PALAVRA FIANDEIRA
REVISTA DIGITAL LITERÁRIA
PUBLICAÇÃO SEMANAL DE LITERATURA E ARTES
EDIÇÃO SEMANAL
ANO 3 — Nº83
15 SETEMBRO 2012
PEDRO MONTEIRO
PEDRO NA PRAÇA!
Na XX Bienal do Livro
1.Quem
é
Pedro
Monteiro?
—Um
Piauiense de Campo Maior, apaixonado pela vida, cheio de esperança e
disposição na luta por um mundo melhor, e sem jamais desistir.
2.Está
presente
na
Antologia
do
Cordel
Brasileiro.
Pode
nos
contar
o
que
é
esse
projeto
e
com
que
obra
participa
do
livro?
—Esta Antologia é um projeto concebido
e apresentado pelo poeta, folclorista e editor Marco Haurélio e
que inclui 15 obras. Sendo das quais, como não poderia deixar de
ser, Leandro Gomes de Barros, considerado por muitos o pioneiro deste
gênero, que abre o livro com o cordel “O soldado jogador”. Também
estão presentes nesta obra, as histórias de José Pacheco, Manoel
D’Almeida Filho, Antônio Teodoro dos Santos, Francisco Sales Arêda
e Manoel Pereira Sobrinho. A força da atual geração de cordelistas
é verificada nos textos de Rouxinol do Rinaré, Arievaldo Viana,
Evaristo Geraldo da Silva e Klévisson Viana, Do próprio Marco
Haurélio, e a minha “João Grilo, um presepeiro no Palácio”.
Nesta,
Antologia o leitor terá acesso a um conjunto variado de cordéis,
desde aqueles inspirados no conto maravilhoso, ou conto de fadas,
como outros em que predominam mitos da Grécia Antiga e até alguns
que deitam raízes nas histórias de animais.
Pedro Monteiro ao lado do organizador da Antologia
3.Tem
um
livro
intitulado
“O
Triunfo
do
Poeta
no
reino
do
Cafundó”.
Pode,
pelo
menos
nos
dizer
onde
é
esse
reino?
—Reino do Cafundó é um
lugar imaginário, onde só se pode chegar através de buscas
ancestrais:
—“Certa
vez, imaginando
A
nossa ancestralidade,
Joguei
luz no pensamento,
E
busquei na oralidade
Histórias
que se perderam
No
vão da modernidade.
Peguei
caneta e papel,
Remexi
nos meus lembrados,
Invoquei
sabedoria
Dos
nossos antepassados,
Lembrei-me
da minha avó
Fazendo
seus proseados.
Ela
falava que um reino
Chamado
de Cafundó
Tinha
um monarca viúvo
De
nome Halabadjó,
Que
dizia descender
Do
patriarca Jacó”.
4.Seu
livro
CHICO.
O
MENINO
DAS
CEM
MENTIRAS
foi
a
sua
estreia
na
Literatura
de
Cordel;
pode
contar,
por
gentileza,
aos
nossos
leitores,
como
se
deu
essa
estreia.
—Sim,
claro, e com muita honra! Eu tinha escrito o conto intitulado “O
Menino das Cem Mentiras e postado num Blog. Isso no final de 2008,
momento em que concluía uma oficina de direção Teatral que tinha
duração de dez meses, ministrada pela professora/ diretora
Bernadeth Alves. Fui escalado por ela para realizar uma pesquisa
sobre linguagem do cordel. Chegando em uma feira de cultura popular
realizada no Anhambi, encontrei os poetas cordelistas, hoje meus
amigos, Marco Haurélio, Varneci Nascimento e João Gomes de Sá. E
foi através deste contato que fui encorajado pelo Marco Haurélio a
escrever o referido texto em versos, e alterar o título para,
Chicó, o menino das cem mentiras. E foi assim que surgiu este
modesto cordelista.
5.É
um
participante,
um
caminhante
da
CARAVANA
DO
CORDEL.
Poderia
nos
contar
a
história
desse
evento?
—Caravana do Cordel é um movimento cultural, muito embora criado por artistas nordestinos, visa incluir todos que de alguma forma contribua criando e difundindo a cultura popular nordestina, especialmente o Cordel. E Caravana busca reforçar o valor itinerante da
poesia popular em suas múltiplas manifestações. Viajam na caravana
cordelistas, repentistas, xilógrafos, músicos, pesquisadores e
entusiastas da poesia popular.
Com populares e amigos
6.Dizem
que
o
Cordel
encanta
crianças.
Abaixo,
na
imagem,
um
desses
momentos.
Fale-nos
da
sua
experiência
nesse
encantamento.
—Tenho
participado ministrando oficinas e acredito ter com isso, dado uma
singela contribuição estimulando a leitura e melhor compreensão de
textos.
Com Cacá Lopes e Marco Haurélio, produtores e difusores do CORDEL
7.Você
já
participou
do
Ônibus
-
Biblioteca.
O
que
é
exatamente
isso?
—Este
projeto em 2008, foi Vencedor
do Prêmio Viva Leitura na
Categoria Bibliotecas Públicas, Privadas e Comunitárias.
Atualmente
são 12 Ônibus-Biblioteca para 72 locais de atendimento: 24 (Zona
Sul), 24 (Zona Leste), 18 (Zona Norte) e 06 (Zona Oeste).
Não
há dúvida de que este projeto que foi iniciado por Mario de
Andrade, é um veio de esperança entre políticas públicas de
cultura, se focado na leitura e interação, por beneficiar
diretamente as comunidades onde as opções culturais são escassas.
E
agora com a inclusão de contadores de histórias, poetas,
ilustradores e xilógrafos, tem aumentado bastante o leque de
possibilidades de participação e interação.
Mesa de cordel: exposição organizada por Monteiro para o ônibus Biblioteca
8.É
um
autor
popular
com
fortes
vínculos
com
a
raiz
do
povo.
Mora
em
Cidade
Tiradentes.
Contador que é, conte-nos
sobre
a
sua
região,
em
termos
de
produção
cultural.
—Como
bairro “cidade” dormitório que é; Cidade Tiradentes é uma
região muito rica em diversidade cultural, Com uma população
beirando os 300 mil habitantes, tendo em sua maioria nordestinos e
afro-descendentes, porém, com pouco incentivo por parte do poder
público e espaços para manifestação dessas riquezas, falta
fervura para este caldeirão cultural.
9.Participa
da
VIII
CORDEL
DA
CORTEZ.
Conte
para
a
Fiandeira
o
que
é
esse
projeto
e
quando
você
começou
a
participar.
—Em
comemoração aos 10 anos do projeto “Cordel da Cortez”, fez uma
bela homenagem ao “Rei do Baião”, Luiz Gonzaga, celebrando a
primeira década de atividade da Livraria com oficinas, declamações
e outras atividades literárias. Incluindo oficinas, palestras,
lançamentos de livros e um grande sarau lítero-musical, com comidas
e bebidas típicas numa grande festa ao tradicional gênero popular.
Eu tive
a honra e satisfação de participar como poeta e como presidente do
ILGB, Instituto Leandro Gomes de Barros, que deu apoio institucional
a este Projeto.
Sarau abertura da VII CORDEL DA CORTEZ
10.Quantos
livros
de
cordel
já
publicou?
Tem
algum
projeto
em
mente
ou
em
andamento?
—Pela
Editora Luzeiro os cordéis:Chicó,
o menino das cem mentiras, A história das Copas (produção
coletiva), O triunfo do poeta no Reino do cafundó, e
pela Editora Tupynanquim,João
Grilo, um presepeiro no Palácio.
Este último, integra a Antologia
do cordel brasileiro,
publicado pela Global Editora.
PEDRO NA PRAÇA com leitores e amigos.
Tenda do Cordel Chapéu de Palha
11.Teria
alguma
sugestão
de
como
o
governo
ou
os
responsáveis
pela
Educação,
poderiam
de
forma
mais
efetiva
contribuir para
incentivar
o
cordel
entre
os
jovens?
—A
poesia de Cordel por sua riqueza e sonoridade, é reconhecidamente,
uma ferramenta importante como estimulo à leitura, portanto, seria
bom se tivéssemos a propagação em salas de leituras das escolas e
bibliotecas, bem como a presença de autores, e declamadores, assim,
daríamos um passo à frente e sem prejuízo das outras formas de
expressão poética.
12.Deixe aqui a sua mensagem final. Qual é a sua PALAVRA FIANDEIRA?
Eu
ainda quero ver
Nas
multidões coloridas,
Reinar
a paz da igualdade,
Todas
as raças unidas
Pela
melhor convivência,
Sendo
esta consciência
Orgulho
das nossas vidas.
E
não ouvir mais falar
Em
preconceito e tortura.
Pois
gera perversidade
Achincalhando
a ternura,
Dando
um nó em nossa vida
Fazendo
a tela florida
Ser
uma tosca pintura.
Só
a grandeza da alma
A
democracia abraça,
Meu
sonho de liberdade
Minha
consciência traça,
Em
atitude e ação,
Carrego
em meu coração
Unicidade
de raça
Ilustre amizade comparecendo ao lançamento de Algazarra das Letras
Encontros com Pedro Monteiro
NO SESC POMPEIA
Professora Renata com livros do autor
PALAVRA FIANDEIRA
Publicação Semanal de Literatura e Artes
Edições aos sábados
Edição 83 — PEDRO MONTEIRO
PALAVRA FIANDEIRA
Fundada e editada pelo escritor
Marciano Vasques
Ao Marciano Vasques
ResponderExcluirMinha estima e meu respeito.
Sua postura serena
O transformou num eleito,
Sempre a serviço do bem,
Por isso mesmo ele tem
Meu aplauso, por direito.
Nas melhores ferramentas
Difunde sabedoria,
Em PALAVRA FIANDEIRA
Na seiva da energia,
Espaço de opinião,
Contribui na difusão
De quem escreve em poesia.
Parabéns, seu Pedro continui assim encantando seu público com seus cordéis q nos fazem viajar e trazer mais conhecimento, sobre a cultura nordestina, para que cada vez mais seja divulgada.
ExcluirVasques fez essa entrevista
ResponderExcluirCom um poeta de primeira.
É cordelista emergente,
Mas escreve sem canseira...
O amigo Pedro Monteiro
Hoje é mais um fiandeiro
Da Palavra Fiandeira!
Meu amigo Rouxinol
ResponderExcluirRecebi com emoção
Sua visita que trouxe-me
Alegre recordação,
Por isso marco o meu traço,
Deixo-lhe um forte abraço
Do fundo do coração.
Parabéns, Pedro! Sua história, seu entusiasmo, sua humildade e sua amizade me encantam. A sua emergente entrada no mundo autoral do cordel dão a dimensão de que nunca é tarde para se começar algo... Grande abraço e admiração pelo seu trabalho como cordelista e como ser humano!
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