EDITORIAL

PALAVRA FIANDEIRA é um espaço essencialmente democrático, de liberdade de expressão, onde transitam diversas linguagens e diversos olhares, múltiplos olhares, um plural de opiniões e de dizeres. Aqui a palavra é um pássaro sem fronteiras. Aqui busca-se a difusão da poesia, da literatura e da arte, e a exposição do pensamento contemporâneo em suas diversas manifestações.
Embora obviamente não concorde necessariamente com todas as opiniões emitidas em suas edições, PALAVRA FIANDEIRA afirma-se como um espaço na blogosfera onde a palavra é privilegiada.

sábado, 1 de junho de 2013

PALAVRA FIANDEIRA 118

”Olhando Para Dentro”





PALAVRA FIANDEIRA

REVISTA LITERÁRIA VIRTUAL

Publicação digital de Literatura e Artes

EDIÇÃO  118


ANO 4 —Nº118 — 1º JUNHO 2013
EDIÇÕES AOS SÁBADOS

ALINA PERLMAN


1.Quem é Alina Perlman?
Alina é paulista, casada, mãe de 3 filhos, avó de 4 netos, leitora voraz. Sensível, tímida, apaixonada por crianças.
Uma escritora com 44 livros publicados mais 2 no forno, que ama o que faz!



2.Conte-nos, por gentileza, algo sobre o seu livro “E Se...”, publicado pela “Planeta Infantil”.
"E se...", ilustrado lindamente por Orlando Pedroso, é uma história na qual a imaginação funciona como alento, como remédio para o sofrimento, para a tristeza, para a dor.
Os irmãos Vera e Bruno passam por um problema que os leva a recorrer, em vários momentos, às mágicas palavras: "E se...", no quintalzinho de casa.
"E se..." os transporta para situações de alegria, de diversão, de mudança de cenário e de mudança de assunto. A alma se acalma e os ajuda a enfrentar a realidade.
E se... a gente desse uma espiada dentro do livro e participasse da mágica de Vera e Bruno?



3.Como a Literatura Infantil chegou em sua vida?
Sempre li muito, desde bem pequena. Meus pais foram grandes incentivadores e grandes exemplos. Todos em casa viviam rodeados de livros. E discutíamos, apaixonadamente, sobre o que líamos.
Apresentei para meus filhos, bem cedo, essa minha paixão. Li muito para eles e, principalmente, inventei muitos casos. Percebi, então, que gostava de inventar. No dia que meu filho mais velho me disse que preferia história lida à história inventada passei a escrever minhas "invencionices".
O cunhado de uma amiga, editor, leu um texto, gostou e publicou meu primeiro livro. Adorei a experiência, me empolguei e não parei mais de criar!




4.O Dia Nacional do Livro Infantil merecia ser mais comemorado no país. Tem alguma ideia que poderia contribuir para isso?
Não. Não me ocorre, infelizmente, uma ideia original... adoraria ter uma carta de mágico na manga... só posso dizer que mais exposição nas mídias seria muito bom! E oferecer meu trabalho de formiga como contribuição.
Faço parte da Aeilij, Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil e acompanho de perto o trabalho e esforço de muita gente boa para divulgar o Livro. É um trabalho que cresce e aparece dia a dia.
O Dia Nacional do Livro Infantil coloca um pouco mais de foco neste movimento. Neste dia as mídias dão um pouco mais de espaço a tudo que está sendo feito.
A televisão, o noticiário, os jornais e revistas, as mídias eletrônicas poderiam divulgar a literatura infantil e juvenil mais a fundo. Neste dia e em todos os outros, ajudando a difundir a importância dos livros nas casas e nas mãos das crianças e jovens.
Você, Marciano Vasques, faz um trabalho muito bonito neste sentido e está de parabéns!

5. Alina, qual foi o seu primeiro livro publicado?
Meu primeiro livro publicado foi "Papudo", pela editora Klaxon, ilustrado por Marcelo Cipis. É a história de um par de sapatos de festa que gostava de contar vantagem e das mudanças que o passar do tempo trouxe para sua vida.


 6.Alina, pergunta já antiga demais: acredita no fim da era do livro de papel?
Não, não acredito no fim da era do livro de papel.
Acredito que os e-books vieram para ficar, mas que existe espaço para a convivência de ambos, lado a lado, oferecendo um mundo de possibilidades, de crescimento, de desenvolvimento da criança, de diferentes maneiras.
Eu, pessoalmente, gosto muito do livro de papel. Ele permite que o texto literário seja curtido com foco, sem grandes distrações.
As maravilhosas possibilidades interativas do e-book nos leva a novos caminhos, mas interrompe a leitura. E, às vezes, fica difícil voltar ao texto original.
Esse é, talvez, para mim, o maior e mais interessante desafio... o de escrever histórias cada vez melhores. Histórias que prendam o leitor e permitam seu retorno a elas, com prazer, após usufruir das viagens para fora do texto que o e-book proporciona.

Com as suas amigas queridas em evento literário

7.Tem alguma preferência por algum gênero literário que lhe traga maior satisfação intelectual na estética da alma?
Não tenho um gênero literário preferido. Minha satisfação vem sempre de um texto bem escrito, de um enredo bem estruturado, do prazer de ser levada a novas experiências. Do conhecimento, do inesperado, do intrigante, da emoção, da alegria, da viagem, do susto, do aperto no peito que o bom livro carrega.
Com seus amigos queridos, do mundo literário

8.Um livro seu que deve atiçar os sentidos do leitor é SINTO CHEIRO DE PÃO QUENTE. O que poderia dizer aos fiandeiros e aos leitores sobre ele?
"Sinto cheiro de pão quente", ilustrado por Ana Raquel, é um passeio pela imaginação da criança. O cheiro aguça os sentidos e leva o personagem a novos lugares, novas sensações, novas possibilidades.
Gosto muito de escrever sobre as viagens que a imaginação permite.
Neste livro uma menina sai de casa para passear na mata e sente cheiro de pão quente! Ela cria maneiras de chegar a este pãozinho de cheiro tão bom, enfrenta e resolve montes de dificuldades, satisfaz seus desejos!



9.Acredita que a Literatura Infantil possa de fato contribuir com a melhora do mundo? Nesse aspecto, considera que seja uma literatura apenas para crianças?
Acredito piamente que a literatura infantil seja transformadora. Acredito que ela traga instrumentos para a criança lidar com as várias situações, que ela traga novas maneiras de tratar problemas, que ela ajude nas decisões a serem tomadas, que faça a vida da criança mais plena, mas feliz, mais significativa. Que amplie seus horizontes e traga uma maior compreensão de seu entorno. Cada livro pode ser lido em vários momentos do crescimento da criança, cada leitura propiciando novas sensações, novos aprendizados, sendo absorvida de outro modo.
Considero que um leitor curioso e sensível, de qualquer idade, tira algo de um bom texto infantil.



10.Tem algum livro que  leu na infância ou adolescência que sente que de alguma forma influenciou a sua vida?
Eu morei em cada livro do "Sítio do Pica-pau amarelo". Vivi cada situação, fui amiga de cada personagem. Ri, chorei, me comovi e cresci por dentro com essa coleção de Monteiro Lobato.

11.”Olhando Para Dentro”. O que comentaria sobre esse seu livro cá na Fiandeira?
"Olhando para dentro", ilustrado por Daisy Startari, conta a história de um avô que vem viver com a família por falta de condições de continuar a viver só. Incomoda, a princípio, o neto, mas, devagarinho, uma amizade profunda nasce da convivência entre os dois.


12.Deixe aqui a sua mensagem final. Qual a sua PALAVRA FIANDEIRA?
Agradeço o gentil convite do amigo Marciano Vasques e termino com uma frase de La Fontaine:
"Se quiser falar ao coração do homem, há  que se contar uma história. Dessas onde não faltam animais ou deuses e muita fantasia. Porque é assim, suave e docemente, que se despertam as consciências." 

Sempre com os amigos queridos

Rodeada de amigos



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FUNDADA PELO ESCRITOR MARCIANO VASQUES

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