PALAVRA FIANDEIRA
REVISTA LITERÁRIA
Publicação digital de Literatura e Artes
ANO 4 —Nº96 — 22 DEZEMBRO 2012
EDIÇÕES AOS SÁBADOS
NESTA EDIÇÃO:
JOÃO LUIZ MARQUES
___________________________
1.Quem
é João Luiz Marques?
Sou
jornalista
formado
pela
Faculdade
Cásper
Líbero,
cursei
Filosofia
na
FFLCH
da
USP
e
fiz
curso
de
extensão
universitária
em
Jornalismo
Cultural
na
PUC
de
São
Paulo.
Hoje
trabalho
com
assessoria
de
imprensa
para
o
mercado
editorial.
Já
editei
jornais
para
públicos
segmentados
e
fiz
assessoria
de
imprensa
para
outras
áreas,
mas,
desde
2001
venho
me
especializando
na
divulgação
jornalística
de
editoras,
livros,
autores
e
ilustradores.
2.O
que é a SINTAXE?
Além
de
ser
a
parte
da
gramática
que
estuda
a
disposição
das
palavras
na
frase,
das
frases
no
discurso
e
a
relação
lógica
das
frases
entre
si
(risos);
também
é
o
nome
da
minha
assessoria
de
imprensa.
Quando
resolvi
virar
um
“empreendedor”,
procurei
um
nome
para
a
minha
empresa
e
escolhi
este,
mas
ainda
não
pensava
em
trabalhar
com
literatura.
Não
imaginei
que
o
nome
escolhido
naquele
tempo,
viria
a
ser
tão
apropriado
ao
trabalho
que
eu
faço
hoje.
3.Fale-nos
do blog do LE-HEITOR. Quem é afinal esse personagem, e como surgiu
esse garoto leitor?
Eu
estava
assistindo
a
uma
palestra
sobre
novas
mídias
em
um
encontro
de
assessorias
de
comunicação
promovido
pelo
sindicato
dos
jornalistas
de
São
Paulo,
e
pensava
em
fazer
um
projeto
de
um
blog,
para
apresentar
a
um
cliente.
Num
determinado
momento
o
palestrante
falou
sobre
a
ideia
de
se
criar
ou
usar
personagens
para
fazer
blogs,
e
deu
como
exemplo
a
campanha
de
vacinação.
Ele
disse
que
poderíamos
criar
o
blog
do
Zé
Gotinha
para
divulgar
essa
campanha.
Nessa
hora
pensei
que
também
poderia
criar
um
personagem
para
apresentar
o
projeto
de
um
blog
para
uma
editora.
Criei
o
personagem,
fiz
o
projeto
e
quando
estava
em
negociação
com
o
cliente,
percebi
que
poderia
ampliar
a
atuação
do
personagem
e
do
blog.
Se
fizesse
com
a
editora
só
divulgaria
os
seus
livros,
mas
se
fizesse
por
minha
conta,
além
de
divulgar
livros
de
outras
editoras,
o
blog
também
teria
uma
função
social,
seria
um
blog
de
incentivo
à
leitura.
Recriei
o
personagem,
que
passou
a
se
chamar
Heitor,
refiz
o
projeto
e
pus
no
ar.
4.Na
última edição de seu blog a personalidade focalizada foi
Bartolomeu Campos de Queirós, poderia nos falar um pouco sobre esse
grande poeta?
Durante
esse
tempo
em
que
trabalho
com
literatura,
vi
poucas
vezes
o
Bartolomeu
Campos
de
Queirós
pessoalmente.
Gostava
de
ouvi-lo
falar
e
sempre
que
podia,
não
perdia
essa
prazerosa
oportunidade.
Bartolomeu
falava
com
paixão
de
literatura,
dos
seus
livros,
do
seu
trabalho
como
educador,
das
suas
histórias
e
principalmente
da
sua
infância.
Infelizmente
ele
nos
deixou
muito
cedo,
mas
sua
obra
está
aí,
para
torná-lo
presente
na
vida
dos
muitos
leitores
que
ele
conquistou
-
como
eu,
e
outros
tantos
que
ainda
vai
conquistar.
Agora,
quem
quiser
saber
um
pouco
mais
desse
grande
poeta
escritor,
veja
o
blog
do
Le-Heitor.
O
menino
leu
sete
livros
dele
e
fez
um
post
bem
grandão.
5.Já
nos encontramos algumas vezes, uma delas numa noite bonita na FELIT,
onde conversamos bastante. Você é sempre o mesmo: simpatia,
serenidade, simplicidade. Pode nos falar algo sobre a sua infância,
e de que forma ela pode estar atuando na sua personalidade hoje?
Obrigado,
Marciano Vasques.
É
sempre
bom
estar
com
você.
Na
minha
infância
vivi
num
bairro
da
cidade
de
São
Paulo
e
a
rua
em
que
eu
morava
era
sem
saída
e
sem
asfalto.
Jogávamos
bola
e
bolinhas
de
gude,
empinávamos
pipa,
rodávamos
pião,
e
brincávamos
com
as
mais
variadas
brincadeiras
de
criança.
Tive
muitos
amigos
de
infância,
nossa
turma
era
grande.
Algumas
vezes
nos
reuníamos
no
início
da
noite
para
jogar
conversa
fora
ou
contar
histórias.
As
preferidas
eram
as
de
terror
e
o
trato
era
o
seguinte:
Cada
um
contava
a
sua
pra
ver
quem
era
o
primeiro
a
fugir
de
medo,
e
quem
aguentava
até
o
final.
O
mineiro
Tim
era
o
melhor
nessa
brincadeira,
conhecia
muitas
histórias
de
Minas
e
sempre
era
o
último
a
sair.
Certamente
esse
período
da
minha
vida
determinou
muito
do
que
sou
hoje
e
sempre
me
lembro
dele
com
carinho.
Por
isso,
também,
que
eu
gosto
tanto
das
histórias
do
Bartolomeu,
quando
ele
fala
da
sua
infância.
6.É
um grande leitor, poderia nos contar que obras ou pelo menos uma,
possa de fato tê-lo sensibilizado ou influenciado a sua trajetória
intelectual.
Como
a
maioria
das
crianças
da
minha
geração,
minha
iniciação
à
leitura
se
deu
por
Monteiro
Lobato,
depois,
no
Ginásio,
descobri
Machado
de
Assis.
Minha
turma
teve
que
fazer
um
trabalho
e
apresentar
um
seminário
sobre
Dom
Casmurro,
e
a
mim
coube
a
análise
dos
personagens.
Lembro-me
de
que
a
minha
apresentação
foi
bem
divertida
e
teve
até
certo
sucesso.
Alguns
colegas
me
disseram
que
gostaram
muito
do
que
falei
lá
na
frente
da
sala
de
aula.
Eu
era
um
garoto
muito
tímido,
e
além
dos
meus
esforços
no
futebol
e
no
basquete,
acredito
que
o
Machado
também
me
ajudou
a
ser
aceito
pelos
meus
colegas
de
escola.
Mas
o
livro
que
me
fez
acreditar
que
havia
alegria
na
Literatura
foi
o
Memórias
de
um
sargento
de
milícias,
de
Manuel
Antônio
de
Almeida.
Ainda
vou
falar
desse
livro
no
Blog
do
Le-Heitor.
7.Você
é jornalista, e está trilhando um caminho que muito parece
gratificá-lo, não me refiro a $, mas ao prazer de fazer a coisa.
Confere?
Sim,
confere.
A
vida
é
um
processo,
lento.
Vamos
construindo
e
descobrindo
os
resultados.
Fiz
algumas
escolhas
profissionais,
que
me
levaram
ao
que
estou
fazendo
hoje,
e
tive
muitas
surpresas,
na
maioria
agradáveis.
Alguns
resultados
foram
planejados,
outros
aconteceram.
Hoje
eu
sinto
muito
prazer
em
trabalhar
com
literatura.
Além
disso,
fiz
muitos
amigos
escritores,
editores
e
ilustradores,
e
com
eles
partilho
esse
sonho.
Pois,
como
dizia
Bartolomeu
Campos
de
Queirós,
“a
literatura
é
o
espaço
onde
o
que
sonhamos
encontra
o
diálogo”.
8.Tem
tempo para ler todos os livros que recebe?
Não
recebo
tantos
livros
quanto
merecia
(risos).
Parte
dos
livros
dos
quais
resenho
no
blog,
eu
compro
ou
pego
emprestado
da
biblioteca.
Mas
ganho
alguns,
sim,
das
editoras
e
mesmo
dos
autores,
e
leio
a
maior
parte
deles.
São
livros
infantojuvenis,
que
em
geral
não
são
muito
extensos
e
dá
para
dar
conta
de
quase
todos.
Não
falo
de
todos
no
blog,
pois
leio
mais
do
que
escrevo.
Já
ouvi
muitos
escritores
dizerem
isso
– inclusive
o
Bartolomeu
Campos
de
Queirós
-,
que
gostam
mais
de
ler
a
escrever.
Eu
também
sou
assim:
Prefiro
ler.
Uma Aventura na Casa Azul,
resenhado por João Luiz Marques
resenhado por João Luiz Marques
9.O
que pensa sobre essa questão já tão debatida, do fim da era do
livro de papel?
O
livro
de
papel
não
vai
acabar...
Eu
acredito!
No
futuro,
vai
dividir
o
mercado
com
os
e-books,
mas
deve
continuar
existindo.
Em
algumas
situações,
pode
ser
até
mais
prático
ler
um
livro
eletrônico,
como
nas
viagens.
Dá
para
levar
diversos
sem
pesar
na
bagagem.
Mas
penso
que
o
aspecto
físico
é
um
componente
muito
importante
na
relação
do
livro
com
o
leitor,
e
o
livro
eletrônico
tem
mais
essa
barreira
para
ganhar
o
mercado
do
livro
de
papel.
Com
o
tempo
o
e-book
vai
ganhar
mercado,
mas
não
será
o
fim
da
era
do
livro
de
papel.
Devem
dividir
e
haverá
leitor
para
os
dois
formatos.
10.Como
é o seu trabalho junto aos escritores, por conta da assessoria que
realiza?
Em
geral
sou
contratado
pelas
editoras
para
fazer
a
assessoria
de
imprensa
de
seus
livros.
Quando
vou
preparar
uma
divulgação,
converso
com
o
autor,
para
saber
mais
sobre
o
seu
livro
e
escrever
o
release.
Depois
ainda
acompanho
a
divulgação,
vou
ao
lançamento
e
faço
a
intermediação
de
possíveis
entrevistas
à
imprensa.
Nesses
mais
de
dez
anos
trabalhando
com
literatura,
fiz
isso
muitas
vezes,
com
diversos
escritores.
E
isso
me
aproximou
muito
deles.
Fiz
amigos
escritores,
que
me
ensinaram
muito
do
que
sei
de
literatura,
principalmente
a
infantojuvenil.
E
também
foram
esses
amigos
que
me
inspiraram
e
me
ajudam
a
fazer
o
blog
de
Le-Heitor.
11.Ventilou
que tem um projeto, ainda em segredo, mas já quase saindo do forno
misterioso. Não pode adiantar nem um soprinho para a Fiandeira?
Infelizmente,
não
posso.
Não
tenho
o
direito
de
tirar
o
gostinho
da
boca
do
Heitor
em
contar
essa
novidade.
Eu
pedi
a
ele
que
não
contasse
nada,
ainda,
no
seu
blog...
Não
posso
estragar
a
surpresa
que
ele
tem
para
os
seus
leitores.
Ele
não
me
perdoaria!
A
única
coisa
que
eu
posso
adiantar
é
que
com
esse
projeto
realizado
ele
vai
se
transformar
numa
pessoa
muito
importante.
O
Heitor
vai
dar
um
upgrade
na
sua
vida!
12.Deixe
aqui a sua mensagem final. Qual a sua Palavra Fiandeira?
Ler
literatura
é
gostoso!
É
essa
ideia
que
eu
tento
passar
no
blog
com
o
personagem
Heitor,
o
menino
leitor.
Ele
lê
com
prazer.
É
muito
bom
quando
uma
criança,
ou
mesmo
um
adulto
descobre
o
prazer
na
leitura,
em
pouco
tempo
isso
vira
hábito
e
assim
nasce
mais
um
leitor
literário.
MOMENTOS NA VIDA DE JOÃO LUIZ MARQUES
PALAVRA FIANDEIRA
Ano IV
Publicação digital semanal
Literatura e Artes
Edições aos sábados
Edição 96— 22 DEZEMBRO 2012
Edição JOÃO LUIZ MARQUES
PALAVRA FIANDEIRA
Fundada pelo escritor Marciano Vasques
Parabenizo à Palavra Fiandeira por mais uma ótima entrevista e venho, através deste recadinho,desejar a ti, Marciano Vasques, um maravilhoso Natal, e muito amor, paz, carinho e prosperidade a ti e seus entes amados neste novo ano que se aproxima! grande abraço dessa aspirante a poetisa!!!
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