"O
contato com o livro é maravilhosamente inexplicável! [...] A magia
da descoberta, o bailar das palavras tomando formas fantásticas, a
textura percebida ao toque..."
PALAVRA FIANDEIRA
REVISTA VIRTUAL DE LITERATURA E ARTES
Publicação digital de Literatura e Artes
Edições semanais
Sábado, 15 de Junho de 2013
Edição 120
CLÉIA KARIEL GRAÇAS
1.Quem
é Cléia Kariel Graças?
Mineira,
apaixonada por crianças e fascinada pela leitura. Filha de
professora aposentada e lavrador de quem herdei a paixão pela
educação e o respeito pela natureza e os animais. Bibliotecária,
contadora de histórias por paixão e me aventurando na arte da
representar!
2.Como
é ser bibliotecária hoje numa época tão já virtual? Quais as
sensações do contato direto com o livro? E como se sente diante da
responsabilidade de incentivar a leitura para a nova geração?
O
conceito de biblioteca evoluiu e consequentemente o de bibliotecária
também. Como atuo em biblioteca escolar, cujo desempenho
profissional é estimular, educar e aprimorar nos alunos o espírito
investigador, o meio virtual é mais um ambiente onde se pode aplicar
as competências adquiridas no meio escolar.
O
contato com o livro é maravilhosamente inexplicável. Vou tentar
descrever algumas sensações das quais sou envolta quando estou com
um livro. A magia da descoberta, o bailar das palavras tomando formas
fantásticas, a textura percebida ao toque... Dentre outras tantas...
Sinto-me
privilegiada em colaborar e permitir que descubram essas sensações.
É prazeroso perceber nos olhos a curiosidade, o encanto da
descoberta. A nova geração, de adolescentes, é bem resistente aos
livros e fascinada pela tecnologia. Procuro utilizar-me deste gosto
para o incentivo à leitura, à criatividade, a descoberta, etc.
3.Em
Campinas, estive com a Flávia Santos, que comentou o quanto gosta de
você. Participar dessa corrente de pessoas que em lugares diversos
ajudam a difundir o livro e o gosto pela doçura da leitura é um
extraordinário presente em minha vida. O que a levou para a decisão
de trabalhar em biblioteca?
Foi
no período da faculdade. Cursava uma disciplina optativa da grade do
curso de letras intitulada “Narrativas curtas”. Foi meu primeiro
contato com a “contação” de histórias. Desde então, decidi
que trabalharia em biblioteca escolar para incentivar a leitura
através das muitas histórias.
Flávia Santos, de Campinas, e Cléia, são amigas
4.Cleia,
você faz teatro. O que nos pode contar sobre essa experiência, esse
envolvimento com a arte do palco?
É
fascinante. No teatro eu só não entro e sinto a mágica da trama
das histórias como me torno parte da mesma. No palco eu sou parte.
Eu sinto, respiro, vejo, penso como o personagem. Deixo de ser
espectador para me tornar personagem. É fantástico! Embora precise
aprender muito, estou amando estudar essa arte.
Casa de Teatro, de Amparo
5
A Rede Social em seu timbre democrático de expansão universal
modificou não apenas a forma como os humanos se comunicam, mas
também, aos poucos, a própria forma de fazer política no mundo.
Nesse amplo espectro democrático, muitos nela estão para divulgar a
Literatura e as artes. Você atua na Rede. O que nos pode dizer sobre
esse revolucionário fenômeno da Internet?
As
pessoas necessitam de novidades e como tudo o que é novo, existem os
lados bom e ruim. Eu costumo enxergar sempre o lado bom das “coisas”.
Eu gosto dos recursos e das possibilidades oferecidos pela rede e me
utilizo muito deles, tanto no trabalho como no pessoal. Na questão
das informações, acessos, divulgação e contatos tem sido bem
útil. A Internet está difundida entre a população a apenas 17
anos. Creio que ainda virão inovações fantásticas.
6.Fale-nos
gentilmente um pouco sobre o espetáculo “O Rei da Vela”.
O
espetáculo foi uma brilhante adaptação do admirável e nobre
colega Alexandre Cruz, dramaturgo de Amparo, do original de Oswald de
Andrade. A questão política em que se encontra a sociedade,
carregando muitos tabus de tempos de outrora. O manifesto
antropofágico. A vantagem a todo custo. As características
marcantes presentes nos três atos, referem-se à tabus como o
futurismo, a sexualidade e a metalinguagem (retratada com
metateatro). Aproprio-me oportunamente da frase de Mahatma Gandhi,
que diz: “Odeio o privilégio e o monopólio. Para mim, tudo o que
não pode ser dividido com as multidões é tabu”. O espetáculo
foi um sucesso e será apresentado em alguns municípios.
7.Você
é uma contadora de histórias? Qual a sua impressão ao protagonizar
uma narrativa para os pequenos?
Sim.
Amo contar histórias. A impressão com os pequenos é única.
Fabulosa. Eu vejo através dos olhinhos cada emoção vivida pela
história: o medo, a alegria, o desespero, a dúvida...é a melhor
recompensa que poderia receber. É Divino.
Com pessoas queridas
8.Tem
algum livro que leu na infância ou adolescência que possa de alguma
forma ter influenciado a sua vida?
Na
verdade existem três livros que marcaram cada fase já vivida: A
fada que tinha idéias, na infância - O menino do dedo verde, na
adolescência e A moça de Babuluá na juventude, no curso de
narrativas curtas da Universidade...
Um clássico da Literatura Infantil
9.Literatura
e Teatro. Duas paixões em sua vida, assim me parece. Como concilia
as duas atividades, no sentido do tempo.
Não
é tarefa fácil. Mas todos nós estamos acostumados a lidar com
diversas atividades no dia-a-dia. É tudo questão de prioridade.
Para conseguir me dedicar satisfatoriamente ao trabalho, literatura e
ao teatro, eu tive que abrir mão de outras coisas, que no momento
não são prioridade.
Cléia ama teatro!
10.Falou
recentemente sobre a diversidade cultural do Brasil. Poderia nos
expor, aos nossos leitores, algo sobre isso?
Eis
o lado bom da herança deixada pelos colonizadores. A diversidade
cultural, as diferenças culturais entre as pessoas: as danças,
estilos de vestimenta, culinária, festas, histórias, crenças,
tradições, costumes, valores, etc. É
um caminho que abrange boa parte das pessoas, dando a todos o direito
de expressão. A diversidade cultural preserva a sobrevivência e a
longo prazo as culturas indígenas que são tão importantes para
humanidade assim como a conservação de todas as espécies
existentes no ecossistema. A oportunidade de estarmos em
contato com tudo isso, aprender, cuidar e preservar é um privilégio,
Uma riqueza que ninguém nos tira e eu me orgulho.
Com Vilma e Thaila, amigas
11.Sei
que é uma grande leitora. Tem queda por algum gênero literário? Ou
transita em todos por igual? E aproveitando, considera importante o
trabalho de desenvolvimento de leitura de crônicas com os jovens?
Por
algum só não, por quatro. Transito por todos os gêneros, como
leitora e educadora, mas flutuo quando leio contos populares,
indígenas mitos e lendas. O trabalho com crônicas é
importantíssimo, já que os jovens são tendenciosos, em grande
porcentagem, ao distanciamento da leitura. As crônicas são textos
que retratam o cotidiano e permitem um diálogo com o leitor. Os
nossos alunos jovens gostam muito, principalmente as humorísticas.
Com Raquel Coimbra
12.Deixe
aqui a sua mensagem final. Qual a sua PALAVRA FIANDEIRA?
Minha
mensagem é para os jovens. Não deixem que o brilho encantador dos
olhos de criança se apague. Continuem se aventurando nos contos
fantásticos ou vibrando com as descobertas. Livros ou Internet, não
importa, Abram-os. CRIATIVIDADE, é minha deliciosa PALAVRA
FIANDEIRA.
Companheiro
PALAVRA FIANDEIRA
PUBLICAÇÃO DIGITAL SEMANAL DE DIVULGAÇÃO LITERÁRIA E ARTÍSTICA
PUBLICAÇÃO VIRTUAL DE DIFUSÃO LITERÁRIA
PALAVRA FIANDEIRA É UMA PUBLICAÇÃO SEMANAL
EDIÇÕES AOS SÁBADOS
EDIÇÃO 120 —CLÉIA KARIEL GRAÇAS
PALAVRA FIANDEIRA
FUNDADA PELO ESCRITOR MARCIANO VASQUES
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