho ruim. Como a produção artística e capitalista e não se consegue apresentar cultura sem investimentos, por vezes, o trabalho ruim é impresso e algo bom acaba ficando sem apresentação. O autor tem que ter convicção de que seu trabalho é bom criar meios para apresentá-lo. Páginas na internet, participação em redes sociais são ótimas ferramentas, mas exigem trabalho constante, atualizações quase diárias e retribuições. Se alguém visita tua página, tem que se devolver a visita e fazer esse intercâmbio virtual. Se não fizer isso, logo se esvazia, o espaço torna-se apenas o cantinho de uma pessoa só.
Como Antologista (deixo claro que essas antologias são virtuais), não fiz nenhuma impressa, embora este seja um dos projetos para o futuro. Os autores precisam estar conscientes antes de participarem. O que existe de pretensos antologistas sobrevivendo à custa do dinheiro do autor iniciante não está no gibi! Nessa ânsia de publicar acabam caindo em armadilhas que, tanto economicamente, quanto a nível de divulgação de trabalho, não agregam nada. Os autores precisam estar atentos e conscientes do que estão fazendo.

O Brasil é um país campeão de acessos, a internet é uma ótima ferramenta, mas tem que saber usá-la, tanto para a divulgação quanto para a pesquisa. Para aqueles possuem pouca informação sobre os processos de publicação, editoração e mídias, de divulgação, encontra-se praticamente tudo.
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6.Tem algum projeto literário em vista? Pode, gentilmente, adiantar algo para a FIANDEIRA?

Além dos projetos futuros para a Revista Biografia, os quais falarei n’outra questão, tenho meus projetos literatos em nível pessoal. Tenho 20 livros inéditos prontos. Publiquei dois esse ano e pretendo, até o final de 2013, tê-los, todos, editados. Além desses livros, tenho três romances iniciados, os quais estão em fase de pesquisa. Também tenho uma coletânea de literatura infantil de cunho filosófico que será formada, por 12 volumes, 3 já estão escritos e acredito que dentro dos próximos 6 meses, a coletânea estará completa.

Tenho um blog pessoal que está, temporariamente, fechado, mas a página na internet esta sendo elaborada e logo terei um espaço virtual mais completo, que apresentará toda a minha produção literária.

Livro de daufen bach
7.Objetivamente, qual a gratificação, não material, claro, mas de alma, pela realização desse trabalho?

Eu sou oriundo de família humilde e, igual à maioria dos autores, enfrento dificuldades para publicar e expor o meu trabalho.

Poder, mesmo de uma forma, que não atenda todas as necessidades do autor, apresentá-lo e abrir um novo canal onde ele possa ampliar suas janelas e redes de contato, é algo que me deixa extremamente feliz. Como todo apaixonado pela arte em geral, percebo a carência de espaços democráticos para veiculação de cultura e a Revista, é para mim uma grande biblioteca onde aprendo, leio e fico “antenado” com o novo fazer artístico. O feed back que recebo desses artistas/autores e os vínculos de amizade que crio, são bem maiores e bem mais gratificantes do que qualquer outra coisa. Sinto-me interagindo e interagido.

8.Trace-nos, resumidamente, um panorama da produção literária no Brasil, ou no mundo, se preferir.

A produção literária tem sido intensa no Brasil e, também, no exterior. É uma enxurrada de novos autores e uma quantidade imensa de material editado e divulgado, tanto nos meios virtuais, quanto na forma impressa. Infelizmente a quantidade tem suprimido a qualidade, mas isso, mesmo soando negativo, nos aponta uma valorização maior e nos mostra uma quantidade maior de autores. Essa facilidade, essa produção intensa se dá devido as inúmeras formas e tecnologias atuais de impressão e divulgação. Sites como a Amazon e editoras que imprimem sob demanda e permitem ao autor ser o editor, diagramador e capista de sua própria obra, tem aquecido esse mercado.

Avaliação da qualidade literária pelo leitor depende de educação e conhecimento e, essa capacidade crítica, é o único critério capaz de separar o que é “lixo”, daquilo que, realmente, pode ser concebido como uma obra literária que mereça destaque. Infelizmente a educação não muito bem das pernas.
Com relação a custos e editoras para livros impressos, ainda, continua complicado, no Brasil principalmente. As editoras publicam apenas nomes já renomados ou, por um fortuito acaso, algum autor novo que despertou interesse na mídia e, como é capitalista esse processo nem sempre obedece qualidade e sim, público. Outro fator inerente a publicação por editoras é que, no máximo, o autor receberá, 20% do valor livro e, caso a edição não venda, lhe é descontado dos 20%, os livros que estão prateleiras. Sempre é preciso muito cuidado com assinaturas de contratos, nunca agir pela empolgação.

Para o autor publicar por conta própria tem toda a logística de edição, publicação e vendas, é um processo que despende serviço e custa um pouco caro, pois o valor a ser pago, diminui com a quantidade de livros impressos... isso tudo tem que ser muito bem avaliado. Outra opção é a publicação por demanda, mas nesse modelo o custo final sai muito caro e o autor não recebe quase nada, o lucro todo fica para as editoras.

Uma outra opção são os editais públicos, lei Roanet, o sistema Salic Web do governo federal, mas nesses casos tem que ter conhecimentos sobre elaboração de projetos e prestação de contas públicas. Saber elaborar o projeto, ajuda na aquisição dos subsídios e, saber fazer a prestação de contas, permite que não fique inadimplente junto a União.

O livro impresso, ainda, continua sendo um artigo de luxo e “carecemos” de políticas públicas que universalizem e facilitem ao autor, principalmente o iniciante, a publicar e que, essas mesmas políticas, barateiem o custo final para que o leitor tenha acesso.

Mas, mesmo diante das dificuldades, aponta algo positivo e mais facilitador no horizonte.


Alguns de seus colaboradores são poetas e autores. Isso o deve deixar feliz. Como é desenvolvido esse trabalho?

Isso me deixa extremamente feliz! Pois além da afinidade, existem os olhares diversos e o conhecimento sobre a produção artística. Isso enriquece sobremaneira o trabalho final e conseguimos com isso, atender a diversos públicos.
Uma das maiores colaboradoras da Revista Biografia, é Ivana Schafer, não é poeta e, também, não é autora, mas é uma apaixonada pela cultura e, devido ao seu conhecimento e dedicação, foi convidada a ser administradora, então, quero dizer com isso que, embora artistas, poetas e autores sejam colaboradores que enriquecem e muito a Revista, não buscamos, necessariamente, pessoas que produzam arte. O essencial é que gostem, pois como disse em outra questão, é um trabalho que não dá retorno financeiro, a nossa gratificação é a de estar realizando um trabalho que enriquece culturalmente os nossos leitores e divulga os nossos autores, principalmente os anônimos.

Aqueles que querem se tornar colaboradores da Revista, devem entrar em contato através do e-mail: biografiaemrevista@gmail.com, . A Revista segue alguns padrões para publicação, não é qualquer coisa que é publicada e não é publicado de qualquer jeito também. Aqueles que desejam ser parceiros, estamos sempre a divulgar as páginas, a dar os créditos todos e colocamos em todas as publicações, enviadas por eles, os links de suas páginas. É uma via de mão dupla, da mesma forma que nos oferecem conteúdos, oferecemos o reconhecimento pelo que fazem. É necessário frisar que todas as publicações são feitas pelos administradores da Revista, autores e colaboradores enviam o material a ser publicado, via e-mail. Feita as publicações, divulgamos em diversos grupos sociais e, pelo menos, uma ou duas vezes por mês para autores e leitores de mais de 100 países. A new lester da Revista possui mais de 10.000 (dez mil) contatos.


10. Já pensou em ter a revista BIOGRAFIA impressa? No formato papel?

Imprimir a Revista é um dos nossos projetos mais ambiciosos. Não foi realizado, ainda, devido ao custo financeiro, pois de acordo com os orçamentos que fizemos para diversos formatos e tipos de papéis, não temos viabilidade financeira. Precisa-se de parceiros, seja no meio público ou privado que nos dê estabilidade para publicação. Não adianta imprimirmos uma edição, volume I, por exemplo, e não termos sustentação para fazer o volume II, o volume III e assim sucessivamente, mas estamos em busca, olhando possibilidades e possíveis parcerias. Outro fator necessário para que ela seja impressa e ter uma equipe grande e competente e, hoje, a Revista conta apenas com duas pessoas.

Além desse projeto existem outros dois que estamos estudando e já iniciamos as conversações e propostas. O primeiro é de montar um site profissional, com possibilidade para publicação de livros virtuais, feitas pelo próprio autor, com um custo, praticamente, zero. O segundo refere-se a impressão de uma Antologia Universal da Revista Biografia. Como a Revista é internacional e temos uma verdadeira babel linguística, estamos buscando tradutores para serem parceiros e coautores dessa Antologia que pretende reunir, não só poetas e escritores, mas também todos os segmentos das artes plásticas.

Esses são os três principais projetos que estamos estudando e iremos realizar, mas existem outros que acontecem e continuarão acontecendo paralelamente e não exigem grandes investimentos financeiros e de tempo. Por exemplo: Queremos ampliar a rede de colaboradores, pessoas que enviam conteúdo. Temos o objetivo de ter um colaborador em cada Estado brasileiro para, com isso, valorizar a cultura de cada local e região; Também queremos aumentar o número de coautores na Revista, ter mais pessoas realizando o trabalho de publicação e formar assim um corpo de editoração; Queremos aumentar, consideravelmente, o número de leitores; Formar parcerias com editoras e instituições ligadas a cultura para mostrar os autores que publicamos; Estamos, também, buscando patrocinadores para que possamos dedicar mais tempo a edição da Revista e tornar ainda melhor a publicação e apresentação.

Todos esses são projetos que estão sendo estudados e desenvolvidos concomitantemente ao trabalho que vem sendo realizado.
CASA AMARELA, de Tatiana Carlotti, colaboradora da revista BIOGRAFIA

11.Dentro de sua produção, inédita, de poemas e textos, qual a temática predominante, nas suas abordagens?

Minha temática é variada. Como foi dito na primeira questão, sou um apaixonado pela vida, pelas causas sociais, pelo amor, pelo humor, pela política, pela filosofia, sociologia, pelo meio ambiente, enfim, um apaixonado pelo nosso povo brasileiro e pelas coisas que nos rodeiam. Tive o privilégio de conviver com pessoas simples e humildes e, também, honra de estar sentado com doutores, partilhando uma mesma mesa. Passeei e morei entre arranha-céus e imergi na magnífica Bacia Amazônica. Já estive atrás de escrivaninhas em escritórios luxuosos e no lombo de cavalos xucros... A minha poesia, a minha produção literária nasce dessas coisas que vivi... dessas experiências todas. Em algumas obras estou cantando o amor, em outras estou mergulhados nas coxas da musa. Em algumas estou cantando a fome e a miséria, n’outras, questionando a filosofia, em outras, ainda, vangloriando meu povo, sua alegria e sua regionalidade.
Posso dizer que o que escrevo é um misto daquilo tudo que vivi e enxerguei.
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12.Deixe aqui a sua mensagem final. Qual a sua Palavra Fiandeira?

A cultura de um povo é o que o dignifica. É aquilo que será transmitido de geração em geração e dará a identidade do que somos e fomos para aqueles que vierem depois. É o nosso elo com o passado e futuro, a demonstração da nossa humanidade e dos conceitos que valorizamos.

Que sejamos sempre capazes de ler um bom livro e tenhamos a capacidade de admirar o que é belo. Que incentivemos, sempre, as nossas crianças a lerem e lutemos por causas que valham a pena. Que não nos atenhamos tanto a essa cultura midiática de “peitos, músculos e bundas” e possamos crescer culturalmente e, sobretudo, que valorizemos a cultura regional, universalizando-a, e reconheçamos os nossos artistas.

Agradeço a Palavra Fiandeira e ao Marciano Vasques seu editor e, também, aos leitores da Palavra Fiandeira por me oferecerem esse espaço para poder falar, um pouco, de meu trabalho e dos projetos que realizo. É um prazer e uma honra para mim! !


PALAVRA FIANDEIRA
PUBLICAÇÃO DIGITAL SEMANAL 
PALAVRA FIANDEIRA: LITERATURA E ARTES
EDIÇÕES AOS SÁBADOS
EDIÇÃO 91   —DAUFEN BACH
10 de novembro de 2012
PALAVRA FIANDEIRA
Fundada pelo escritor Marciano Vasques

17 comentários:

  1. Aqui emocionado com o teu trabalho! Acabei de ver a entrevista publicada e, é um privilégio para mim poder falar, através de um espaço que valoriza a arte e a cultura sobre, sobre mim, sobre os projetos e a Revista. Serei eternamente grato a ti, não tens idéia do quanto estou feliz e me sentindo realizado. Obrigado por proporcionar isso a mim, obrigado por proporcionar essa divulgação da revista e dos autores nela publicados!

    Um grande abraço de amigo, de irmão e de parceiro nessa luta em pró da arte e da literatura! Tens as mãos abençoadas meu querido amigo!

    Verdadeiramente emocionado aqui...Obrigado meu amigo, OBRIGADO!!!

    daufen bach.

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  2. amei conhecer um pouco mais desse amigo que admiro e sigo já a alguns anos
    abraços

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    1. Kedma minha querida!
      espero que possamos continuar essa amizade por muitos e muitos anos!
      Outro abração a ti viu!

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  3. Todo o trabalho de Daufen começa merecidamente a aparecer e brilhar.
    Parabéns, Poeta amigo!

    Torcemos para que todos os seus objetivos sejam alcançados.
    Um abraço

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    1. Lígia,
      Agradeço tuas palavras minha querida! Que os nossos objetivos todos sejam alcançados. Outro abraço grande a ati!

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  4. Boa tarde amigo Daufen e obrigada pela partilha que muito me honrou, ser uma poeta em sua revista e para mim um orgulho imenso e muito sucesso para você amigo merece. Um abraço

    Eliza gregio

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    1. Eliza, o prazer é meu em ter pessoas especiais iguais a ti caminhando numa mesma estrada literária e dividindo os mesmos espaço. Me honra tê-la entre os autores publicados na Revista Biografia!
      Outro abraço grande a ti!

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  5. Olá Marciano!

    Eu costumo conversar um pouco com Daufen no Facebook e esta entrevista, repleta de informações, me mostrou o amigo que eu pouco conhecia.

    Bjs e sucesso a todos.

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    1. Oi Sissym!

      Que bom te ver aqui comentando minha entrevista. Obrigado! O Facebook aproxima as pessoas. Umas passam rapidinho e somem nos gigabits, outros ficam e, tu é uma dessas pessoas que ficaram!

      Um beijo grande a ti e, que bom que pode saber um pouquinho mais de mim!

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  6. Interessante e comovente a entrevista do Daufen. Como ele também venho de família pobre, meus pais eram semianalfabetos, mas tinham dentro de si que os filhos não seriam como eles. Desde menino recebi o incentivo para ler. Primeiro o jornal Correio da Manhã que chegava quatro dias depois de sair no Rio de Janeiro, depois vieram os livros, inúmeros livros que meu comprava como forma de nos induzir a ler. Esforçaram - papai e mamãe - para que estudássemos. Dois oito filhos quatro fizeram curso superior. Hoje sou jornalista aposentado e escritor em plena atividade. Tenho doze títulos publicados pela Carlini & Caniato Editorial e mais dez inédito. Estou trabalhando em três títulos simultaneamente.
    Conheci o Daufen recentemente e sei que luta com dificuldade para manter "nossa" Revista Biografia, mas ele não deixará de sonhar. Infelizmente não basta apenas publicar é preciso ter distribuidor e os livreiros ficam com gorda fatia do valor de capa de cada livro.
    As empresas não querem saber de patrocinar através da Lei Rouanet, principalmente em um estado periférico como o nosso - Mato Grosso. Então nos restam apenas duas alternativas buscar a aprovação de projetos através da Secretaria de Cultura de Cuiabá e do Fundo de Cultura do Estado de Mato Grosso via Conselho Estadual de Cultura, o dinheiro é curto impedindo que muitos bons autores sejam publicados. Some-se aos entraves citados a miopia mental do eixo Sul Maravilha - Rio-São Paulo que faz questão de ignorar autores de estados como Mato Grosso, Acre, Rondônia, Roraima, Amapa, Piauí, entre outros, como se neles não existissem bons autores.
    Espero que Daufen consiga publicar seus livros e dê continuidade a seus projetos.
    Romulo Nétto - escritor







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    1. Romulo meu Caro Amigo,

      Antes de qualquer palavra quero que saibas que é um prazer e uma honra para mim ser teu amigo e partilhar dos conhecimentos de um mestre igual a ti, de um autor de tua magnitude.

      Essa coisa de não nascer em berço de ouro da trabalho né?! Risos. Mas seguimos e vamos marchetando nossa própria história nos trilhos onde passamos. É arduo, é dificil e, geograficamente, estamos desfavorecidos, mas não podemos deixar de crer, deixar de buscar a realização dos sonhos.

      O nosso trabalho, além do trabalho autor triplica, pois além de ter outras obrigações para nos suster, precisamos ser políticos para conseguir espaços... vamos tentando, vamos buscando, tenho certeza que qualqur hora dessas conseguiremos, não podemos deixar de lutar.

      Um grande e forte abraço a ti meu amigo!

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  7. Mestre, Daufen, falou por todos nós. Por toda poesia que habita nos quatro cantos do mundo, da alegre, da triste; da poesia que nasce com a chuva ou que arde no sol escaldante de terras secas. Da poesia escondida na timidez de cada verso e da que se abre, feito uma flor na primavera, no espaço que tão generosamente nos oferece. Obrigada pela sua luta, seus ideais tanto na arte como no social. O mundo precisa, urgentemente, de seres como você. A arte pode transformar o homem e, consequentemente, fazer o mundo melhor. Deus lhe abençoe. Agradecimentos à Palavra Fiandeira pela maravilhosa entrevista. Aplausos!

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    1. Eva minha querida amiga,
      Tu me deixou emocionado com tuas palavras. Agradeço-te imensamente por tudo o que disse. Mestre eu não sou não, escrevo alguns versos e busco dar visibilidade a nossos autores. Busco incentivar a leitura e a propagação da nossa cultura. Que possamos somar sempre mais pessoas com esse intuito!
      Agradecido, deixo um beijo terno e saibas que é um prazer para mim contar com amizades tão valorosas e especiais igual a ti!

      Um grande abraço.

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  8. Parabéns Daufen. Muito linda sua iniciativa e sua história de vida. O país necessita de pessoas assim, vivendo neste mundo "louco" de modismos e deturpação da arte precisamos "resurgir" como fênix das cinzas para que o bom gosto não morra. Que Deus te ilumine e te acompanhe em teus sonhos e empreendimentos, tudo que fazemos com vontade e amor rendem frutos. Sucesso!

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  9. Olá, Marciano,

    Olá, Daufen!

    Nem sei a qual dos dois dirigir-me, de tão encantada e maravilhada que estou, ao ler esta entrevista e conhecer esse fenômeno chamado daufen bach. Uma pessoa realmente merecedora de todos os aplausos!!
    Admirei-me ao ver sua biografia, suas lutas, suas conquistas, sua trajetória incansável nesse mundo literário!
    Alguma alma nobre há de valorizar escritores e projetos dessa magnitude! Não é possível que no Brasil a gente veja com desapontamento (para não dizer outra coisa) o grande descaso (dos que poderiam colaborar/incentivar)para com pessoas intelectualizadas ao extremo, riquíssimas de cultura e saber literário como é esse moço!
    Esse homem de origem humilde me emocionou muito! Você, Daufen, tenho certeza, logo chegará sua vez, meu amigo! Não pare em sua luta, pois todo sucesso e todo reconhecimento podem até demorar, mas um belo dia, inevitavelmente, CHEGAM!
    Vou torcer muito para que sejam realizados todos os seus sonhos, porque você é fera, você tem "sustança" literária!
    É um prazer e um orgulho imenso ser brasileira só por saber que somos conterrâneos de pátria!!
    Marciano Vasques também é notório, e reconhece o valor dos escritores que ainda não chegaram lá!
    Com certeza, seu futuro já está batendo à sua porta...
    Queira abri-la, por favor?!...
    *****
    Um abraço enorme para você, Daufen, e também à sua equipe (que logo poderá se ver multiplicada em mais e mais competências...e que lindo quando isso acontecer!)E que Deus olhe por vocês!
    Agora vou conhecer seu site.
    Marciano, agradeço a oportunidade de crescer muito hoje aqui na Fiandeira, com a impressionante entrevista do Daufen. Obrigada, aos dois amigos!

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  10. Querido padrinho, Daufen, só agora tirei um tempinho e li toda sua entrevista. Fiquei emocionada em saber um pouco mais sobre você, que tanto admiro e respeito. Quanto tenho aprendido contigo, querido poeta amigo! Sua simplicidade, carisma, solidariedade e paixão pela vida e poesia, te faz belo e grande aos olhos de quem te conhece. Sua poesia é um bálsamo de amor e ternura! Já disse, e repito sempre, sou-lhe grata por ser essa pessoa linda, sensível e amorosa, que cruzei um dia pelos espaços virtuais, e que tanto tem me ajudado em minha carreira literária. Obrigada de coração, poeta amigo! E parabéns pela significante entrevista e pelos lindos projetos culturais! Saiba que pode contar comigo sempre.

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  11. Querido Poeta Daufen Bach! Estou aqui emocionada por ler tua entrevista, embora já saiba que tua capacidade, dedicação e amor pela arte em seus segmentos é grande, mas é gratificante para nós também saber que te sentes emocionado. Admiro muito e tu o sabes, pois foi meu convidado de honra a prefaciar meu segundo livro já no prelo. O carinho e a leitura pelo teu trabalho nos incentiva, nos dá exemplo e inspiração. Para mim não só Cônsul como também um dos melhores poetas da atualidade sem dúvida alguma. Meu querido, te amo como a um irmão mais novo. És sim abençoado! Um carinhoso abraço e o desejo que sejas reconhecido tal qual os grandes nomes que lemos na época de escola!

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