EDITORIAL

PALAVRA FIANDEIRA é um espaço essencialmente democrático, de liberdade de expressão, onde transitam diversas linguagens e diversos olhares, múltiplos olhares, um plural de opiniões e de dizeres. Aqui a palavra é um pássaro sem fronteiras. Aqui busca-se a difusão da poesia, da literatura e da arte, e a exposição do pensamento contemporâneo em suas diversas manifestações.
Embora obviamente não concorde necessariamente com todas as opiniões emitidas em suas edições, PALAVRA FIANDEIRA afirma-se como um espaço na blogosfera onde a palavra é privilegiada.

sábado, 12 de junho de 2010

PALAVRA FIANDEIRA 32



PALAVRA FIANDEIRA
REVISTA DE LITERATURA
SEGUNDA EDIÇÃO TEMÁTICA
ANO 1- Nº 32 - 12/ JUNHO/ 2010

ABORDAGENS SOBRE O AMOR


AUTORES CONVIDADOS: 
CARMEN EZEQUIEL (Portugal); MARIA THEREZA CAVALHEIRO (BRASIL); MARÍLIA CHARTUNE (Brasil); MONTSERRAT (Espanha); NORMA LUGO (Argentina); JÉSSICA LIMA (Brasil); REGINA SORMANI (Brasil); PAULA LARANJEIRA ( Brasil); ROCÍO L' AMAR ( Chile); DANILO VASQUES (Brasil)
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CARMEN EZEQUIEL


Amor?! Nada mais que uma palavra simples.
Nada mais que tudo é.
Sem sujeito ou predicado. Digna pela sua suprema simplicidade.
Mas, afinal como se define esta palavra? Que sentido se lhe pode atribuir?
Tantos que o idealizaram; que o idolatraram; que em “seu nome” em vão morreram; que por amor ou amar viveram.
Tantas formas de amar o amor!
Tantas maneiras de falar de amor!
Esta é mais uma.

O Amor Através dos Tempos (na arte, literatura e poesia)
Qualquer gênero de arte é amor. O artista; cujo objecto final, de um qualquer material, para um fim último ou nenhum; utiliza o amor como suporte para a construção dos seus trabalhos. O artista – foi, é e sempre será – um “mini-deus”, pois materializa o amor em objecto. Permite-nos ver, tocar, cheirar, ouvir (e sentir) o amor… pelo menos, aquilo em que ele próprio acredita ser a sua definição de amor. Pode até ser abismal, sem noção de ser, louco ou agressivo; mas, ainda assim, conseguir corporizar esta ideia do que é o amor. O ideal de beleza e toda a ideia de perfeição. Seja o corpo, pura e simples, como ele foi concebido. Ou, a natureza; ou, ainda, da natureza conseguir retirar a sua inspiração. Até um objecto inerte pode ser sinónimo de amor.
(Amor, uma palavra deveras banalizada e desvanecida entre os povos…)
O artista, só por si, é amor. Porque afinal, o amor não é um objecto, não é uma relação entre ele próprio e a coisa mas, entre ele próprio e todos em redor. O amor na arte é o amor-próprio, o amor do próprio para com os outros, ou o amor ou desamor dos outros para com o próprio. E, o amor platônico? A esse o colocamos num pedestal e o adoramos no dia-a-dia.
Platão, Dante, Shakespeare, Camões, muitos outros, cantaram sem cantar o amor.
O amor, aquela estranha forma de querer outro. Dos amores e desamores, de amores encantados e novelas enredadas. Do muito que se quer sem tão pouco se conhecer. Pelo menos, foi assim em tempos. As mais belas cartas de amor disso são exemplo.
O poeta sempre viu o amor e sempre o viveu com intensidade. Definindo-o nas mais diferentes formas, porque também ele é um sonhador, um “aluado”, sempre de enamorado amor, evocando poeticamente o ocaso, a fim de vislumbrar a luz do dia seguinte.
Citando Percy Bysshe Shelley “a poesia é, na verdade, algo divino”.
Dessa forma, se a arte é amor; se o divino é amor, a poesia também o é. Assim, se pode considerar que todas as formas de arte são amor. Resultado de um estado de espírito inebriado; o amor é um estar embevecido de alma. Sem se conseguir tocar… é abstracto!
Regressa-se, então, à questão principal e que aqui se coloca: como definir o amor?
Qual o verdadeiro significado e sentido do verbo?
Ao nascer, nada me garante que recebemos o amor materno e o iremos manter para sempre, porque muito facilmente perdemos esse tão belo jeito de amar, natural, verdadeiro, maternal, que nos foi oferecido e, por vezes, incompreendido.

O Amor Materno
Tudo é menos perante o amor de uma mãe.
Falo do que recebi e, dessa experiência, confirmo o absoluto e infinito poder do amor. Porque do que recebi, aprendi a dividir com outros. A doar e a doar-me aos que me rodeiam… com uma palavra, um pequeno gesto, um sorriso, uma carícia ou um abraço… uma acção.
É a partir deste “tipo” de amor (digo tipo, porque o amor é idêntico na sua forma; o que muda é que cada qual o sente e o transmite tendo em conta as suas certezas), que iniciamos um caminho ou percorremos por uma estrada, na qual iremos dar e receber amor.
Posso referir que o amor materno, ou a falta dele, é o que nos molda o ser; mas acredito que em determinada altura da nossa vida podemos optar por escolher amar.
Se o amor materno é o mais verdadeiro, enquanto criança aproximamo-nos de um sentir o amor em que a ingenuidade e a sinceridade prevalecem.


O Amor de Criança
Assim se demonstra na afirmação seguinte, em que a definição, só por si, nos transmite simplicidade.
Tenho um sentimento de coração por uma menina.” (GUI, 7 anos, 2010)
Esta é a inocência e a forma mais singela do amor. A isto somente poderemos sorrir e desejar que tudo fosse tão certo como isto. As crianças são uma esponja, absorvem tudo o que os adultos fazem ao seu redor e essa simplicidade pode perder-se se o adulto deixar.
É aqui que se deve actuar permitindo manter essa simplicidade de ver o mundo à nossa volta, tendo em conta a personalidade dela própria. O amor que lhe passamos e a forma como o fazemos são os pilares para saber amar.

O Amor Adolescente
Já na fase do namoro, ou namorico, cortejam-se as meninas. Sempre se cortejaram. Esse galanteio mantém-se, para além da evolução dos tempos, das tecnologias, da emancipação da mulher e absolvição dos sexos. Sejam; as meninas a lisonjear os rapazes, ou, os rapazes a cortejar os rapazes, ou as raparigas a namorar as raparigas; o que se verifica é que os antigos piropos e insinuações são agora ultrapassados por mensagens de texto, pela internet ou o telemóvel, em que os códigos utilizados banalizam e fazem perder a tão frase complexa e difícil de pronunciar – gosto de ti – dos tempos passados. Hoje, diz-se amo-te com frequência, sem certeza, sem sentimento, como se o amor fosse somente uma palavra.
É neste sentido que o amor e o amar acabam por ter uma conotação distinta da que na realidade se pretende ou se lhe faz jus, que é o respeito pelo outro, a aceitação das suas diferenças. Ao compreender, aceitamos; ao aceitar, amamos. Ao saber amar, amamos o mundo inteiro.
O namoro não é uma espécie de sentimento de pertença, de posse; de algo que é de outro, e que pode levar a uma possessividade e incompreensão do conceito. À obsessão do querer, perde-se na totalidade tudo o que antes referi, sem respeito pelo amor, consideração pelo querer do outro e, por si próprio. Deixa de ser namoro, perdendo-se como conhecimento e partilha de emoções e sentimentos, apenas se chamando no calão de “curte”, “de andar”, “de passar o tempo”.
Continuo pois, a achar, que o papel do adulto e da família é a base para um crescimento saudável, a todos os níveis, e o conceito e a vivência do amor pode, de fato, fazer a diferença.
O Amor e a Família
Alterou-se a noção de família, como se alteraram todas as formas de conhecimento, não estivéssemos nós na era das tecnologias.
Alterou-se para melhor, para pior? Não sei e não me cabe a mim decidir isso. O que sei e continuo a referir neste texto é tudo o que me é pessoal, as minhas convicções e ideologias e de que maneira vivo o amor.
Por isso, conto-vos uma pequena história. Todos somos mortais, fisicamente limitados, pelo que mais tarde ou mais cedo, o nosso corpo perece. Que tem isso a ver com amor? Em absoluto, tudo! Quando perecemos; não é a morbidez da morte, ou o sofrimento dos outros, ou, ainda, o último adeus e a despedida; que nos levam a velar o corpo (até porque isso é uma prática antiga e as suas origens a justificam). O que tento salientar é o sentimento de união, o respeito por quem está em sofrimento pela perda, a presença para os acompanhar neste momento. Isso é amor! Nas famílias (algumas), continua presente.
Nesta linha de pensamento afirmo, com a clara consciência, que o amor pode ser tudo aquilo que entendermos como tal, desde que a minha liberdade não interfira com a do outro.

Amor pode ser tudo, bem como, tudo pode ser amor!
Dependerá da forma como o sentirmos, de como nos foi transmitido e de como o passamos aos que nos rodeiam.
Se o aplicarmos junto dos outros, em sociedade, podemos não mudar o mundo, mas mudaremos, algo, ao nosso redor. Vale a pena experimentar.
Como reconhecer o amor nos tempos que correm?
Buscando o conceito, sentindo, conhecendo, compreendendo e o aplicando, evitando que se desvaneça no coração, sem o comparar ao que foi. Sem o procurar nas guerras e ódios que duram desde sempre.
O amor sempre foi amor em qualquer tempo e lugar.
O que o distingue? Nada.
Porque tudo é amor.
CARMEN EZEQUIEL
ESCRITORA
PORTUGAL


ABORDAGENS SOBRE O AMOR
MARÍLIA CHARTUNE

Falar de amor e romance ao longo dos séculos de produção cultural é um assunto inesgotável por ser profundo e emblemático. A “arte do namoro” e o “namoro na arte” são duas expressões distantes no sentido, mas são curiosidades da humanidade desde a sua formação.
Nas artes plásticas houve um período de obscurantismo em que a temática religiosa era preponderante, mas a partir da Idade Média, na Escola Flamenca, mesmo subliminarmente, Jan Van Eyck pintou a tela “O Casal”. A obra representa as figuras em primeiro plano de mãos dadas com a dignidade conferida pelo leve toque de união. Também na escultura, “Apolo e Dafne” de Bernini há uma representação da sensualidade e desejo sem que se fizessem evidentes. Alguns pintores como Vermeer que se dedicaram a reproduzir intensamente cenas do cotidiano com extremo naturalismo, não deixam de ressaltar o sentimento do amor adúltero e proibido, ainda que sutilmente.
Os relacionamentos passionais sempre foram os temas mais interessantes tanto na arte como na literatura, e algumas obras se celebrizaram tanto pela forma quanto pelo conteúdo como as tragédias de Shakespeare, Romeu e Julieta e Otelo. Os romances portugueses “Amor de Perdição” e “Primo Basílio”, representam a paixão proibida, os conflitos de famílias e têm como recurso as cartas de amor e relatos pessoais dos amantes.
Cito alguns Mestres da Pintura, Escultura e Poesia que viveram ,atuaram e abordaram o Amor de maneira notável. O simbolista Rossetti inspirou vários artistas jovens com seus poemas e pinturas. Seus poemas foram enterrados com sua amada mas assim que foi feita a exumação de seu corpo, dez anos mais tarde, foram publicados.
Uma das esculturas mais conhecidas é "O Beijo", tão sensual que sugere que Rodin teve uma vida amorosa tão intensa quanto a sua arte. Gustav Klimt foi um artista polêmico para o seu tempo, acusado de pornografia e perversão excessiva, mas acabou criando uma introdução erótica à sexualidade moderna, da qual o impressionismo e o surrealismo fizeram bastante uso. Sua obra, também intitulada "O Beijo" é a mais bela tradução do amor na arte.

O gênio Pablo Picasso teve uma vida pessoal tão fluida como sua vida artística e suas mulheres foram as musas inspiradoras e modelos de seus quadros em diversas fases, assim como Modigliani e Manet.
O mexicano Diego Rivera teve uma vida amorosa turbulenta e permeada por infidelidades, mas sua obra não foi influenciada pelas emoções como na obra de Frida Kahlo, com quem se casou por duas vezes.
Marc Chagall representou o amor, noivado e casamento em várias obras inspiradas em sua amada mesmo depois de sua morte
Mas foi Egon Schiele que mais representou a conjunção carnal nas artes plásticas. Inspiradas em Klimt, suas pinturas e desenhos foram considerados impróprios, inclusive com referências imorais para crianças e sua obra mais conhecida é “O Abraço” com conotação erótica explícita,
Portanto, uma rápida viagem pelo tempo nos leva a crer que a despeito da banalização do amor pelos relacionamentos fúteis e pouco duradouros, esse sentimento foi relatado exaustivamente em todos os tempos e sua importância está nas obras primas que permearam a fantasia de criadores e criaturas de várias representações culturais. As sociedades evoluiram e a hipocrisia, que às vezes se manifesta nas relações humanas, deu lugar a uma nova forma de comportamento muito mais franca e destemida.
MARÍLIA CHARTUNE TEIXEIRA
ARTISTA PLÁSTICA
BRASIL

AMOR HOMOSEXUAL: La libertad de amar en literatura
ROCÍO L' AMAR


Me enamoré, Athis, de ti, hace mucho tiempo
y me parecías sin gracia, como una pequeña niña.
Sé que más tarde alguien se acordará de nosotras.
Como el viento desenfrenado que en las montañas
cae sobre los bosques, el amor estremece mi ser.
No puedo decidir: hay en mí dos almas.
Hiciste bien en venir, pues te anhelaba
y desfallecía por este deseo que incendia mi alma.

(SAFO)


La voz silenciada del amor homosexual, hasta hace poco tiempo, pero plasmado en los escritos, tanto poéticos como novelas, que despierta en nosotros la curiosidad y la sed de conocer más, el amor entre hombre y el amor entre mujeres resulta un obstáculo y acaso dramático al crear relaciones y apego, pues por un lado, las sociedades íntimamente relacionadas con el contexto socio-cultural dentro del cual se desarrollan y suelen estar respaldadas por una tradición que siempre, total o parcialmente, reafirma, rechaza y renueva, y que largo tiempo, socialmente ha degradado, estigmatizado y acosado de distintas maneras a los homosexuales y, por otro lado, la iglesia, que aunque recientemente aparece benévola, misericordiosa y clemente en algunos países, es argumental con respecto a la homosexualidad, combatiéndola fehacientemente.

Sin embargo, las comunidades en general son más permisivas con sus artistas e intelectuales y toleran comportamientos y elecciones sexuales que no son fácilmente aceptados por la gente común. Quizás por esta razón desde la literatura, el teatro y el cine se han tratado temas urticantes e imposibles de tocar con naturalidad en tiempos de censura: la homosexualidad masculina y femenina.

Nada feliz se ve esa búsqueda del amor, el sexo y la belleza si de historia homosexual se trata, aunque se diga que los armarios se han abierto a nuevos tiempos, si razonamos que, al fin y al cabo, no hace más que reflejar una obsesión de un gran número de homosexuales en la actualidad. No obstante, lo que interesa evidenciar (sin flamear banderas homofóbicas y porque la homosexualidad no es trascendente ni sujeta a encasillamientos), es lo que aportan l@s creadores(as), sean éstos varones, féminas, gays, lesbianas, es su veracidad y credibilidad como seres humanos en la transmisión de la cultura, específicamente, la literatura.

Alguien dijo que el conocimiento de estos ejemplos literarios revelará que el amor homosexual no es un amor de “menor categoría” o “calidad” que el amor heterosexual, guerreándose, de este modo, el estereotipo que caracteriza al homosexual por una conducta sexual desligada de sentimiento amoroso (por el contrario, ligado a un sentimiento egoísta, homosexualidad= perversión), o de toda búsqueda de comunicación y afectividad en la relación amatoria.


Aunque no existe una cultura gay/lésbica abierta y autoconciente, se ha desarrollado un movimiento gay/lésbico que se ha identificado como gay/lésbica.

Así encontramos, a lo largo de distintos períodos en España, (hablaremos de España por la influencia histórica en nuestro país), la apreciación del amor entre hombres y entre mujeres como un culto a la belleza y a la poesía. La poesía en los tiempos bíblicos nos sugiere el hecho de que la homosexualidad era una práctica común, aunque en época medieval este pecado contra natura era castigado con la castración pública seguida con la muerte. Pero en la época del Rey Alfonso V la homosexualidad era vista de una manera indulgente, al menos en los círculos aristocráticos. Testimonios de la inquisición española revelan la existencia de ghettos homosexuales clandestinos, ya que la mayoría de ellos se casaban, de acuerdo a las presiones para contraer matrimonio.

La homosexualidad aparece en la literatura clásica española de manera sutil, en lo que concierne al teatro. Los papeles femeninos a veces eran interpretados por muchachos, y las actrices a menudo interpretaban papeles masculinos. Tirso de Molina destacó especialmente por el uso de travestis y por sus protagonistas “femeninos”. Cervantes presenta, entre sus amistades del mismo sexo, relaciones con matices homosexuales, por medio de la mitología clásica y la literatura pastoril. Luis de Góngora, en su obra “Las Soledades”, el protagonista es descrito como más bello que el garzón de Ida, razón por la cual fue calificado por Quevedo de sodomita. En el siglo XVIII, 1922, la pena capital por homosexualidad fue suprimida. En la época del Renacimiento fueron publicadas obras de autores homosexuales, aunque los escritores más abiertamente homosexuales no pudieron tratar el tema en sus obras, como el dramaturgo Jacinto Benavente, premio Nobel de literatura 1932, el cronista Pedro de Répide, el cuentista Antonio de Hoyos. No obstante hubo homosexualismo encubierto en el estudio de figuras homosexuales como el conde de Villamediana. Progresivamente, como una afirmación homosexual encontramos a Lorca, Prados, Luis Cernuda, Vicente Alexandre, premio Nobel de literatura 1977, Pedro Salinas y Manuel Altolaguirre, quien junto a Prado publicaron la revista Litoral, entre 1926 y 1929.

Oscar Wilde, Andre Gide, Lautréamont.

Entre 1939 y 1975 la homosexualidad volvió a ser clandestina en España. Desde su exilio voluntario, Juan Goytisolo, publicó su obra En los reinos de taifas, en la cual hace su primera declaración pública de autoaceptación homosexual.


Escritores/ poetas GAYS/ LESBIANAS en Chile

Los escritores tuvieron que utilizar estrategias para hablar del tema sin que se notara. Recurrieron a la metáfora. Así, traficaron la homosexualidad, pero no la decían.

Las antologías demuestran que en los años noventa hubo una irrupción en Chile que permitió la circulación de varios textos que pasaban por la temática homosexual. “Se publicaron cosas interesantes y otras que no lo eran, que carecían de enjundia literaria”, afirma Sutherland. En 1994, por primera vez una editorial internacional -Planeta- lanzó un volumen sobre la materia: “Ángeles Negros”, del propio Sutherland. Al año siguiente, Pedro Lemebel publicó “La esquina es mi corazón”, dando estatus literario al arquetipo de “la loca”. En 1998, Sudamericana lanzó “Paisaje masculino”, de Carlos lturra. Y algunos años después, Alfaguara hizo lo propio con “Vidas vulnerables”, de Pablo Simonetti.

Hoy el escenario aparece distinto. “Las editoriales pueden ser atraídas por la temática, pero muestran cuidado”, sostiene Sutherland. Aclara que en el caso de “A corazón abierto”, la discusión se centró en lo literario con el editor, el escritor Germán Marín. La atención estaría dada por cierto conservadurismo, aunque admite que “a estas alturas no se puede publicar sólo porque un texto es de una minoría”.


۩ Gabriela Mistral, Chile, (siglo XX, fallecida). Poeta que ganó el premio Nobel de Literatura 1945.

۩ Luis Gauthier,(Siglo XX, fallecido). Profesor de Estado. Coordinador del Movimiento Unificado de Minorias Sexuales. Encargado de Relaciones Internacionales. Es uno de los primeros líderes que incansablemente lucharon por los derechos de la comunidad GLBT en Chile.

۩ Pedro Lemebel. Uno de los escritores chilenos más interesantes; también es artista de performance (Las Yeguas del Apocalipsis).

۩ Mariana Romo Carmona, escritora que vive en Nueva York. Ha publicado muchos libros incluyendo Latina Lesbians. Escribe en inglés.

۩ Carlos Sánchez Soto, fue líder rebelde estudiantil durante la dictadura de Pinochet y es ahora el líder gay chileno más visible que lucha por los derechos de los homosexuales.

۩ Juan Pablo Sutherland, escritor de renombre.

۩ Héctor Hernández Montecinos, (1979). Es reconocido como uno de los estandartes de la poesía joven –gay.

۩ Tulio Mendoza Belio, (1957), poeta y editor.

۩ Damsi Figueroa, poeta.

۩ Marcelo Mellado, narrador.

۩ Ingrid Odgers, poeta y narradora.

۩ María Cristina Ogalde, narradora.

۩ Víctor Bórquez, cuentista. Víctor Bórquez, narrador.

Entre otr@s.

Y, obviamente, que no olvidamos a Rimbaud, Baudelaire, Verlaine, aquellos poetas malditos franceses que despiertan curiosidad por las letras y su vida personal.
Observación:

* Cualquier lista de este tipo trae a colación dos aspectos, inclusión y exclusión.

* Al usar los términos lesbiana, gay, se hace referencia a los siguientes aspectos: orientación sexual (lo que se siente), comportamiento sexual (lo que se hace) e identidad sexual (cómo se autodefinen).

* Artículo investigativo para la Segunda Edición de la Revista Palavra Fiandeira, Brasil, editada por Marciano Vasques.


En San Pedro de la Paz, Chile, 25 de Mayo de 2010.



A voz silenciada do amor homossexual, até pouco tempo, porém refletida nos escritos, tanto poéticos como romances, que desperta em nós a curiosidade e a sede de conhecer mais, o amor entre homens e o amor entre mulheres resulta um obstáculo e acaso dramático ao criar relações e apego, pois por um lado, as sociedades intimamente relacionadas com o contexto socio-cultural dentro do qual se desenvolvem e constumam estar respaldadas por uma tradição que sempre, total ou parcialmente, reafirma, rejeita e renova, e que por um longo tempo, socialmente foi degradado, estigmatizado e acossado de diferentes maneiras aos homossexuais e, por outro lado, a igreja, que ainda que recentemente apareça benévola , misericordiosa e clemente em alguns países, argumenta com respeito à homossexualidade, combatendo-a sem arredar pé.



Outrossim, as comunidades geralmente são mais permissivas com seus artistas e intelectuais e toleram comportamentos e escolhas sexuais que não são facilmente aceitos pela gente comum. Talvez por essa razão, desde a literatura, o teatro, e o cinema, se tratou temas urticantes e impossíveis de se tocar com naturalidade em tempos de censura: a homossexualidade masculina e feminina.



Nada feliz se vê nessa busca do amor, o sexo e a beleza se de história homossexual se trata, ainda que se diga que os armários estejam abertos aos novos tempos, se poderarmos que, ao fim e ao cabo, não fazemos mais do que refletir uma observação de um grande número de homossexuais na atualidade. No obstante, o que interessa pôr em evidência (sem atiçar bandeiras homofóbicas e porque a homossexualidade não é transcendente nem sujeita a categorizações), é o que fornecem os(as) criadores (as), sejam estes varões , fêmeas, gays, lésbicas, é sua veracidade e credibilidade como seres humanos na trasmissão da cultura, especificamente, a literatura.





Disse alguém que o conhecimento destes exemplos literários revelará que o amor homossexual não é um amor de "menor categoria" ou "qualidade" que o amor heteroxessual, guerrreando-se, deste moto o estereótipo que caracteriza ao homossexual por uma conduta sexual desligada de sentimento amoroso (pelo contrário, ligado a um sentimento egoísta, homossexualidade= perversão), ou de toda busca de comunicação e afetividade no relacionamento amoroso.




Ainda que não exista uma cultura gay/lésbica aberta e autoconsciente, tem se desenvolvido um movimento gay/lésbico que vem se identicando como gay/lébica.



Assim encontramos, ao longo de diferentes períodos em Espanha, (falaremos de Espanha pela influência histórica aqui no Chile), a apreciação do amor entre homens e entre mulheres como um culto à beleza e à poesia. A poesia nos tempos bíblicos nos sugere o fato de que a homossexualidade era uma prática comum, ainda em época medieval este pecado contra a natureza fosse castigago com a castração pública seguida de morte. Porém na época do Rei Alfonso V, a homossexualidade era vista de uma maneira indulgente, ao menos nos cículos aristocráticos. Testemunhas da inquisição espanhola revelam a existência de guetos homossexuais clandestinos, já que a maioria deles se casavam, de acordo com as pressões para se contrair matrimônio.




A homossexualidade surge na literatura clássica espanhola de maneira sutil, no que concerne ao teatro. Os papéis femininos às vezes eram interpretados pelos rapazees, e as atrizes geralmente interpretavam papéis masculinos. Tirso de Molina ressaltou especialmente o uso de travestis e seus protagonistas "femininos". Cervantes apresenta, entre suas amizades do mesmo sexo, relacionamentos com matizes homossexuais, por meio da mitologia clássica e a literatura pastoril. Luis de Góngora, em sua obra "Las Soledades", o protagonista é descrito como o mais belo que o "garzón de Ida" , razão pela qual foi qualificado por Quevedo de Sodomita. No século XIX, 1922, a pena capital para a homossexualidade foi suprimida. Na época do renascimento foram publicadas obras de autores homossexuais, ainda que os escritores mais abertamente homossexuais não pudessem tratar do tema em seus textos, como o dramaturgo Jacinto Benavente, prêmio Nobel de Literatura 1932, o cronista Pedro de Répide, o contista Antonio de Hoyos. Não obstante, houve homossexualismo encoberto no estudo de figuras homossexuais como o conde de Villamediana. Progressivamente, como uma afirmação homossexual encontramos a Lorca, Prados, Luis Cernuda, Vicente Alexandre, Prêmio Nobel de Literatura 1977, Pedro Salinas e Manuel Altolaguirre, que juntamente com Prado publicou a Revista Litoral, entre 1926 e 1929.

Oscar Wilde, Andre Gide, Lautréamont.


Escritores/ poetas/ GAYS/LÉSBICAS no Chile

Os escritores tiveram que utilizar estratégias para falar do tema sem que se notassem. Recorreram à metáfora. Assim, expuseram a homossexualidade, porém não a diziam.

As antologias demonstram que nos anos noventa houve uma irrupção no Chile que permitiu a circulação de vários textos que passavam pela temática homossexual. "Coisas interessantes foram publicadas e outras nem tanto, que careciam de substância literária", afirma Sutherland. Em 1994, pela primeira vez uma editora internacional - Planeta -lançou um volume sobre a matéria: "Anjos negros", de autoria do próprio Sutherland. Ao ano seguinte,
Pedro Lemebel publicou "A Esquina é o meu coração", fornecendo Status literário ao arquétipo de “la loca”. Em 1998, Sudamericana lançou " Paisagem Masculina", de Carlos Iturra. E alguns anos depois, Alfaguara fez o mesmo com "Vidas Vulneráveis", de Pablo Simonetti.
Hoje o cenário aparece diferente. "As editoras podem ser atraídas pela temática , porém mostram cautela" sustenta Sutherland. Esclarece que no caso de "A coração aberto", a discussão se centrou no literário com o editor, o escritor Germán Marín. A atenção estaria dada por certo conservadorismo, ainda que admita que " a esta altura não se pode publicar só porque um texto é de uma minoria"



۩ Gabriela Mistral, Chile, (Século XX, falecida). Poeta que ganhou o prêmio Nobel de Literatura 1945.
۩ Luís Gauthier, (Século XX, falecido). Professor de Estado. Coordenador do Movimento Unificado de Minoria Sexuais. Encarregado de Relações Internacionais. É um dos primeiroa líderes que incansavelmente lutaram pelos direitos da comunidade GLBT em Chile.




۩ Pedro Lemebel. Um dos escritores chilenos mais interessantes; também é artista de perfomance ( Las Yeguas del Apocalipsis).
۩ Mariana Romo Carmona, escritora que vive em Nova Iorque. Publicou muitos livros incluíndo Latina Lesbians. Escreve em Inglês.
۩ Carlos Sánchez Soto, foi líder rebelde estudantil durante a ditadura de Pinochet e é agora o líder gay chileno mais visível que luta pelos direitos dos homossexuais.



۩ Juan Pablo Sutherland, renomado escritor.
۩ Héctor Hernández Montecinos, (1979). É reconhecido como um dos estandartes da poesia jovem-gay.
۩ Tulio Mendoza Belio, (1957), poeta e editor.
۩ Damsi Figueroa, poeta.





۩ Marcelo Mellado, contador de histórias.
۩ Ingrid Odgers, poeta e contadora de histórias
۩ María Cristina Ogalde, contadora de histórias.
۩ Víctor Bórquez, contista. Victor Bórquez, contador de histórias.


Entre outros (as)


E, obviamente, que não esquecemos de Rimbaud, Baudelaire, Verlaine, aqueles poetas malditos franceses que despertam curiosidade pelas letras e sua vida pessoal.



* Qualquer lista deste tipo traz à tona dois pontos, inclusão e exclusão.


*Ao usar os termos lésbica, gay, se faz referência aos seguintes aspectos: orientação sexual (o que sente), comportamento sexual (o que faz) e identidade sexual (como se autodefine).


REGINA SORMANI



Os fios invisíveis do amor


Li alguns anos atrás, uma fábula chinesa que contava o seguinte:
Cada pessoa, ao nascer, traz amarrados aos pés, fios invisíveis e muito, muito longos que, durante sua vida devem encontrar seus pares, nos pés de outra pessoa. O destino se encarrega de juntar essas almas gêmeas, de forma, muitas vezes, inusitada. Na fábula, a filha única do imperador se apaixona por um rapaz de família simples e se rebela contra a vontade do pai que pretende casá-la com um príncipe rico e cruel. O rapaz pobre é condenado à morte pela ousadia de se aproximar da princesa e tudo parece perdido para o casal de apaixonados. Porém, na hora da execução, o carrasco percebe que o moço traz no pescoço, um cordão com uma medalha e a entrega ao imperador. Este pedaço da fábula, todo mundo conhece: na verdade, o rapaz é o filho de um nobre e valente amigo do imperador, desaparecido num campo de batalha. A medalha é o documento de identidade do namorado da princesa. Desvendado o mistério, tudo acaba bem. Os fios invisíveis do amor cumprem seu destino. A princesa e seu amado casam-se e vivem felizes para sempre.
Deixando de lado a fábula chinesa e as artimanhas do destino, conheço alguns casos que acontecem no dia a dia e que merecem, pelo menos, alguns segundos da nossa atenção. Acompanhei de perto a história a seguir:
Osmar estava noivo, de casamento marcado com Patrícia. Lá no íntimo, ele não havia esquecido a Tereza, sua namoradinha de infância, que deixara há anos, no interior do Mato Grosso. Quase às vésperas do matrimônio, Osmar foi à Catedral da Sé para um momento de oração e reflexão. Na hora da saída, a moça que estava à sua frente deixou cair um livro de orações. Osmar apanhou o livro e quando foi entregá-lo, ficou frente a frente com Tereza. A partir daí, a história de Osmar começou a mudar. Sim, ele desfez o compromisso com Patrícia e até hoje está casado com Tereza.
Esse reencontro foi obra do destino? Coincidência? Teriam os fios invisíveis do amor se entrelaçado e unido Osmar e Tereza? O importante é que o amor venceu!

A todos, feliz dia dos namorados.

Regina Sormani
ESCRITORA
BRASIL



MARIA THEREZA CAVALHEIRO




Dizem que os poetas - principalmente os que se dedicam à trova - falam demais em amor. Nada de estranho nisso! Pois o amor é a mola do mundo, é o amor que comanda a vida de cada um de nós.
Há quem diga que falar de amor numa época em que os homens se preocupam com conquistas espaciais, com a energia nuclear, é algo obsoleto.
No entanto, o amor sempre presidiu à vida do homem, em todas as épocas. Os poetas do passado e do presente têm tido no amor um motivo permanente de inspiração, direta ou indiretamente. Para mim, as mais belas produções de Vinícius de Moraes são justamente os seus sonetos, numa linguagem nova. E que dizer dos sonetos de Guilherme de Almeida? E de Colombina?
Como declarou Murillo Araújo, em entrevista à minha coluna "Trovas", "Para um artista de gênio não há gênero superados: ele renovará qualquer um, se o quiser, com a força de sua personalidade" (...) E mais adiante: "Quanto ao sentimento que , num absurdo, há quem tente hoje abolir, viverá com o homem. Prescrevê-lo das artes é desumanizar a estética, e até castrar a natureza humana. Sem que nada desapareça totalmente é que as coisas se renovam a cada instante, pois a vida não se repete nunca, nem no espaço nem no tempo".
E assim tem sido desde sempre. Ao tempo da velha Roma, para o casamento, exigia-se 'honor matrimonii" e "affectio maritalis" , isto é, coabitação e propósito firme de amor recíproco. Em nosso Direito, todo baseado no Romano, o amor continua sendo condição para o casamento. Como achar então que o amor está superado? Deve se lembrar que, se o amor é a base do casamento, o casamento é a base da sociedade, e é a sociedade que forma a Pátria. É sempre o amor em primeiro lugar! O amor precede a tudo mesmo quando não está explícito. Há sempre um sentimento de amor que comanda a vida do homem. Assim, quando os poetas em geral e particularmente os poetas trovadores falam de amor, não estão sendo antiquados. E o próprio amor livre, forma mais liberal de amor, não é atual?
Estamos falando do amor à criatura amada, mas há o amor em todas as suas outras formas, como o amor materno, o amor aos pais, aos filhos, aos professores, aos amigos; o amor à natureza - às árvores, às flores; o amor às artes; o amor à Deus! Há o amor-renúncia, quando isso faz alguém feliz. O amor-sacrifício, o amor-dedicação. O amor...oh! o amor...
A trova também está sempre em voga, desde os tempos mais antigos, mas agora com nova roupagem. é a comunicação rápida num mundo em que impera a velocidade, a economia de tempo; implica sonoridade, mensagem, ritmo, beleza, seja para traduzir uma emoção, seja para emitir um conceito.
Em meus livros, sempre falo do amor. No último publicado, "Trovas para Refletir", que está sendo distribuído pela Loyola, tenho trovas assim:

O bem e o mal, em verdade,
deixam profundas raizes,
pois até se tem saudade
dos amores infelizes!
*

Quando existe em nós a chama
de uma alegria interior,
é porque alguém que se ama
corresponde ao nosso amor!

*
 
O amor é sorriso...ou pranto.
O amor é nuvem...ou sol.
O amor é lágrima...ou canto.
O amor é treva...ou farol.


Em meu livro anterior, "Cabeça de Mulher", há um conto - "Giovanna não faz o amor", em que o tema é abordado sob vários aspectos. Um deles é o "amor proibido", em que a personagem declara:
"É um misto de fel e de mel... Paradoxal, pois, se traz felicidade, é o que mais faz sofrer. É um amor que vibra entre a expectativa e o adeus. Alicerça -se na própria insegurança. E, por isso mesmo, talvez tenha a marca da imortalidade...é amor que se alimenta da dissimulação. Traz crises de consciência que geralmente não levam a nada. Tem perigos e angústias. Vive entre o segredo e o escândalo. É feito de pranto, mas em seu âmago estão as maiores alegrias. É amor que condena e redime...Desesperado e calado, não é sempre que permite o soluço. Evidentemente que estou falando do amor proibido no sentido do amor mesmo, não me refiro a passageiras aventuras...Estas têm apenas o sabor de pecado. Amor proibido é o que se multiplica entre sombras. Eu, porém, gosto de amar à luz do sol. Amor, para mim, deve ser dentro do maior companheirismo. Por isso me casei quatro vezes..."
O conto se resume numa entrevista coletiva, na qual a atriz principal de um filme, intitulado "O Amor", responde às perguntas da imprensa sobre o amor, e atesta que "todas as formas de amor são válidas quando se ama verdadeiramente".
A poesia está no homem e na mulher, a espocar quando há o instante maior entre dois seres que falam a mesma linguagem e passam a se querer, com admiração e respeito. A poesia está no amor, responsável pela perpetuação da espécie humana. Os poetas falam de amor? Claro! Não há amor sem poesia nem poesia sem amor. E amor é tudo que existe em nós de bom e de belo! É também o desejo de saber, a alegria de ensinar, a vontade de construir, de trabalhar por um mundo melhor" "Amar"é uma palavra muito abrangente: é servir , é dedicar-se, dar-se; é dividir, compartilhar, receber, ajudar; é ser companheiro, ser amigo, confidente, solidário. Por isso, afirmo:

Se o peito de amor transborda
e as mãos não se veem sozinhas,
dentro em nós um deus acorda
ao som de mil campanhias!

Maria Thereza Cavalheiro é escritora
*
MONTSERRAT


Cuando era pequeña, quizá porque los niños y las niñas estudiábamos por separado, nos enamorábamos con facilidad.

Las niñas, nos preguntábamos-¿ Y a tí ¡quén te gusta ?- A mi,  me gusta Pepito. Y resulta que el tal Pepito  ni siquiera se
enteraba.

Y cuando veíamos al chico de los sueños aunque fuera de lejos, el corazón se aceleraba y una especie de euforia se apoderaba del alma.

Luego al llegar la noche una se dormía y soñaba con el niño en cuestión. Eran sueños inocentes simplemente  que paseaba con el cogida de la mano.

Más tarde cuando de más mayor fui a bailar sardanas, simplemente el cogerte de la mano con el chico que te gustaba ya era una sensación celestial. Y el ni siquiera se enteraba.

Antes las chicas teníamos que guardar los sentimientos. el derecho a declarar el amor solo le estaba permitido a los chicos.
Nosotras úsabamos una inocente coqueteria y si nos miraba un  chico a veces el rubor se apoderaba de nuestras mejillas.

Ellos también tenían una cierta timidez, pues se exponian que al declararse les diéramos calabazas.

¿Cuántos chicos y chicas de mi ápoca se habrán enamorado y por un falso pudor, no se lo habrán manifestado?.

Quando eu era bem menina, talvez por que os meninos e as menina estudavam separados, nos apaixonávamos com facilidade.
As meninas, nos perguntávmos: - De quem você gosta? - Eu gosto do Pedrinho. E resulta que o tal do Pedrinho nem sequer tomava conhecimento.
E quando víamos ao menino dos sonho, ainda que de longe, o coração se acelerava e uma espécie de euforia se apoderava da alma.
Quando a noite caia, uma das meninas dormia e sonhava com o garoto em questão. Eram sonhos inocentes, simplesmente que passeava de mãos dadas.

Mais tarde, quando já maior, fui dançar Sardanas, simplesmente ao toque das mãos com o rapaz de quem gostava já era uma sensação celestial. E ele nem sequer se dava conta.
Antes as mocinhas tinham que guardar os sentimentos, o direito de declarar o amor só era permitido aos rapazes.
Nòs usávamos um inocente coquete e se nos olhava um menino às vezes o rubor se apoderava de nossas bochechas.
Eles também tinham uma certa timidez, pois se expunham que ao se declarar poderíamos lhes dar "abóboras" (um fora).
Quantos rapazes e quantas moças de minha época se terão apaixonados e por um falso pudor, não terão se manifestado?
MONTSERRAT,
ATIVISTA CULTURAL
ESPANHA ( Valência)





 Paula Ivony Laranjeira
O Amor: em busca de conceitos



Um sentimento milenar que promove a felicidade, mas que também pode gerar a tristeza, o amor, é figura fácil nas conversas do cotidiano, em músicas, na literatura, nas artes plásticas, no cinema, e em vários ramos da ciência. Um sentimento tão presente suscita conceitos diferentes. Mas é possível explicá-lo ou descrevê-lo? Quem poderia dizer o que é o amor?
Para tentar responder esta assertiva vamos perambular por este sentimento-aranha que envolve e prende suas presas de tal forma, que o ser capturado não queira se desprender das teias. Explorá-lo não é tarefa fácil, mas muitos são os que se arriscam. Alguns valendo-se de linguagens poéticas conseguem alcançar o sublime, pintando com suas metáforas algo palpável. Outros, apesar dos recursos linguísticos e do alcance popular que seu conceito ganha não consegue, abarcar o inenarrável significado que ele possui.
A literatura está encharcada dessa temática. Poetas e narradores nos embalam em seus delírios líricos-amorosos. Para uns um sentimento implacável, para outros convenção, em uns causa felicidade em outros tristeza mortal. Um dos mais conhecidos conceitos descritivos do amor foi feito por Camões, que sentencia: “Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer” Tem-se neste soneto vários conceitos que subjetivamente descrevem o amor bem como seus efeitos, possibilitando ao leitor que faz uso dos versos, sentir certa intimidade com as metáforas, alcançando o real, antes possível somente nos delírios oníricos. Mário Quintana, nos traz outra acepção: “O amor é quando a gente mora um no outro”. Nisto entende-se a segurança do estar presente fisicamente num espaço. Morar, habitar, residir em um local que não é seu, não é você, mas que foi conquistado, e por tal, te pertence, é uma extensão sentimental-corpórea recíproca de si. Já para Drumonnd, “Amor é estado de graça e com amor não se paga (...) Amor foge a dicionários e a regulamentos vários”. Assim, o poeta evidencia que o amor é algo gratuito, não precisa ser correspondido, e faz bem a quem o sente, o eleva a um plano superior, quase divino. No entanto, o que mais chama a atenção, neste texto, é o fato do autor anunciar que o amor não cabe em conceitos ou dicionários. Não se explica tal sentimento, ocorrência que é reforçado por Sêneca “O amor não se define; sente-se”.
Além da poesia, a literatura traz uma vertente revolucionária para as relações amorosas: o romance. Por muito tempo o amor viveu várias facetas: animalesco, idealizado, sacralizado, pecaminoso, etc. No entanto, dos ingratos acordos de família, o amor passa a ser vivido pela atração que desperta entre dois seres. Isso mais precisamente no século XIX, com o surgimento dos folhetins que leva à sociedade histórias cheias de amantes que fazem de tudo para viverem suas próprias narrativas de amor. Isso acaba sendo refletido na sociedade, gerando novas conceituações para o amor bem como uma linguagem cheia de imagens simbólicas no intuito de explicar um sentimento que ganha matizes e intensidade diferentes, mas que tem que ser vivido a qualquer custo.
Nas artes plásticas, nos deparamos com a história de amor entre os escultores Rodin e Camille Claudel. Ela, aluna e modelo, ele o mestre. Eles se apaixonam e vivem uma história de amor, como muitas, cheia de sofrimentos. Isso porque Rodin se casa com Rose, e Camille passa a ser a sua amante. No entanto, aos poucos, ele vai se distanciando até não mais procurá-la, fator propício para um desequilíbrio psicológico que a leva ao hospício, estando lá até a morte. Um amor tão intenso faz Camille expressá-lo através de seus entalhes. Assim, a arte e o amor, união belíssima, gera rebentos significativos e expressivos como os produzidos por Camille. As imagens postadas abaixo falam por si, revelam o que vai na alma de quem as produziu. Nas esculturas é possível observar a paixão, o desejo, a dor e o desespero do abandono, o que nos possibilita olhar o amor representando conceitos ora de felicidade ora de sofrimento.


Como diz Honoré Balzac, “O amor é a poesia dos sentidos”. Neste caso, tal sentimento perpassa o corpo, e vai sendo conceituado ou talhado pelas mãos, expressando muito além do que os olhos podem ver ou do que as mãos podem deduzir via toque. Reflete o que envolve a alma de quem modelou ou de quem, defronte o bronze, aprecia.
A variedade de conceitos que abarcam o amor também se faz presente na música. Nela o amor é cantado nas mais variadas formas: para Djavan “vaga entre o lírio/ da luz solar/ e a agonia do quebra-mar/ forjado em ouro
tesouro/ que não existe pra se comprar” (Sentimento verdadeiro, Djavan). Neste vagar musical, o amor busca parada na natureza: na pureza do lírio, no brilho e calor do sol, na força das águas marítimas. E finalmente ganha valor superior ao ouro, metal valioso e cobiçado. Horsth e Feghali também tomam emprestado da natureza elementos para possibilitar uma conceituação mais eficaz do amor, para eles o amor é “Tempestade de desejos/ Um eclipse no final de um beijo/ O amor é estação/ É inverno, é verão/
É como um raio de sol/ Que aquece e tira o medo/ De enfrentar os riscos/ Se entregar...” (Amar é. Comp.: Cleberson Horsth - Ricardo Feghali). Além de dos elementos naturas, este último trecho chama a atenção para o fato de este sentimento retirar o medo. Quem ama corre todos os riscos, enfrenta os próprios medos com a finalidade de viver este sentimento, e alcançar a felicidade. No entanto, Djavan, afirmar que o amor/amar “é um deserto/ E seus temores/ Vida que vai na sela/ Dessas dores” (Oceano. Djavan). Se para Horsth e Feghali o amor faz perder o medo, para Djavan é algo que causa medo, algo que se teme como o deserto. Cabe ressaltar outro conceito para o amor, presente em músicas, que chama ao palco a noção de eternidade. O amor verdadeiro será eterno, como se vê na composição de Roberto e Erasmo: “Um amor de verdade/ (...) é pra sempre/ É pra eternidade/(...)O amor é assim/ Eu tenho esquecido de mim/ Mas dela eu nunca me esqueço”(Amor sem limite, comp.: Roberto Carlos / Erasmo Carlos). É um sentimento nobre, que faz o amante esquecer-se de si em favor do outro. Tudo é feito para o sujeito amado. Porém, cabe lembrar, que fazendo pelo outro, está fazendo por si, visto que, o gozo e a felicidade alcançada com o sublime ato de doação de si, são recíprocos bem como os frutos.
Nota-se que o amor recebe conotações variadas e envolve parte do nosso sistema sensorial nesta elaboração conceitual. Assim, temos a audição (a música), visão (esculturas, pinturas e a leitura de textos) tato (escultura). Por estas vias, a expressão artística do sentimento amoroso adentra o sistema nervoso associando-o com outras infinidades de conceitos. Aos poucos, elementos variados são tomados por empréstimo do mundo real/concreto para tornar palpável um sentimento que perambula entre neurônios, células, músculos, nas esferas psicológicas ou na força imaterial que chamamos de alma, mais especificamente vivificada no órgão cardíaco. Por mais que se conceitue o amor, percebe que ainda temos a necessidade de continuar buscando uma formação frasal que nos abarque em momentos distintos, isto porque devido à individualidade e subjetividade do mesmo, as definições existentes sempre podem ser aperfeiçoadas ou moldadas às nossas necessidades.
Diante do exposto, é viável o comentário de Mary Del Priore, em entrevista a revista Cult, “A liberdade sexual é um fardo para os mais jovens. Muitos deles têm nostalgia da velha linguagem do amor, feita de prudência, sabedoria e melancolia, tal como viveram seus avós. Hoje, a loucura é desejar um amor permanente, com toda a intensidade, sem nuvens ou tempestades. Numa sociedade de consumo, o amor está supervalorizado”. Del Priore ainda reforça, “Sabemos, depois de tudo, que o amor não é ideal, que ele traz consigo a dependência, a rejeição, a servidão, o sacrifício e a transfiguração.  Resumindo: existe um grande contraste entre o discurso sobre o amor e a realidade de vida dos amantes.” Isso nos faz entender que apesar da variedade conceitual-poética do amor há uma diferença entre o que se diz e o que se vive. Assim, devemos levar em contar que o amor cantado em prosa e verso pertence, muitas vezes, a um mundo idealizado, com definições idealizadas. Mas há quem não goste de idealizá-lo?




NORMA LUGO


El amor

Un instante puede ser infinito…
La tierra entera puede caber en una mirada.
Los latidos del corazón pueden galopar alocados o marcar serenamente el ritmo de los años.
Un recuerdo, un aroma, una canción…
Manos suaves en noveles caricias, fuertes acompañando el trabajo o frágiles y aletargadas.
Suele ser lágrima, desgarro y también carcajada.
Huele a incienso, a golosina, a campo después del aguacero, a comida caliente y a deseo.
Es mar infinito, y eterna cumbre nevada.
Se alimenta de esperanzas, sueños y tropiezos.
No hace trampa, aunque algunos sean tramposos.
Da, pide, entrega, reclama y vuelve a dar.
Enciende las luces del universo y puede su ausencia ser la más absoluta oscuridad.
Es paciente y ansioso, débil y fuerte.
Lejano, interno, efímero y eterno.
A su paso nada permanece igual.
Basta una sonrisa, una intención, un anhelo.
Sacude lo más profundo, renueva con su aliento.
Cura, sana, es estigma y aura.
Se hace letra, poesía, canto amargo o letanía.
Entibia el frío más intenso, anima, acompaña y es alimento.
Acuna, abraza, eriza, calla.
Aprende, enseña y vuelve a aprender.
Es palabra, silencio y acción.
Danza, gatea, vuela, ruega.
Es, fue y será…simplemente EL AMOR.

Um instante pode ser infinito...
A terra inteira pode caber num olhar.
As batidas do coração podem galopar enolouquecidamente ou de forma calma marcar o ritmo dos anos.
Uma recordação, um aroma, uma canção...
Mãos suaves em toques macios, fortes acompanhando o trabalho ou frágeis e letárgicas.
Habitualmente lágrimas, prantos e gargalhadas.
Tem odor de incenso, de guloseima, de campo após o aguaceiro, de comida quente e de desejo.
É mar infinito e eterno pico nevado.
Alimenta-se de esperanças, sonhos e tropeços.
Não iludem, embora alguns sejam traiçoeiros.
Dá, pede, reclama e torna a dar.
Acende as luzes do universo epode a sua ausência tornar-se a mais profunda escuridão.
É paciente e ansioso, frágil e forte.
Distante, eterno, efêmero e eterno.
Ao seu passo nada permanece igual.
Basta um sorriso, uma intenção, uma saudade.
Agita o mais profundo, renova com seu fôlego.
Cura, sara, é estigma e aura.
Se faz letra, poesia, canto amargo ou ladaínha.
Aquece o frio mais intenso, anima, acompanha e é alimento.
Acolhe, abraça, arrepia, cala.
Aprende, ensina, e volta a aprender.
É palavra, silêncio e ação.
Dança, rasteja, voa, implora.
É, foi e será...Simplesmente o AMOR.
El amor es fuego inagotable, fuente de toda inspiración, basta recorrer la literatura para descubrir cientos de escritos en su nombre: tragedias, dramas, comedias, novelas, poemas, cuentos. En cambio pocas veces el amor es tapa de diarios y revistas. No es noticia, aunque sea el motor que todo lo mueve.
Puede disfrazarse de mil colores, vestirse de blanco o andar en harapos. Es extraño es tan antiguo como la humanidad y a veces esta parece desconocerlo.
Es omnipresente, pasado, presente y futuro, aunque todavía en algunos rincones del planeta se desangre, y algunos jueguen a vencerlo.
Nos antecede y nos precederá.
Creo, afirmo, proclamo como primicia universal: El amor es una realidad y es oportuno festejarlo. Ya sea como parejas, como madres e hijos, amigos, vecinos, maestros, escritores, ancianos y jóvenes, religiosos, ateos, soñadores y pesimistas…, humanos, naturaleza entera, universo: celebremos al amor!!!

Norma Lugo


O amor é fogo inesgotável, fonte de toda inspiração, basta percorrer a literatura para descobrir centenas de escritos em seu nome: tragédias, dramas, comédias, romances, poemas, contos. Em troca, poucas vezes o amor é capa de jornais e revistas. Não é mais notícia, ainda que seja o motor que a tudo move.
Pode distaraçar-se de mil cores, vestir-se de branco e andar esfarrapado. é estranho e tão antigo como a humanidade e às vezes esta parece desconhecê-lo.
É onipresente, passado, presente e futuro, ainda que, todavia, em alguns cantos do planeta esteja a sangrar, e alguns se jugam capazes de vencê-lo.
Nos antecede e nos precederá.
Creio, afirmo, proclamo como primícia universal. O amor é uma realidade e julgo oportuno festejá-lo. Seja como pares, como pais e filhos, amigos, vizinhos, mestres , escritores, idosos e jovens, religiosos, ateus, sonhadores e pessimistas....humanos, natureza inteira, universo: celebremos o amor!

NORMA LUGO


DANILO VASQUES

Rascunho

Gostava de me crer romântico. E por isso quis uma trilha para acompanhar as linhas que a partir de agora esboço: Something. Pego o rascunho que tingi numa folha de caderno, releio e desprezo a tinta já gasta, permito-me apenas a introdução: O que os tolos sabemos sobre o amor? Tolos os que acreditamos na influência que tal palavra, amor, exerce sobre os homens que somos sem mesmo sabê-la dizer ao certo.

Pois é, creio no amor.

De pronto, lembro de um repentista alagoano que certa vez comoveu uma pequena plateia ao elencar uma carta fictícia como o suporte para versar sobre o tema em sua viola. Homem sábio, Mestre Verdelinho, cujo recurso peço licença de usar. Faço de uma carta não escrita modo de falar sobre o assunto:

Querida, saudades.

Hoje, comemoramos o dia dos namorados. Estou feliz, ainda que a vida de agora esteja difícil. Sei que a dor nos tem acompanhado, contudo, não seria assim o combinado silencioso? Amor, parece-me trazer em si uma porção de tristeza que insiste em nos lembrar quão bom é um acalanto. Dias dos namorados, os dias que tivemos.

Recordo o sol entre as árvores naquela fria tarde que nos cobriu por semanas, não esqueço a grama doirada e os pelos brilhando arrepiados no seu braço. Dia dos namorados, o primeiro beijo. O perfume que respinguei na carta que levei aos Correios. Amassei três folhas até acertar a letra. Dia dos namorados, o cheiro do pão quente que buscamos naquela manhã do outono passado, a bicicleta que sonhamos, o carro que batemos. Namorados que fomos antes mesmo de nos dizermos assim.

Penso em você. Esse violão que não traduz o que sinto, os dedos tortos, os acordes mal tocados. Ainda tenho aquele recorte, guardei seu poema, procurei sua canção, perdi o ingresso do cinema. Não esqueço suas lágrimas. Chão de estrelas. Não gosto de como você assopra o leite, adoro sua companhia num café. Terminei seu livro.

Queria lhe plantar um jardim, precisamos batalhar a casa, não pensemos nos filhos agora. Gostei do telefone azul. Preciso ouvir Sinatra, aquele show no Japão. Sem a nossa canção, não vou dormir. Você parecia feliz dormindo. Está frio. Amanhã acordamos cedo. Saudades de quem erámos no dia do ponto de ônibus. Você fica bem de rosa. Vamos ver o Chaplin hoje.

Também gosto de chocolate. Não vou perder o jogo. Gostei do seu cabelo. Vou faltar amanhã. Passa em casa. Sim, acredito. A grana está curta, a gente vai no ano que vem. Não tenho medo de avião. Piaf. Michael. Virgínia. Meio copo apenas. Preciso ir agora. Não esqueço.

Saudades.
Feliz dia dos namorados.



JÉSSICA LIMA

ABORDAGENS SOBRE O AMOR.

O amor... Parece fácil, mas tão difícil falar sobre. Sempre costumo dizer que o amor deveria ser como o que vemos através da arte: na pintura, na literatura, no cinema, na música, sendo esta última de uma força avassaladora e um poder tão grande. O que mais gosto na arte é que ela pinta o amor puro, o amor forte, o amor verdadeiro. O amor que, muitas vezes, falta na realidade. As diversas formas de artes trazem um amor tão sensível, tão profundo. Claro, a arte também mostra um outro lado, a falta de amor.

Quando se ama e se é amado, também há divergências - é a vida, afinal. Mas, o que falta é compreensão, conversa, justiça. Então, como dizer que é amor? Quando digo isso, me refiro aos diversos amores que há na vida: o amor de pais e filhos, de casais, de irmãos, de amigos. O amor para com o meio ambiente, com os animais, com as coisas, com o próximo. E é pensando nisso que digo que o mundo está sem amor. É só sair nas ruas para perceber este fato: é a praça que as pessoas jogam lixo, os animais abandonados nas ruas, aqueles que tentam superar os colegas de trabalho, em vez de cada um tentar superar a si próprio. É o noticiário com notícias cada vez mais absurdas de acreditar. O amor é humano, mas as coisas andam meio desumanas.

Os casais caem na rotina e esquecem que estão vivos, deixam palavras de carinho se perderem com o passar do tempo.
As pessoas buscam seus interesses, se rendem ao que o mundo capitalista tem a oferecer, e buscam isso, muitas vezes, passando por cima dos outros, não se importam com o próximo. Até o ‘amor divino’ é brigado por pessoas de diferentes religiões. E isso é amor? O amor não é egoísta, já dizia a Bíblia.

A rotina nos deixa tão voltados para nós mesmos que não percebemos o mundo ao nosso redor. Mas o mundo está acontecendo, e temos que olhá-lo com atenção. Falta solidariedade nas pessoas. O dinheiro é o que impera. Desde que o mundo é mundo, matam-se milhares de pessoas por causa de dinheiro.

Muitos namoros se abalam pelas traições, pelas mentiras, pela desconfiança. Os namorados esqueceram o que é fazer um piquenique no parque; As pessoas cansadas, de tão cansadas, deixam o amor para outro dia qualquer. O stress levou o respeito, a paciência.

Claro que nos dias de hoje ainda vemos o amor dentro de uma família, o amor inabalável de uma mãe, de uma esposa, de um amigo, de um filho, de um namorado. Não intento generalizar.

Esses dias terminei de ler “O amor nos tempos do cólera”, de Gabriel García Márquez, onde as linhas contavam um amor que esperou mais de cinquenta anos para ser vivido, mas de tão forte, não desistiu nunca. Na música, um grande destaque é o Roberto Carlos, que para mim, é um dos maiores intérpretes do amor que há no mundo. São tantos os exemplos através dos tempos que fica difícil citar todos os pintores, escritores, compositores... É o amor perdido, o amor doado, o amor concebido, o amor feliz, a luta, a busca, a saudade. Pelo mundo afora, a arte em seus vários aspectos diz muito do amor.

E mais uma vez cito Edith Piaf, cantora francesa e compositora do “Hymne A L’amour” (Hino ao Amor), que quando perguntada sobre qual conselho daria a uma mulher, a uma jovem e a uma criança, simplesmente respondeu: “Ame”. Que fique o conselho de Piaf. Saber amar leva as pessoas a uma vida que vale a pena.

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PALAVRA FIANDEIRA reuniu jornalistas, publicitários, ativistas culturais, blogueiros, trovadores, artistas plásticos, escritores, e orgulhosamente apresenta a sua Segunda Edição Temática, lançada no Dia dos Namorados (No Brasil).
 12 de Junho de 2010. 
MARCIANO VASQUES

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4 comentários:

  1. felicitaciones, Marciano, has logrado reunir a un grupo de escritores de diferentes paises bajo el tema del amor desde sus propias perspectivas, un enfoque abierto a los nuevos tiempos, una gama de apreciaciones dignas de antología... por mi parte, me siento muy cómoda aportando una visión poco difundida del amor homosexual en tu revista, ... gracias,

    Rocío L'Amar

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  2. Hola Marciano, auque con un poco de retraso, te agradezco, tu atención en publicar, mi breve escrito.

    Un abrazo desde Valencia, Montserrat

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  3. Marciano,
    Agradeço por publicar em seu importante blog meu texto.Estou orgulhosa por participar dessa edição ao lado de escritores tão brilhantes!
    Um grande abraço e parabéns pela página!
    Marilia

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  4. Marciano, muito obrigada pela oportunidade de estar presente em teu blog. Através dele foi possível pensar uma temática tão linda e significativa.

    Aos outros autores, gostei de pensar o amor em outras formas, em outras vertentes...bons textos! um abraço...
    Paula

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